8 de agosto de 2008

Los Angeles – Cidade Proibida

Quem tem asas voa na cidade dos anjos. Quem não tem se envolve até o pescoço com todo tipo de sujeira. A grande sacada deste filme, dirigido pelo então apenas medíocre Curtis Hanson, não é em apelar para o realismo de uma época, mas desenrolar a história justamente no imaginário popular sobre o que teria sido a primeira metade da década de 50. A Califórnia repleta de espertalhões mamando na efervescência local à revelia de uma polícia considerada a melhor do mundo. Como não poderia deixar de ser, perambulando pelo roteiro inúmeras referências à Hollywood clássica, sendo a mais saborosa a agência Flor de Lis, especializada em prostitutas sósias de atrizes famosas. Nesse cenário surge a personagem de Kim Basinger, uma ode ao saudosismo relembrando a fatal Veronica Lake. Ela é o contrapeso aveludado entre os policiais bonzinhos e durões, arrastados para a disputa do tráfico local. Tem presença luminosa, embora seu desempenho não seja lá essas coisas pra ter levado o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 97. Mero detalhe perto da reconstituição de época, trilha sonora, direção de arte, tudo parece funcionar! Só não é uma obra-prima porque há subtramas e personagens demais ao ponto de depois da primeira hora ficar confuso, quase maçante. Assista aos créditos finais inteiros.

Los Angeles – Cidade Proibida – L.A. Confidential

- EUA 1997 De Curtis Hanson Com Kevin Spacey, Russell Crowe, Guy Pearce, James Cromwell, Kim Basinger, Danny DeVito, David Strathairn, 138’ Policial


DVD - Muito bem feito, com a estética dos menus lembrando uma revista sensacionalista, tal e qual a revista Hush-hush do filme. O material em texto sobre os 50’s é bem interessante, dando um panorama geral aos pontos relacionados à ficção que se acabou de ver. Falha grave a falta de legendas não só no making off de quase meia hora, mas no resto dos extras. Há um mapinha com as localidades de Los Angeles onde cada ícone ao ser clicado exibe trecho do filme com algumas explicações, e uma galeria curiosa com Hanson mostrando imagens que serviram de base para a produção. Ele confirma que o galã B Aldo Rey teria servido de inspiração para Russel Crowe, inclusive o corte de cabelo. Está presente a opção (típica dos DVDs mais antigos) de se assistir ao filme só com as músicas, função não muito prática graças aos longos minutos silenciosos sem os diálogos. Além disso, spots de TV e trailer de cinema.

Cotação:

8 comentários:

  1. Um filmaço que faço questão de dizer que tenho na coleção. Sem dúvidas, um grande filme!

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  2. Eu simplesmente adoro este filme. E concordo com você: a Basinger não merecia Oscar algum. Mas o elenco é ótimo. Russel Crowe dá medo, James Cromwell está soberbo, Danny De Vito, Kevin Spacey e, naturalmente, David Stratham. Foi o filme que catapultou Russel Crowe ao estrelato.

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  3. Ibertson, realmente vale a pena ter na coleção. E o revendo em DVD depois de não o ver por anos (apenas em VHS) deu a sensação de uma nova experiência.

    Olga, gozada a arte da capa/poster, dando destaque pra Basinger e o Kevin Spacey recém ganhador de Oscar, sendo que o papel dos outros é muito maior.

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  4. Filme esnobado no Oscar daquele ano, mas venerado pela crítica. Ainda bem.

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  5. Jacques, mais um célebre derrape da Academia, né?

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  6. Olá! Gosto do que vc escreve, mas...alguns reparos: o Oscar da Kim...foi de coadjuvante, algo menor, à altura de seu papel e desempenho; a agência/cabaret chama-se Flor de Lis (referência à realeza francesa) e não Lótus (flor oriental).
    Dos neo- noirs, este é o meu predileto. Abraços cinéfilos!

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  7. Este título sem dúvida é um ótimo policial noir, com muitas cenas de ação e violência com trama rocambolesca e sem falar na referência que o filme faz a uma Hollywood dos tempos áureos da década de 50, introduzindo prostitutas de luxo,sósias de atrizes hollywoodianas. A direção do até então mediano Curtis Hanson é eficiente, e por vezes explêndida. É incrível como Curtis conseguiu dar uma guinada na sua carreira nesta época, diretor de filmes razoáveis á um filme premiado como este, isto é que se chama virar á mesa. Russel Crowe mostra seu talento num grande papel antes do consagrado gladiador. E como também como todo o elenco de coadjvantes brilham nesta trama nonsense. Em especial Kim Basinger que ganharia merecidamente o oscar de melhor atriz coadjuvante, que antes de oscarizada vivia mergulhada em filmes irregulares. A performance de Kim é magistral e tão bonita que deveria dar mais espaço ao seu personagem. Com certeza ela demonstrou que sabia atuar. Pena que após Los- Angeles Cidade Proibida a carreira de Kim deu pra trás, voltando a escolhas equívocadas, tais como: A Filha da Luz e África dos meus Sonhos. É a chamada maldição do oscar, Kim não é a única, o que o diga Halle Barry e tantas outra. Isso é o oscar!!!

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  8. Ricardo, a diferença dela para as outras é que até o Oscar ela tinha uma carreira de sucesso há muito tempo, então em declínio. As outras quase sempre ganharam o prêmio junto com a explosão das carreiras.

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