27 de setembro de 2008

Querelle

Livremente baseado em romance de Jean Genet, Fassbinder, talvez o último verdadeiramente grande diretor alemão, dava ao mundo seu canto de cisne sem concessões comerciais. Tanto que o filme é febrilmente erótico sem mostrar se quer um único corpo nu. Fotografado em alaranjado lúgubre, com claustrofóbicos cenários teatrais, não se desenvolve neste mundo que em que vivemos, mas no sempre misterioso terreno do desejo, embora faça uso de claras regras sociais. Querelle (Brad Davis) é o marinheiro que ao aportar se lambuza dos pés à cabeça do poder proporcionado pela atração que desperta em homens e mulheres. Trapaceará no jogo de dados para ser possuído pelo marido da dona do bordel jurando ser aquela sua primeira vez. Jeanne Moreau, a única mulher em cena, interpreta a triste puta velha que cantarola a mesma canção enquanto recolhe para si os amantes recusados pelo esposo. “O homem mata tudo aquilo que ama” diz a canção. Há uma trama policial que na verdade só serve para mostrar a desenvoltura do marinheiro em usar os atributos físicos a seu bel prazer. Querelle só não consume nada com o paternalista capitão (Franco Nero) e o doentiamente apaixonado irmão. O mais perto que chegará do incesto é ao experimentar o primeiro beijo na boca de outro homem, quando um fugitivo (Hanno Pöschl em papel duplo) se disfarça tornado-se idêntico a ele. Brilhante trabalho de atmosfera, envolve principalmente na ótima construção de personagens, e na narrativa ousada. De forte temática homossexual, é, sobretudo, um filme sobre machos.

Querelle - Querelle

- Alemanha/França 1982 De Rainer Werner Fassbinder Com Brad Davis, Franco Nero, Jeanne Moreau, Laurent Malet, Günther Kaufmann, Hanno Pöschl, Burkhard Driest 120’ Drama


DVD- A Versátil bate no peito deixando claro no texto da contra capa de que está sob licença da Gamount. Essa óbvia alusão ao paraíso das contraversões de copyrights que parece ser o Brasil pode ser desculpa justa aos preços estratosféricos de seus maravilhosos produtos. Pena que o valor alto não nos dá direito a um conteúdo mais caprichado. Menus horrorosos, extras relaxados se resumindo a texto e galeria curta, e o pior de tudo, legendas que não passaram pela mínina revisão. Há palavras com três esses, fora erros gramaticais grosseiros. Mesmo sendo uma película considerada forte, as legendas ainda apazigua o linguajar dos marinheiros, marca registrada de Jean Genet.

Cotação:

Estrela Nua

Raro filme brasileiro que não busca o naturalismo. Os diretores José Antônio Garcia e Ícaro Martins, em última parceria, vinham da comédia Onda Nova e apontavam agora para um caminho mais maduro. O argumento brilhantemente original tem respingos de inúmeros outros filmes. São visíveis referências que vão de Buñuel, Billy Wilder a Otto Preminger, passando sobre tudo pela trilogia do apartamento de Polanski. Atriz famosa (Cristina Aché) sufocada pela superexposição de sua imagem morre (talvez suicídio?) antes de completar a dublagem de último trabalho Nelson Rodriguiniano, deixando aberta a vaga para uma novata. Essa outra é Carla Camurati, mãe solteira que ao entrar no universo cinematográfico acabará misturando sua personalidade à da morta. Se a idéia é ótima, sua execução beira o amadorismo técnico. É provável que seja proposital que uma história sobre bastidores de cinema/dublagem tenha a dublagem muito tosca, mas não deve haver outra desculpa à edição de qualquer jeito, fotografia acidental, cenários miseráveis... Numa cena, o restaurante tem paredes brancas, sem janela nem nada. Há ainda inúmeros personagens rasos, sem maiores funções à trama, ocupados por, quem sabe, amigos pessoais dos diretores. Como trilha sonora, além de faixas originais compostas por Arrigo Barnabé, ouve-se praticamente um disco inteiro dos Mutantes. O roteiro que jamais se assume comédia, drama, suspense ganhou inacreditável desfecho bobo, como se precisasse justificar seu surrealismo. Mesmo assim, estes tantos percalços não diminuem o valor artístico da obra, chegando até a dar certo sabor de happening, de imediatismo. Como diz o personagem da Vera Zimmerman: “Cinema nacional é foda!”.

Estrela Nua

- Brasil 1984 De José Antônio Garcia e Ícaro Martins Com Cristina Aché, Carla Camurati, Selma Egrei, Jardel Mello, Cida Moreira, Ricardo Petráglia, Vera Zimmerman 90’ Drama


DVD- Palmas para a Cinemagia, que corajosamente lançou Onda Nova e Estrela Nua com imagem em fullscreen, mas boa. Resta saber se O Olho Mágico do Amor, dos mesmos diretores também saiu por eles. Como material bônus galeria de fotos promocionais e biografias em texto. Na contracapa tem uma lista dos inúmeros prêmios que o filme recebeu. Embora Camurati seja a protagonista levou em Gramado o Kikito de coadjuvante!

Cotação:

24 de setembro de 2008

Plano 9 do Espaço Sideral

Quantas estrelinhas ele merece? Todas por ser imperdível ou nenhuma por ser considerado o pior filme já produzido pelo cinema americano? Talvez seja essa fama que o mantém tão lendário, embora duvidosa porque mesmo péssimo do início ao fim, como julgá-lo perante tanta porcaria lançada semanalmente? Veja bem, Ed Wood o dirigiu, produziu, editou e mais o que foi necessário por uma merreca e consegue de forma legítima divertir. Compare com os irmãos Wachowski que com uma bolada fizeram o bocejante Speed Racer. Se um filme comercial não serve para entreter, não deve haver outra utilidade. Plan 9 atira para tantos lados que a cada vez que se assiste há sempre algo tosco a ser observado, e a história faz ainda menos sentido. Os alienígenas que sobrevoam Hollywood reanimando cadáveres além de tudo são chatos, com uma verborragia sem fim, explicando por A mais B quais são as intenções do tal plano, sendo que não há uma só linha sobre os planos 8, 7, 6 e assim por diante. É inegável que a imagem de Vampira ao lado de Tor Johnson é emblemática e grotescamente bela. Seria a melhor coisa do filme se não tivesse aquele fulano fingindo ser Bela Lugosi escondendo a cara com a capa! Hilário, ingênuo, mas verdadeiro! De tão medíocre, de talento nulo, o diretor que foi homenageado por Tim Burton em seu melhor trabalho, parecia muito mais apaixonado pelos holofotes do que pelo cinema. Aliás, é difícil de acreditar que quem tenha feito isso entrou numa sala de cinema alguma vez na vida...

Os Plano 9 do Espaço Sideral – Plan 9 from Outer Space

- EUA 1959 De Edward D. Wood Jr. Com Bela Lugosi, Vampira, Tor Johnson, Lyle Talbot, Reverend Lynn Lemon, Joanna Lee, Paul Marco 78’ Ficção Científica


DVD- Edição dupla caprichadíssima da Continental, que já o havia lançado nos 90 em VHS. Fora uma abertura animada no primeiro disco, longa e que não dá pra pular, não a muito do que reclamar. Vem com o trailer original, imagem restaurada na medida do possível, pequena galeria, notas de produção e biografias em texto. A pérola máxima está no segundo disco, com o documentário Flying Saucers Over Hollywood: The Plan 9 Companion lançado em 1992 com quase duas horas de duração. Todos os envolvidos no filme aparecem dando depoimentos realmente esclarecedores sobre a produção e Ed Wood. Emociona ver o quanto Tim Burton foi fiel e reverente a eles. Até a locação do pequeno estúdio, escondido atrás de uma viela, é idêntica! Recheado de cenas raras é mais do que imperdível!!!

Cotação:

23 de setembro de 2008

Blacula

Com a blaxploitation a todo vapor, tomando partido da busca por uma identidade negra no fim dos anos 60, inicio dos 70, não houve gênero que escapasse de seus tentáculos. Embora muito mais afeita aos filmes de gangues, o horror teve com este Blacula o exemplar mais iconográfico e cult. Só o título já soa risível pelo absurdo da idéia de converter um personagem da literatura conhecidamente branco, vindo dos Cárpatos, para a raça negra. A trama, bem simples, começa realmente como um filme de terror, mas o desenrolar acaba ganhando contornos de policial pé de chinelo bem previsível. Em 1800 e qualquer coisa, príncipe africano vai com a esposa até a Transilvânia pedir ao Conde Drácula que pare com o comércio de escravos. “Para nossa surpresa”, ele é mordido, e sua esposa deixada à míngua. Corte rápido, vamos para a atualidade, ou seja, início dos 70, quando casal inter-racial de decoradores bichas compra um caixão sem saber que contem Blacula. Desperto, claro que o Conde africano achará sua esposa reencarnada, enquanto vai mordendo muitos pescoços ao som da soul music. Paralelamente, detetive tenta desvendar porque cadáveres estão voltando à vida, a começar pelo gay Black Power do começo, que mesmo morto freqüenta os bas-fonds à caça de sangue másculo. De produção miserável, a primeira mostra do que nos aguarda está no séquito de Drácula usando dentaduras daquelas que vendem em banca de revistas e perucas de ráfia brilhante. Diferente do que se está a costumado a ver nos vampiros, Blacula quando vai atacar muda de aparência, com mono celha e costeletas avantajadas, mas fora isso, todo o resto foi preservado. De charme trash irresistível, sua metragem é bem curta, o que garante diversão sem qualquer aborrecimento.

Blacula

- EUA 1972 De William Crain Com William Marshall, Vonetta McGee, Denise Nicholas, Thalmus Rasulala, Gordon Pinsent, Emily Yancy, Lance Taylor Sr., Ted Harris, Elisha Cook Jr. 93’ Horror


Cotação:

20 de setembro de 2008

Os Fantasmas se Divertem

Contado como comédia surreal do ponto de vista de fantasmas às voltas com os moradores vivos de sua casa, é antes de tudo um filme sobre costumes. A tradicional América perdendo espaço para a globalização dos hábitos, degeneração já bem avançada em Nova York. Tim Burton, praticamente em seu primeiro longa, voltaria inúmeras outras vezes ao mesmo tema. Das casinhas suburbanas, aos figurinos de Geena Davis e Alec Baldwin, tudo nos remete ao amado american way de outros tempos. O principal mérito é usar assuntos tão mórbidos e pesados com uma leveza ímpar. Ao final, nos sentimos tentados a olhar para almas penadas com muito mais respeito ao invés do medo costumeiro, embora isso não seja suficiente para que o desfecho conciliador faça algum sentido. Conseguiu bilheteria suficiente para que a mitologia gerasse um desenho animado, vídeo-game e uma há anos comentada seqüência que nunca apareceu. E lógico, credenciou o diretor para assinar Batman, divisor de águas no cinema da década de 90. Cada frame é a cara do cineasta, tanto nos efeitos óticos, ainda interessantes, quanto no visual. Se prestarmos atenção, até a cabeça de Jack Skellington aparece ornamentando o chapéu de Beetlejuice, sendo que o personagem só apareceria em O Estranho Mundo de Jack, que Burton produziu, quatro anos depois. Há também muitas regras engraçadas ditadas, como a que nós só enxergamos o óbvio e que suicidas invariavelmente tornam-se funcionários públicos no além! Sem esquecer a principal delas: Problemas com os vivos? Basta chamar três vezes: Beetlejuice! Beetlejuice! Beetlejuice!

Os Fantasmas se Divertem – Beetle Juice

- EUA 1988 De Tim Burton Com Michael Keaton, Geena Davis, Alec Baldwin, Catherine O'Hara, Winona Ryder, Glenn Shadix, Sylvia Sidney 92’ Comédia


DVD- Caquético e ainda por cima em tela cheia. Ficamos na torcida para que a Warner lance também no Brasil a mesma edição comemorativa dos 20 anos que está saindo nos EUA. Sem falar de As Grandes Aventuras de Pee-Wee que continua inédito em DVD aqui.

Cotação:

19 de setembro de 2008

Minority Report – A Nova Lei

Num futuro próximo, a polícia de uma grande cidade consegue controlar o número de crimes existentes a zero. Ela age antes graças ao uso de três videntes que prevêem os assassinatos a serem cometidos. Tudo vai bem e etéreo até que num belo dia, entre estas revelações, aparece o principal detetive mandando ao espaço um completo desconhecido. Caberá ao bom mocinho descobrir quem é o cara que ele irá apagar, por que, e de quebra fugir dos ex colegas, maluquinhos pra colocá-lo atrás das grades. Assim como Blade Runner, é baseado em história de Philip K. Dick, o que já é garantia de muitos subtextos sempre sobre o direito de escolhe, o ir e vir, etc e tal. Nas mãos de outro diretor seria um clássico tal e qual a obra de Ridley Scott de 1982, mas tristemente é Spielberg até o osso. Comprometido acima de tudo com o lucro da classe média americana, não há muito que pensar já que o filme é o mais explícito possível. Tão evidente que dá pra matar a charada logo nos primeiros 10 minutos, o que nos obriga assistir até o final feliz (ei, é Spielberg!) só pra gente dizer: “Eu sabia! Eu sabia!”. Fora isso temos, claro, sua costumeira fixação familiar, que pode até ficar bacaninha em comercial de margarina, mas em suas produções não raras vezes beira o sentimentalismo barato. Papai separado do filhinho, remoendo lembranças, choro... O esmero técnico também outra de suas marcas chama a atenção, embora nestes tempos de tecnologia barata e cada vez mais comum, o visual já está datado e vulgarmente cafona.

Minority Report – A Nova Lei
– Minority Report


- EUA 2002 De Steven Spielberg Com Tom Cruise, Max von Sydow, Steve Harris, Neal McDonough, Patrick Kilpatrick, Jessica Capshaw, Colin Farrell 148’ Ficção Científica


DVD - Como o diretor ainda não entendeu a lógica de um DVD, deixando seus lançamentos a cargo do estúdio que os entope de qualquer tranqueira, dá pra dispensar o duplo. Este simples tem menus muito poluídos de difícil uso. Achar um capítulo é quase trabalho para vidente! Pra piorar, não há nem o trailer, e trocar áudio só sendo obrigado a escaramuçar o tal menu e não pelo controle remoto.

Cotação:

16 de setembro de 2008

Laranja Mecânica

Não só se manteve bendito/maldito por todos estes anos, como uma excelente demonstração de como um livro deve ser adaptado ao cinema. Kubrick pegou o romance de Anthony Burgess e limou aqui e ali, aumentou acolá, conseguindo extrema fidelidade sem ser chato. Até as gírias, que obrigam o leitor a ficar o tempo todo recorrendo ao glossário das últimas páginas, estão em sua maioria presentes, embora com sutis explicações visuais. Alex, o pequeno delinqüente mais inteligente do que qualquer outro personagem, parece muito mais carismático e de duvidosa identificação com a platéia. Sorrateiramente as vítimas têm destaque quase nulo após suas barbáries. Não é um filme, aliás, sobre vítimas, mas sobre o perigoso jogo de dominação e dominado, que nos lembra que absolutamente todos nós fazemos parte do chamado sistema. A engrenagem que roda infinitamente criando lobinhos para depois os converter a doces cordeirinhos e vice versa. Hermético, de incontáveis paralelos, foi polêmico desde quando lançado, permanecendo proibido na Inglaterra pelo próprio cineasta após algumas ameaças de delinqüentes juvenis. E a vida nunca imitou tanto a arte quanto com Laranja Mecânica. O futuro próximo já virou passado e presente... Dando ritmo ainda mais épico, a chocante trilha sonora de Walter Carlos abraçada a Beethoven, Rossini e Terry Tucker.

Laranja Mecânica – A Clockwork Orange

- Inglaterra 1971 De Stanley Kubrick Com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates, Warren Clarke, Adrienne Corri, Aubrey Morris, Sheila Raynor 136’ Ficção Científica


DVD - A edição dupla e restaurada dá a sensação de estarmos vendo um filme inédito, tamanha quantidade de novas nuances notadas. É triste que os extras do primeiro disco (faixa de comentários de um historiador, de Malcolm McDowell e o trailer original) estejam sem legendas em português. Tal desleixo desmerece o titulo de edição especial, já que custa mais do que a versão simples vendida antes. O segundo disco tem apenas três documentários bons. Um com o impacto cultural da obra, outro menos feliz sobre os bastidores e um terceiro de uma hora e meia sobre a carreira de McDowell.

Cotação:

13 de setembro de 2008

A Mosca (1986)

Com sadismo ímpar, Cronenberg remonta a seu gosto a ficção científica de 1958 chamada no Brasil de A Mosca da Cabeça Branca. “A seu gosto” leia-se “o mais nojento e hermético possível” embora com inegável apelo popular... Do original sobrou apenas o cientista que entra numa máquina em de teletransporte junto a uma mosca. O computador ainda em teste, confuso, remonta os dois seres em apenas um, sendo que no de 58 o homem ficava com risível cabeça e pata e a mosca com os mesmos membros do homem. Contudo, o que mais torna este repulsivo espetáculo único é que possui estrutura de romance, não apenas horror ou sci-fi. A primeira pista parte da trilha sonora, outro trabalho impecável de Howard Shore, que começa narrando a história como aqueles filmes de produzir suspiros no escuro da sala de projeção, até ganhar forças junto à criatura conforme ela vai surgindo na tela. Sem tempo para tramas paralelas, ou discussões éticas, a película já começa com cientista e intrépida jornalista (personagem típico do gênero romance nas décadas 30 e 40) se conhecendo, se identificando de certa maneira, e firmando o tal pacto amoroso. A desestabilização chega com o ex dela, seu editor, possessivo e decidido a não deixar os pombinhos em paz. O casal começa a ruir justo quando a mocinha sem explicar o porquê, vai atrás do ex. Enciumado, o cientista bebe todas e decide ele mesmo entrar na máquina. Daí por diante, depois da primeira insegurança nada mais será como antes. Pouco a pouco o amado se converterá irreversivelmente no monstro, a ponto dela não reconhecer mais o ser que antes lhe fez juras de amor eterno. Enfim, histórias de amor que acabam podres não são raras...

A Mosca – The Fly

- Inglaterra 1986 De David Cronenberg Com Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz, David Cronenberg, Leslie Carlson 95’ Ficção Científica/Horror


DVD - A Fox depois lançou uma edição dupla, celebrando 20 anos do filme. Sabe-se lá porque, para comemorar 15 anos os extras eram escassos. O que se poderá esperar da edição de 25 anos? Este disco simples mantém boa imagem e áudio em 5 canais tanto em inglês, espanhol e português pro caso de você ser analfabeto ou possuir problemas visuais. O material bônus é bem mixo, resumindo-se ao trailer de cinema, documentário minúsculo feito para a época de seu lançamento e algumas entrevistas curtíssimas de vários envolvidos no projeto. Detalhe é que muitas das respostas já são aproveitadas no documentário. Em matéria de trailers, o de 58 em DVD é mais bem servido, contendo o do próprio, o da continuação, o do remake e o da continuação do remake. Preste atenção ao final do trailer, quando apenas com o logo do filme ouve-se o cientista pedir socorro, fazendo referência à emblemática última cena do clássico.

Cotação:

12 de setembro de 2008

Crime na Mansão Sombria

Logo de cara se nota que, enquanto o cinema americano fazia coisas do tipo ...E O Vento Levou, a Inglaterra ainda estava na idade da pedra em questões técnicas. O filme é de 1940, mas parece ser de 1800 e pouco. Não que a reconstituição de época seja espetacular, mas por precariedade de produção e a qualidade da cópia se desmanchando também não ajuda muito. Em compensação, artisticamente, a partir do roteiro, dá de 10 a zero em muito do que saiu de Hollywood naquela época. Longe do conservador código Hayes, os ingleses ousavam mais na violência, embora fora de quadro. Tod Slaughter, ator já era consagrado nos palcos londrinos como vilão, assumia na tela a persona malvada com bom humor, quase que uma caricatura de si mesmo. Pode soar exagerado, mas combina com o teor farsesco da trama. Na história, impostar mata herdeiro para assumir seu lugar, sem saber que na verdade ganhará apenas dívidas. Sente-se quase que obrigado a assassinar pra conseguir alguns dobrões. Com muitos personagens e subtramas interessantes, várias delas não se encaixam ou acabam mal explicadas. Talvez o motivo seja que, a metragem original dele foi drasticamente encurtada ao ser exibido nos EUA, com leis de moral e conduta muito mais rígidas. Infelizmente, as versões que rodam o mundo com os trabalhos de Slaughter são as de lá.

Crime na Mansão Sombria – Crimes at the Dark House

- Inglaterra 1940 De George King Com Tod Slaughter, Sylvia Marriott, Hilary Eaves, Geoffrey Wardwell, Hay Petrie, Margaret Yarde, David Horne 68’ Horror


DVD - A London Films (WorksDVD) o distribuiu dentro de uma caixa chamada Ataúde Macabro e avulso contendo outro filme de Tod Slaughter. A imagem está novamente péssima, cheia de rabiscos, com o áudio inconstante, mas logicamente, é uma aquisição válida devido à oportunidade rara de se assistir o ator, primeiro mestre do horror inglês.

Cotação:

11 de setembro de 2008

Confissões à Meia-Noite

Esta comédia deu tão certo que é até hoje um dos poucos exemplares do gênero a ter considerável número de indicações ao Oscar. Leve e maliciosa ao mesmo tempo, seu sucesso fez com que o trio de protagonistas, Doris Day, Rock Hudson e Tony Randall, repetissem a parceria mais duas vezes, criando quase um estilo de cinema. Sempre com fotografia clara, direção de arte colorida em tons pastel e invariavelmente uma canção ou outra dela na trilha sonora. Aqui, Day é uma mal-humorada decoradora que tem o azar de dividir a linha telefônica com Hudson, um desconhecido e bonitão compositor. Ele usa o telefone para traçar todas as menininhas cantarolando a mesma canção apenas mudando o nome da homenageada. Não se sabe se a loira fica irritada pela linha estar sempre ocupada, ou, porque isso lhe lembra que é solteirona em Nova York. Como ambos têm um amigo em comum, milionário dono de gravadora, acabam se conhecendo pessoalmente, embora ela não saiba que o simpático caipira texano e o galanteador músico sejam a mesma pessoa. Já o cara não só se esforça para seduzi-la, como se diverte fingindo ser uma terceira pessoa. Escuta a conversa dos pombinhos para dar palpites tentando jogar um contra o outro. O roteiro é realmente engenhoso com as reviravoltas e mal entendidos plausíveis, mas lamentavelmente a mocinha enganada o tempo todo não tem um desfecho compensador. Se a gente esquecer que estamos em 2008, depois de todas as conquistas femininas, e encararmos o filme como se ainda fosse 1959 é diversão classe A garantida com direito a algumas risadas. O elenco ainda tem a querida Thelma Ritter vivendo empregada doméstica alcoólatra. Papel pequeno, mas de desempenho excelente como sempre.

Confissões à Meia-Noite – Pillow Talk

- EUA 1959 De Michael Gordon Com Doris Day, Rock Hudson, Tony Randall, Thelma Ritter, Nick Adams 98’ Comédia


DVD - Como tantos outros da Universal Pictures, o único extra é o trailer original. A imagem, embora em widescreen, mantém muitos rabiscos de película. Para saudosistas, está presente a dublagem de quando passava na TV, com vozes típicas pronunciando erres e esses perfeitinhos.

Cotação:

Eles Vieram do Espaço Exterior

A melhor parte, mas melhor mesmo, é no final quando os heróis descobrem um jeito de proteger mentes de serem invadidas pelos alienígenas. Constroem um capacete de prata que dá pra jurar ser nada mais, nada menos do que um escorredor de arroz pintado! O duro é agüentar o filme até ali. Como 99,9% dos de baixo orçamento, compensam cenas de ação com um interminável blábláblá... Produção da Amicus, concorrente da Hammer, possui muita similaridade com Vampiros de Almas, claro, sem a mesma competência, mas com algum charme trash. Depois que três meteoritos caem na Terra, cientistas vão sendo possuídos por alienígenas, enquanto populações inteiras são atacadas por estranha doença fatal. Muito confuso, as explicações são tantas que fica chato e não tapam a maioria dos furos no roteiro. Por tanto, não se preocupe em tentar entender! Facilmente nos faz dar boas risadas e ainda tem a atriz Jennifer Jayne belíssima tanto boazinha quando malvadinha. Cinematograficamente espanta como é mal feito, sendo que o diretor tem uma carreira longa, incluindo clássicos da Hammer Films.

Eles Vieram do Espaço Exterior – They Came from Beyond Space

- Inglaterra 1967 De Freddie Francis Com Robert Hutton, Jennifer Jayne, Zia Mohyeddin, Bernard Kay, Michael Gough, Diana King 85’ Ficção Científica


DVD - Pode ser baixado de graça em qualquer site de troca de arquivos sem copyrights, embora para colecionadores a London Films (WorksDVD) o comercializou junto a outra bomba no gênero. A imagem está pútrida e não há extras fora biografias mal escritas do diretor e do “astro” principal.

Cotação:

As 7 Faces do Dr. Lao

Voltar a esse filme depois de tanto tempo é como se deparar com as mais misteriosas e profundas crenças infantis. Tentando desvencilhar qualquer saudosismo, a produção se mantém válida e saborosa para todas as idades. Até porque, os valores defendidos por ela não vão morrer nunca, nem o encanto de crianças por mitológicas criaturas executadas com capricho técnico. Velho chinês chega com seu circo mágico a Abalone, pequena e nada próspera cidade do velho oeste. Ela será extinta graças a um soberbo homem que quer comprar as casinhas de todos, convencendo o povo mesquinho de que aquele lugar não vale nada! No circo do Dr. Lao descobrirão que a abundância chegará sim, além de ganharem lições de moral com cada uma das figuras bizarras. Tremendo fracasso de bilheteria em seu lançamento, cozinhou a carreira do diretor, embora a atriz Barbara Eden fosse consagrada logo depois na série Jeannie, É Um Gênio. As 7 Faces do Dr. Lao é uma daquelas produções que se tornaram clássicas na posteridade devido às constantes reprises na TV. Gerações inteiras aprenderam a amá-lo, assim como A Fantástica Fábrica de Chocolate, Fúria de Titãs, O Pássaro Azul entre tantos outros. Tony Randall, muito popular na época, tem desempenho fenomenal fazendo seis papéis com ajuda de maquiagem. Mereceu o único Oscar do filme, especial de melhor maquiagem, já que tal categoria ainda não existia. Curioso como quando Randall envelheceu de verdade ficou muito parecido com o adivinho cego Apollonius de Tyana, interpretado quando tinha 44 anos. O mundo realmente é um circo...

As 7 Faces do Dr. Lao – 7 Faces of Dr. Lao

- EUA 1964 De George Pal Com Tony Randall, Barbara Eden, Arthur O'Connell, John Ericson, Noah Beery Jr., Peggy Rea, John Doucette 100’ Comédia/Fantasia


Cotação:

10 de setembro de 2008

Janela Indiscreta (1954)

Tão elegante e requintado que é difícil de acreditar que tenha sido feito a partir de um conto. James Stewart é o fotógrafo que após se acidentar passa as tarde quentes em seu apartamento nova-iorquino bisbilhotando a vida dos vizinhos. Janela a janela, vai se entretendo com a vida comum dos outros até se deparar com o que pode ser assassinato. Alfred Hitchcock num dos seus melhores momentos também nos imobiliza em gesso. Só vemos o que o protagonista vê, exceto numa madrugada quando ele cochila. Grace Kelly e Thelma Ritter são as coadjuvantes de luxo, sendo a primeira a namoradinha endinheirada e a outra a enfermeira num tipo habitual à atriz, uma espécie de consciência ou grilo falante do papel principal. Assim que Stweart as convencer que presenciou realmente um crime, a trama ganha em agilidade com melhor aproveitamento da cenografia e sua pulsante realidade. Impossível deixar de comentar não só a excelente direção de arte, executada de forma incomum e do uso da trilha sonora, ou da falta dela, já que todo o som é exatamente o que o fotógrafo ouve. Estes dois elementos de impecável apuro técnico, produzidos perfeitamente em época distante, só reforça o emblema de obra prima.

Janela Indiscreta – Rear Window

- EUA 1954 De Alfred Hitchcock Com James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter, Wendell Corey, Raymond Burr, Judith Evelyn, Georgine Darcy 112’ Suspense


DVD - A Universal manteve em todos os do diretor que lhe dizem respeito capa e menus padronizados, o que além de ser feio por si só, ainda piora na estante ao ser misturado em ordem cronológica com os de diferentes distribuidoras. Pra variar, o tal livreto descrito na contracapa não está neste também. Há um documentário longo de analises e sobre a restauração, um menor só sobre os bastidores, galeria de imagens, trailer original e do relançamento. Este último já presente em outros da série.

Cotação:

6 de setembro de 2008

Rebecca - A Mulher Inesquecível

Bem à frente de seu tempo artisticamente, Hitchcock estreava no cinema americano dando três filmes de gêneros distintos em um. A primeira parte é um magnífico romance, onde uma simplória dama de companhia conhece milionário viúvo. Apaixonada perdidamente por seu charme, aceita de imediato o pedido de casamento. O irresistível (e artificial) conto de fadas é crucial para nossa identificação com a garota já que a trama é contada na primeira pessoa. Na segunda parte, casados vão morar na mansão centenária Manderley. Temos um filme de horror, daqueles góticos com o vento soprando palavras de desordem em mentes desprotegidas, sem faltar nem uma governanta, que pra bruxa só precisa de vassoura. A noivinha descobrirá que caiu numa furada. Desprotegida, terá que enfrentar Rebecca, a falecida esposa mais viva do que nunca em todos os cantos escuros. Exatamente porque a história exigiu nossa identificação com a mocinha lá no começo que neste ponto chega a dar certa raiva da sua inércia diante da vida empoeirada ao qual lhe é imposta. Quando finalmente resolver peitar não só a governanta fidelíssima à finada, mas sua costumeira postura submissa, Hitchcock nos entrega uma trama policial cheia de reviravoltas bem à sua maneira. Todo o esforço de clima faz com que a obra perdure por muito tempo na mente após seu término, e também nos leva a certos raciocínios. É muito discutido o possível lesbianismo da governanta com Rebecca, e até pode ser, mas pouco se aponta para outro traço forte de homossexualidade. Qual seria o motivo para Max, o magnata dono do mundo, se manter casado com Rebecca, sabendo desde o início que a moça não era flor que se cheirasse? Embora posteriormente tivesse torcido o nariz ao resultado, o mestre chegava com muita gana de vencer nos EUA e não ser cozido pelo sistema como aconteceu com vários outros diretores. Toda a munição gasta aqui gerou um de seus filmes mais típicos, e sem dúvida, uma de suas maiores obras-primas. Isso sob o olhar do poderoso produtor Selznick que sempre mandou e desmandou no trabalho de seus contratados. Reza a lenda que ele só deu relativa liberdade a Hitch por estar muito ocupado finalizando ...E O Vento Levou. Ao estrear no Brasil, a escritora Carolina Nabuco acusou a inglesa Daphne Du Maurier, cujo livro originou o roteiro, de ter plagiado seu romance A Sucessora, lançado quatro anos antes. Rebecca teve uma tradução nacional assinada por ninguém menos do que Monteiro Lobato.

Rebecca - A Mulher Inesquecível – Rebecca

- EUA 1940 De Alfred Hitchcock Com Laurence Olivier, Joan Fontaine, Judith Anderson, Nigel Bruce, Reginald Denny, George Sanders, Florence Bates 130’ Suspense


DVD - Com nitidez digna de VHS, a Continental comercializa tal filme no Brasil há quase 20 anos com os costumeiros erros de legendas. Como extras há biografias em texto, lista bem mal feita de atrizes q trabalharam com o diretor, galeria com dois pôsteres que não inclui Rebecca e o trailer original.

Cotação:

Dimensão do Terror

Seguindo a tradição clássica dos filmes de horror em episódios, Dimensão do Terror consegue o pouco comum equilíbrio entre eles. São três histórias divertidas sempre indo mais para a comédia rasgada do que o terror. O nome em português pode dar, portanto, falsas expectativas para quem espera algum calafrio. Muito bem feitinhos como tantos outros independentes do começo dos 90, para virarem um longa-metragem ganharam uma costura. E foi aí que morou o perigo! Em tom de chanchada, três pessoas vão ao psiquiatra para fazerem uso de uma nova invenção científica. Ao serem expostos à máquina são confrontados com seus piores medos, e assim entram as historinhas que logo depois desse plot trash só aumentam seus defeitos. Se a gente conseguir relevar tanta besteira amadora entre um e outro, considerando assim apenas os contos, pode-se dizer que são tão bons quanto Além da Imaginação ou seriados semelhantes. Bill Paxton estrela o segundo episódio, como o inquilino indesejado e a distribuidora Works DVD estampa na ficha técnica “apresentando fulano de tal”. Mentira da grossa, pois quase dez anos antes ele tinha sido o irmão malvado em Mulher Nota 1000.

Dimensão do Terror – Future Shock

- EUA 1993 De Eric Parkinson, Matt Reeves e Brion James Com Vivian Schilling, Bill Paxton, Martin Kove, Brion James, Sydney Lassick, Max John James, Eric Parkinson 98’ Horror/Ficção Científica


DVD - Nada haver da WorksDVD (London Films) comercializá-lo junto com a ótima leva de filmes da Hammer. Assim como não se justifica o fullscreen pavoroso, nem o texto da contracapa falando que é considerado um dos novos clássicos do cinema fantástico.

Cotação:

4 de setembro de 2008

Spartacus

Kubrick e Kirk Douglas deixaram sua marca indelével neste espetáculo literalmente colossal. Dá pra sentir a mão genial do diretor em inúmeras tomadas milimetricamente calculadas, assim como a mão de chumbo do ator-produtor, num personagem principal maniqueísta e bidimensional. Se um busca realismo gráfico, o outro a aprovação da platéia média, que há pouco tinha aplaudido Ben-Hur e vários épicos, além de se firmar como estrela de primeira grandeza. O trabalho de um aponta para uma obra prima, o do outro apela às soluções populares. De qualquer forma, os primeiros 40 minutos, durante a escola de gladiadores, são tão empolgantes que compensam qualquer outro momento enfadonho. A existência da disputa política, mais arrastada do que devia, é outra óbvia concessão para a exploração das estrelas presentes no elenco. E claro, Sir Lawrence Olivier, o imperador bissexual e maquiavélico, rouba a cena! Seu personagem é quase palpável de tão complexo. Spartacus, o escravo que se rebela contra o regime opressor e utopicamente cria seu próprio exército de ex-escravos, ao contrário dos filmes similares, não toca em cristianismo, sua história se passa bem antes do nascimento de Jesus. Embora toda a benevolência do herói lembre a trajetória do Salvador, faz mais paralelo com a situação assustadora de castração ao qual intelectuais do período conviviam em plena era Carter.

Spartacus – Spartacus

- EUA 1960 De Stanley Kubrick Com Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Charles Laughton, Peter Ustinov, John Gavin 198’ Drama/Ação


DVD - A cópia da Universal (que tem minutos a mais) não está tão restaurada quanto deveria, muitas vezes chega a aparecer saraivada de rabiscos pretos. Incluíram um pequeno livreto sobre a obra, o que é sempre bacana para se saber mais, mas não vem com nenhum documentário ou material exclusivo. A maioria dos extras é proeminente de outras vezes em que foi comercializado. Até as duas faixas de comentários são sobras. A do restaurador entrega o jogo ao tratar o telespectador como consumidor de LD. Tudo está legendado em português, inclusive os dois comentários, e as ótimas cenas deletadas.

Cotação:

2 de setembro de 2008

Imitação da Vida

Melodrama barato de sabor irresistivelmente kitsh. Lá pela metade nos dá a sensação de que estamos vendo uma novela com a Regina Duarte às voltas com a filha problemática. É só sensação mesmo, porque é um produto Holywoodianíssimo! Lana Turner transpira um glamour que mesmo quando o filme foi feito já era raro entre as divas. Antes filmado com Claudette Colbert, esta segunda versão da história, uma das campeãs em lágrimas dentro das salas de cinema, gira em torno de duas mães, Turner uma aspirante a atriz que já passou da idade e Juanita Moore, negra, pobre, sofredora e religiosa. Cada qual possui uma filha, que confrontarão ao extremo as posturas exageradas das mães, tanto subserviência quanto ambição desenfreada. Só quase no fim a da atriz, quando estiver bem rica e poderosa, lhe encostará à parede cobrando afeto e sua presença, já a de Juanita, coitada, desde pequenininha deixará bem claro morrer de vergonha da mãe negra. É um dramalhão tão lascado, mas ao mesmo tempo tão exageradamente artificial que se torna engraçado. Susan Kohner, muito parecida com Natalie Wood, a primeira opção para o papel, não só nega a pobre mãe como foge para cair na vida, divertindo velhos senhores em um cabaré de quinta categoria. Turner de pobrezinha escrupulosa no inicio convence muito pouco, e de certa forma nos faz torcer para que o sucesso chegue logo à sua carreira. Já vá esperando choro que lhe será arrancado a fórceps no final!

Imitação da Vida – Imitation of Life

- EUA 1959 De Douglas Sirk Com Lana Turner, John Gavin, Juanita Moore, Karin Dicker, Sandra Dee, Susan Kohner 125’ Drama


Cotação:

Mulher Nota 1000

Comedinha teen 80’s dirigida pelo especialista John Hughes de efeito inferior as outras como O Clube dos Cinco e Gatinhas e Gatões, mas ainda divertida. A visão do adolescente em busca de sexo está bem superada. Não que produtos similares atuais não foquem nesta preocupação, mas é tudo muito soft e careta, duvidosamente a galera de 2008 veria graça naqueles nerds infantilizados. Realmente engraçado é o uso de computadores pessoais de forma tão irreal. Dois garotos (um deles é Anthony Michael Hall astro do gênero) resolvem criar a própria gostosa ao ver o clássico a Noiva de Frankenstein na TV moldando-a com a ajuda da máquina. Sem software nem nada! Apenas desenhando wiframes, como se moldassem barro. É quase como um filme dos anos 40 sobre a chegada do homem à lua, ou um filme de agora sobre daqui a 20 anos. Sempre são tiros n’água! Mais absurdo é que escaneiam um monte de revistas de moda para conseguirem a beleza ideal, assim como fotos de Einstein para que a beldade ainda por cima seja inteligente. O resultado é a modelo Kelly LeBrock, muito famosa naquele tempo, e demonstrando ser astuta ao topar esse papel que brinca com sua imagem pública. Será na verdade uma espécie de fada madrinha, com alguns poderes mal explicados, que deixará os garotos tão nervosos que jamais consumarão seus desejos carnais. Há uma cena onde beija um deles apalpando sua bunda que cheiraria a pedofilia aos padrões 2000 do que é politicamente correto. Robert Downey faz um dos bad boys, quando ainda não assinava “Jr.”.

Mulher Nota 1000 – Weird Science

- EUA 1985 De John Hughes Com Anthony Michael Hall, Kelly LeBrock, Robert Downey
Jr., Ilan Mitchell Smith, Bill Paxton, Suzanne Snyder 94’ Ficção Científica/Comédia


DVD - Dá pena a Universal ser dona destes clássicos adolescentes dos 80. Seus DVDs são pobres de tudo! Menus estáticos, extras que se resumem a trailer e até a impressão da capa é sofrível.

Cotação: