11 de dezembro de 2008

Polyester

Tem algo muito fedorento na classe média. Parece ser a principal função de John Waters nesta vida apontar de onde vem o mau cheiro na ostentação da família perfeita. Ele nunca foi tão explícito na empreitada quanto em Polyester, quando a platéia recebia na porta dos cinemas uma cartelinha com números que deveriam ser raspados conforme a protagonista ia cheirando os objetos em cena: estava inventado o Odorama! É o elo não perdido entre toda a trasheira da filmografia de Waters na década de 70 com seu lado mais civilizado exibido a partir dos 80. Pode não ser dos seus trabalhos mais brilhantes, mas ainda muito bom! Divine é Francine, uma dona de casa comum de Baltimore com inúmeros problemas domésticos. Saca a lista: O marido é dono de um cinema pornô e é amante da secretária (que se orgulha de usar roupa 100% polyester), o filho é um junkie conhecido como o pisoteador do supermercado (!!!), a filha a biscatinha de cabelo a lá Farrah Fawcett que dança para os garotos da escola em troca de uns caraminguás, e a mãe, a velha mais perversa imaginável! Pra piorar, o circulo social de Francine se resume à ex-empregada doméstica que ficou milionária, e que por sinal, será a única a ficar do seu lado quando a pobrezinha cair nas teias do vício do álcool. De lambuja ainda temos Tab Hunter, ex-galã teen dos anos 50, fazendo par romântico com Divine, parceria que iriam repetir algum tempo depois no hilário A Louca Corrida do Ouro.

Polyester

- EUA 1981 De John Waters Com Divine, Tab Hunter, Edith Massey, David Samson, Mary Garlington, Ken King, Mink Stole, Stiv Bators 86’Comédia


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