3 de maio de 2008

David e Betsabá

Esses épicos bíblicos têm algo de suburbano, de engraçado em sua grandiloqüência. Quase como aquele vizinho que resolve construir uma piscina no quintal só pra ostentar seus caraminguados. A Fox não tinha um Cecil B. Demille à mão e pouco se importou, porque apostava que uma história clássica tirada do Novo Testamento serviria para emocionar as multidões. Aliás, na verdade tirada de um romance famoso na década de 40, e esse sim era baseado nas escrituras. Isso talvez explique a ausência de grandes tomadas com multidões, se restringindo ao bas-fond do romance extraconjugal, o que junto às interpretações empostadas tornam os primeiros minutos quase insuportáveis. Susan Hayward está adorável com sua Betsabá (ou Bate-Seba), uma das precursoras do fetiche “exibicionista/voyer”. Danadinha, percebe que o Rei Davi vai toda noite caminhar em seu terraço e aproveita a ocasião pra tomar banho. Mesmo sendo casada! Claro que desde que o mundo é mundo o que não falta é a boa fofoca, e numa época em que adultério era castigado com apedrejamento público se armará o borogodó. Ou como chama o Meu Livro de Histórias Bíblicas: Apuros na Casa de Davi. Há quem aposte que a ira de Jeová impedirá esse adocicado romance de chegar ao happy end?

David e Betsabá – David and Bathsheba

- EUA 1951 De Henry King com Gregory Peck, Susan Hayward, Raymond Massey, Kieron Moore, Jayne Meadows, John Sutton 116’ Drama/Romance


DVD - Duvido que na época de seu lançamento a imagem estivesse tão fantástica como nesse disco. Cristalina, com contrastes e brilho ressaltando a fotografia colorida em tons de sépia. Uma dublagem em português radiofônico (daquelas com os “erres” e “esses” corretinhos) é bonitinha, porém contrasta com tanta perfeição, já o áudio original está limpo. O único bônus é o trailer sensacionalista da época.

Cotação:

2 comentários:

  1. Muito fraquinho. Nem o talento de Gregory Peck conseguiu salvar a fita.

    No género há bem melhor e muito por onde escolher.

    Abraço.

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  2. É filminho pra moçoilas casadoiras suspirarem...

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