2 de abril de 2008

Onda Nova

O cinema feito por José Antonio Garcia e Ícaro Martins nos 80 está para a cidade de São Paulo como o de Woody Allen está para Manhattan! Apaixonadamente bairrista, mostrando cenários pouco vistos na tela grande. Onda Nova, é uma grande farra, começa com Camurati e Muttarelli pixando lençóis estendidos no parque Ibirapuera. Recurso amador para se mostrar créditos, mas eficiente como demonstração do espetáculo que teremos. É a segunda parte de uma espécie de trilogia do sexo jovem assinada pelos diretores naquela época (completa com O Olho Mágico do Amor e A Estrela Nua), e infelizmente a mais fraca, com o argumento simples e por vezes difícil de ser acompanhado. Há um fiapo de trama: Garotas moderninhas montam um time de futebol, o Gayvotas Futebol Clube, e a partir daí teremos suas desventuras pessoais quase sempre envolvendo a sexualidade. Algumas cenas de sexo (hetero, gay, lésbico) esbarram no sexo explicito não raro gratuito. Até o jogador Casagrande tem seu momento hot. Não se faz de rogado quando uma tiete pede com a finesse peculiar às produções da boca-do-lixo, que ele lhe “descabaçasse”. Mas legal mesmo é que como tudo excessivamente moderno hoje fica hilário amanhã, tornou-se um exagerado raio-x do seu tempo. Onda Nova não é a tradução de New Wave afinal? De sapatões com corte de cabelo repicado tipo Simone, sonatinha tocando Rita Lee à sempre desnecessária participação de Caetano Veloso, aqui mais freak do que de costume. Patricio Bisso brilhante poderia ter sua Olga Del Voga explorada em mais filmes brasileiros. Teríamos nossa própria Divine, só que made in Argentina, né?

Onda Nova – Onda Nova

- Brasil 1983 De José Antonio Garcia e Ícaro Martins Com Carla Camurati, Cristina Mutarelli, Cida Moreira, Vera Zimmerman, Tânia Alves, Patricio Bisso, Regina Casé, Ênio Gonçalves, Dartagnan Júnior 98’ Comédia


DVD - A Cinemagia presta um verdadeiro serviço ao cinema do Brasil lançando produções de pouco sucesso comercial, nem sempre devidamente reconhecidas, embora curiosas e divertidas. A arte da capa está bem bagunçada, diz que o gênero é “Nacional”, e que erroneamente está em fullscreen. Os extras se resumem a biografias em texto, galeria de fotos, e pra dar água na boca, lista de alguns outros títulos lançados pela distribuidora.

Cotação:

12 comentários:

  1. Passou hoje no Canal Brasil, já revi várias vezes, cada vez mais hilário. Aquelas cenas do Casagrande são impagáveis!!! Queria saber por onde andam aquelas atrizes mais desconhecidas do filme, como a que interpreta a Polenta, Neneca... Bela iniciativa!

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    1. Interessante é que nos sites que falam sobre o filme, não há nenhuma menção aos nomes das atrizes.

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  2. Anônimo, os filmes do José Antônio Garcia tem este mérito! Ficam cada vez mais divertidos.

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  3. Ótimo filme para assistir sem som!

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  4. O filme é trash de doer. Na época do lançamento saí no meio. O pior é o som dublado e fora de sincro.
    Mas hoje, assistido a uma distância segura, tem o mérito de registrar o vazio que se achava moderno da era pré-Aids. Hoje, o vazio continua, mas com outro figurino fashion.
    Bom mesmo é o Patríco Bisso. Que pena que não existe um filme com ele no papel principal. Um gênio.

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  5. Ceu D'Ellia, totalmente certa! E tenho ainda um carinho pessoal sobre esse filme.

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  6. É por esses e outros filmes, que muita gente hoje fala mal do cinema nacional.
    Vou classificá-lo a altura: UMA BOSTA DE FILME!

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  7. Lia, espero que a sua opinião seja própria e não pelo que os outros acham ou deixam de achar.

    Aliás, boa parte do cinema feito no hoje no Brasil é sim uma bosta completa.

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  8. Trash é pouco! Vale pela presenças das gatas, especialmente Carla Camurati e Vera Zimmerman.

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  9. Rob, chiii! Mais um "intelectual" que assiste cinema pra ver mulher famosa pelada.

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  10. o ke vale a a carla camurati e a Vera Zinermann no alto de toda sua gostosura

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