23 de março de 2008

Mamãe é De Morte

Tem a mistura exata de humor negro e crítica social que John Waters lapidou/tentou durante toda carreira. Nunca foi tão feliz quanto nesta farsa da dona de casa politicamente correta que não pensa duas vezes em assassinar quem se meter a besta com sua adorável família. Kathleen Turner não está mais do que espetacular no papel título! Waters declarou na época do lançamento que a certeza de que ela seria a escolha ideal aconteceu quando assistiu A Guerra dos Roses, e o paralelo entre esses dois personagens é notável. Talvez a diferença seja que no dos anos 80 Turner ainda ocupava o lugar de loira sexy do momento querendo cair fora da furada que isto parece ser, e no dos 90 brincava com tal fato. Exibido pela Band inúmeras vezes, infelizmente é mais um a receber título em português bem idiota. O trocadilho infame “Mamãe é De Morte” emprega lhe um sentido de comédinha suave o que pode afastar um público inteligente. Não há duvidas de que se trate de um clássico moderno! Tão cheio de referências aos mais escrotos hábitos e tipos comuns que pode ser revisto centenas de vezes com diversão garantida. Doente em certo ponto, tal e qual sabemos bem que é o mundo. Um lugar onde “corretas” donas de casa (cristãs) se entregam a prazeres provocados por lambidas caninas enquanto cantarolam doces canções. Atitude quase tão assustadora quanto um crime cometido a golpes de pernil... Pra quem acredita em verdadeiros valores familiares, distantes dos impostos nos reclames de margarina da TV.

Mamãe é De Morte – Serial Mom

- EUA 1994 De John Waters Com Kathleen Turner, Sam Waterston, Ricki Lake, Matthew Lillard, Mink Stole, Traci Lords, 93’ Comédia


DVD - Merece sem dúvida o título de porco! Menus ridículos, tela cheia, qualidade de imagem parecida ao do VHS, áudio mono, e a arte da capa usa screenshots do filme em baixa resolução... Aliás, a contracapa tem uma sinopse das mais estúpidas que já vi na vida! Vamos fazer um exercício de sonhar! Saiu este mês nos EUA pela Universal uma edição de colecionador cheia de extras.

Cotação:

11 comentários:

  1. Vi-o há bastantes anos atrás e agora considero-o como a última vez que assistimos ao grande talento de Kathleen Turner. Sem ela, o filme não resultaria.

    Abraço primo.

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  2. Nossa, eu oi vejo e revejo a mais de dez anos! Me arrependo de meu preconceito na época a comédias bobocas ter-me impedido de assistir no cinema! :O

    Olha, tens razão quanto ao último grande trabalho dela!

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  3. uma pena que essas edições de colecionador dificilmente chegam ao brasil, esse filme é uma das minhas comédias favoritas, toda a seqüência do tribunal até o final é simplesmente impagável.

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  4. Pedro, uma obra prima mesmo! Pra gente só vem o resto! :(

    Oh, tem conta no IMDB? Entra lá e ajude a subir a cotação baixíssima dele!

    http://www.imdb.com/title/tt0111127/

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  5. O que eu fico revoltado é como se faz um descaso com um filme desta qualidade. primeiramente porque foi lançada aqui no Brasil pela péssima Spectra Nova, com menus chulos, áudio mono, tratamento de imagem bem parecido com o do formato VHS, a arte da capa é um lixo e uma sinopse de envergonhar qualquer fã de John Waters, mas felizmente temos uma Kathllen Turner (espetacular) defendendo sua família com unhas e dentes,matando velhinhas com um pernil e depois contemplando a um musical infantil e estrepando uma de suas vítimas retirando as víseras pelas costas. Todo esse espetáculo de irreverência paga qualquer decepção que possamos ter com o seu lançamento por aqui. Inveja eu tenho dos americanos (pelo menos neste sentido) que tiveram um lançamento digno, como este filme merecia.

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  6. Ricardo, lamentável esta edição mesmo. O melhor lançamento no Brasil de um filme de Waters continua sendo o Cry Baby.

    Tem um documentário longo fantástico.

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  7. O curioso Miguel nunca assisti a Cry baby, lembro-me que na época do VHS, este título estava sempre disponível, mas não sei o porquê que eu nunca quis pegá-lo. Hoje eu até queria assistí-lo, mas não tem mais este título por aqui. Aliás Miguel as locadoras da minha cidade são bastante limitadas, não dispõem de muitos filmes clássicos, nem de gêneros musicais e suspenses. É mais lançamentos mesmo. Um dia perguntei a um dono de locadora aqui da cidade, por que eles não compravam clássicos ele me respondeu o seguinte: que não tinha público para locar este tipo de filme. Achei isso um absurdo. Incrivelmente Miguel eu já assisti vários títulos clássicos e bons suspenses e terror antigos na época do video por aqui, era por que haviam dois donos de locadoras que tinham um um bom gosto e um senso crítico em relação aos filmes, claro que tinham tranqueiras também, até porque haviam todos tipos de público, mas sempre gostaram de incluir bons títulos na sua locadora. Infelizmente a era do VHS chegara ao fim e com ele deixou-me a saudade de ver estas pérolas.

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  8. Ricardo, já perguntei e ouvi a mesma coisa. Hoje alugo muito pouco exatamente por isso. Além de achar que é preferível comprar o que quero do que alugar.

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  9. Pôxa Miguel e você mora numa cidade tão grande, vi que moras em Jundiaí, portanto subentendi que havia muitas opções em relação a locadoras e títulos. Estou estarrecido!!

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  10. Ricardo, ledo engano! Jundiaí é um lugar bem prosaico.

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  11. Alguem sabe se tem com assistir online? Obrigado. Filme nota 10

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