31 de maio de 2008

O Circo dos Vampiros

Festival sangrento de tipos bizarros, é um raro filme da Hammer a usar vampirismo longe de suas séries, como Drácula, ou a trilogia de Karnstein. Quinze anos após cravarem uma estaca em terrível conde que seduzia criancinhas, vilarejo europeu do século XIX vê a praga dita pelo cujo se concretizar ao serem contaminados com a peste negra. Agonizando ele jurou matar a todos, a começar por seus filhos. Isolados a bala pelos moradores das cidadezinhas vizinhas, têm a única forma de fugir (pelo menos mentalmente) de tamanha desgraçada com a chegada de um circo bizarro. Engraçado é que a trupe é recebida de forma hostil, e rebate o tratamento da mesma forma, mas nem por isso deixa te ter uma platéia cativa. O roteiro foge apenas do tema vampirismo, com inúmeros personagens que morfam de animais para humanos, com momentos brilhantes, como a famosíssima dança da mulher tigre peladíssima, chegando a fazer os mesmos movimentos de corpo que o tigre excitado faz em sua jaula. Tanto Emil, o homem pantera, quanto o tal conde vestem-se de forma espalhafatosa como se fossem para um show de rock glam! Mesmo em produção visivelmente pobre, a ambientação é bem feita, porque combina com aqueles personagens vivendo realmente em meio à deficiência de crenças e recursos financeiros. A falta de dinheiro só é sentida na execução dos efeitos especiais, porque há centenas deles, e nem todos convincentes. Em compensação quando acertam fazem a gente voltar a cena pra prestar mais atenção, de tão bacanas. Outro ponto negativo é a enxurrada de personagens. Há tanta gente saindo e entrando em cena, que em muitos pontos deixa-se de entender quem é quem. Isso dificulta ainda a solução para o destino de alguns deles, como a cigana por exemplo. Pode não ser uma obra prima do estúdio inglês, mas ainda é digno de atenção especial. Sem as estrelas habituais da Hammer, pode-se destacar Adrienne Corri que faz a cigana, vista também em A Laranja Mecânica, e David Prowse como O Homem Forte, que mais tarde seria um dos monstros de Frankeinstein, e claro, a cara por detrás da máscara de Darth Vader em Star Wars.

O Circo dos Vampiros – Vampire Circus

- Inglaterra 1972 De Robert Young Com Adrienne Corri, Thorley Walters, Anthony Higgins, John Moulder-Brown, Laurence Payne, Lynne Frederick, Robert Tayman, Robin Sachs 83’ Horror


DVD - Lançado nos cinemas brasileiros em 1973 como A Cigana e o Vampiro, levou o mesmo nome ao sair na década de 80 em VHS pela F.J.Lucas. Provavelmente se exibido na TV manteve este título. A Works DVD resgatou o título original, além da imagem em formato original. Não há extras, e a qualidade do filme se parece com a de Laser Disc: Não há ranhuras, mas é meio embaçada.

Cotação:

Abaixo o Amor

Esta comedinha romântica derrapa logo depois que exibe o logo clássico da Fox. A abertura animada é só uma tiração de sarro pejorativa com o estilo de produções a qual pretende “homenagear”. Entre aspas porque está mais para esculhambar do que homenagear tamanha a estridência de clichês que são exibidos todo o tempo. A única coisa nos eixos é o argumento inteligente, que deveria ter sido executado com mais seriedade. Austin Powers foi mil vezes mais feliz na tentativa de representar os filmes do período! Renée Zellweger pode ter sua carreira alçada graças à identificação das gordinhas solteironas do planeta, mas não deixa de ser uma chata de galocha pra outra parte da humanidade. Sua tentativa de interpretar uma heroína romântica ao gênero Doris Day não passa de uma caricatura infelizmente bem irritante. Ela é a interiorana que consegue fama e dinheiro ao se mudar para Nova York em 1962 quando lança livro de auto-ajuda feminista. Ewan McGregor faz o famoso jornalista de uma revista masculina que revoltado com o sucesso da rival, que consecutivamente fez esvair suas conquistas amorosas, cria o plano de seduzir a garota para desmascará-la. Ele, um remedo da masculinidade insuspeita de Rock Hudson ajuda na falta de química dos dois. Exageram nos cacoetes como se julgassem estúpidos aqueles doces filmes 60’s. Não é um filme difícil de ser visto, muito pelo contrário, mas as referências exageradas cansam. Como curiosidade, a curta participação de Tony Randall, o dono da editora, a única coisa legítima daquele tempo por ter interpretado algumas comédias românticas como Adorável Pecadora, mas mais famoso na nossa geração por As Sete Faces do Dr. Lao.

Abaixo o Amor – Down with Love

- EUA 2003 De Peyton Reed Com Renée Zellweger, Ewan McGregor, Sarah Paulson, David Hyde Pierce, Rachel Dratch, Jeri Ryan 101’ Comédia


DVD - Porco! Não há outra palavra pra definir um DVD que nem se deu ao trabalho de criar menus exclusivos para ele, só há os logos da Fox ao fundo. Pessoas que costumam alugar filmes deveriam se opor a esse tipo de produto feito às pressas, talvez na certeza de sua descartabilidade. Há sim, e dois trailers de trashes irrelevantes que aparecem no início, quando o player começa a ler o disco, como se ainda estivéssemos no tempo do VHS.

Cotação:

30 de maio de 2008

O Expresso da Meia-Noite

Baixo astral cinematográfico alardeado como baseado numa história real, embora se perceba todos os maneirismos sensacionalistas contidos em qualquer roteiro de Oliver Stone. Jovem norte americano (Brad Davis) é preso ao tentar sair da Turquia com vários tijolinhos de haxixe presos ao corpo. Comerá o pão que o capeta amassou principalmente porque é bem burro, muito mais que por ter sido detido num país com leis caóticas. As primeiras imagens da prisão, com os presos ao ar livre, em selas sem fechadura tomando banho de sol, deixam impossível a comparação com o sistema carcerário brasileiro mostrado nos telejornais. Parece uma colônia de ferias perto das nossas, e lá se vai metade do impacto da película pelo ralo. Mas todo filme sobre injustiças causam aquele mal estar ao final. Dá aquele bode da humanidade. Comandado por Alan Parker, diretor pouco prolífico, há grande esforço fotográfico em representar a luz natural nas velhas construções, fato comum a seus trabalhos. Atitude que não raras vezes fazem o fundo contrastar com os atores. Parece desenho animado antes da era digital, quando os personagens eram pintados em acetato. Mas isso tudo não apaga o interesse da obra, que ainda prende a atenção como um dos melhores sobre dramas carcerários, um clássico das madrugadas da TV Globo...

O Expresso da Meia-Noite – Midnight Express

- EUA 1978 De Alan Parker Com Brad Davis, Irene Miracle, Bo Hopkins, Paolo Bonacelli, Paul L. Smith, Randy Quaid, Norbert Weisser, John Hurt, Mike Kellin 121’ Drama


DVD - Primeira edição lançada pela Columbia, com ridículo e injustificável “Edição de 20º Aniversário” estampado no topo da capa. É daqueles discos com Lado A e Lado B, com widescreen numa face e full na outra, o que exige certa atenção ao manuseá-lo se não o quisermos com marcas de dedos. Outro desconforto é acertar qual é o lado certo que se quer assistir. Os menus nem estão traduzidos, e os únicos extras são o trailer e um documentário contendo entrevista com o real Billy Hayes, mas sem legendas em português. Faz pouco tempo saiu uma edição dupla mais caprichada.

Cotação:

29 de maio de 2008

Tarde Demais Para Esquecer

Jamais houve casal tão elegante quanto Cary Grant e Deborah Kerr! Mesmo sendo comprometidos com terceiros, é tudo tão suave e franco, que quaisquer outros não justificariam o afeto da primeira hora passada no navio. Ex cantora e herdeiro mega milionário conhecem-se ao acaso, e embora relutem a princípio, acabam completamente encantados mutuamente. Antes de pisar em terra firme resolvem fazer um acordo. Daqui a seis meses se reencontrarão desimpedidos no topo do Empire States (“O lugar mais próximo do céu em Nova York”). O acaso tratará de deixar as coisas tragicamente fora do planejado. Este filme passasse num lugar imaginário, naquele lugar onde o amor entre duas pessoas desconhecidas existe quase como uma doença crônica. Tem a ajuda de Vic Damone cantando a música tema, Oscar de melhor canção em 1957, para nos levar quase a um transe apaixonado. Grant e Kerr transmitem tanto carinho mutuo que quase se esquece que pode haver sexo selvagem entre pessoas na mesma situação! Com certeza o fato de ter sido produzido a mais de cinqüenta anos ajuda a quimera da paixão eterna parecer mais compreensível. Há coisas quase bem fora de moda, como outdoors pintados à mão, ou a mocinha obrigada a trabalhar porque desmanchou o namoro com o grã-fino, mas acreditamos tanto possibilidade daquela história que isso pouco importa. O roteiro em mãos menos tarimbadas poderia ter gerado algum engodo açucarado ou dramalhão excessivo nas suas reviravoltas novelescas, mas há humor e segurança suficientes para elevá-lo ao campo dos clássicos da sétima arte. Cinematograficamente bastante simplista, mas apurado em seus conflitos humanos. A postura do noivo original, vivido por Richard Denning, de absoluta abnegação chega a comover. Grant em vias de se aposentar, ainda com seu magnetismo intacto, prova o grande ator que sempre foi além dos Hitchcocks e comédias malucas que interpretou e que sempre exigiram um cara charmoso mais do que um ator de verdade. Nem é preciso ter um coração muito derretido para se cair em lágrimas no óbvio, mas esperado final. Arrebatador!

Tarde Demais Para Esquecer – An Affair to Remember

- EUA 1957 De Leo McCarey Com Cary Grant, Deborah Kerr, Richard Denning, Neva Patterson, Cathleen Nesbitt, Robert Q. Lewis, Charles Watts 114’ Romance


DVD - Outro lançamento da coleção Fox Classics, pobre como todos os outros. Lá vem aquela capinha amarronzada com o cartaz original de fianco, menus estáticos... Mais uma vez não há o cartão dentro com o poster, motivo para a distribuidora padronizar a arte das embalagens. Há trailers a mais do que normalmente o do filme principal, como o de A Malvada com a Bette Davis fake simulando uma entrevista, e uma minúscula galeria de imagens. A película está com ótima qualidade de imagem preservando o Cinemascope e áudio igualmente restaurado.

Cotação:

28 de maio de 2008

A Fera deve Morrer

Milionário excêntrico reúne seis pessoas para passar alguns dias em sua casa. Um deles é um sanguinário lobisomem, e toda a tecnologia que o dinheiro pode comprar ajudará a monitorar e decifrar o enigma. Produção da Amicus, principal concorrente da Hammer, escancara a principal diferença entre as duas em seu roteiro com alguns furos e forçadas de barra. Tem um charme especial pela época em que foi feito, com a trilha sonora suingada no melhor estilo blaxploitation. Dizem que vem um remake por aí. Não chega a decepcionar, mas é mais um filme de mistério do que de horror ou suspense. Dos seres mitológicos explorados pela literatura, o Lobisomen é o que quase nunca funciona no cinema. Até porque, suas aparições sempre frustram pela caracterização insatisfatória. Neste optou-se por um pastor alemão preto! Alguns minutos antes da grande revelação há uma engraçada intromissão, convocando nós os espectadores a descobrir quem é o monstro. O lendário Peter Cushing em papel secundário, um dos suspeitos, é sempre garantia de talento na tela. Cada filme dele mais a teoria de que quanto menos conhecido o ator for mais crível será o personagem vai por terra. Em centenas de películas que participou é absolutamente diferente e convincente.

A Fera deve Morrer – The Beast Must Die

- Inglaterra 1974 De Paul Annett Com Calvin Lockhart, Peter Cushing, Marlene Clark, Anton Diffring, Charles Gray, Ciaran Madden, Tom Chadbon, Michael Gambon, Sam Mansary 92’ Mistério/Horror


DVD - Mais outro da London Films (ou Works DVD) com boa qualidade de imagem, legendas, etc. Honestamente deu destaque na capa a Lockhart do que à estrela Cushing. Como extra a biografia dos dois em texto e a sinopse do filme.

Cotação:

26 de maio de 2008

Algo Mágico Aconteceu

Nem o pior dos piores dirigido por Moacyr Góes equipara-se a esta ingenuidade desconcertante made in Bollywood. A absoluta falta de maturidade artística nos remete aos teatrinhos escolares mais pueris ficando tecnicamente entre os filmes dos Trapalhões e qualquer novelinha da Televisa. As cenas dubladas e narradas (meio Híndi, meio inglês) sem precisão estão provavelmente remontadas a fim de contar a historinha criada posteriormente, se bobear as mesmas filmagens geraram outros não sei quantos filmes. Muito do que acontece é apenas falado em off. Por exemplo, a mocinha cai num precipício ao fim de um dos incontáveis números musicais e só se descobre isso porque se ouve um grito quando ela sai de cena, e depois comentam o acontecido. A trama frágil gira em torno de casal que vai morar em Darjeeling, onde mora seu melhor amigo, um fotografo famoso com pôsteres da Britney Spears nas paredes! Os pombinhos apaixonadíssimos, mas sem dinheiro, acabam indo morar numa espécie de cortiço milionário cuja senhoria, tão rica quanto malvada, mora no mesmo quintal na companhia de um jardineiro corcunda e coxo. Óbvio que a grã fina se encantará pelo mocinho casado, e como não faz outra coisa na vida a não ser espiar os dois pela janela, ou ouvir atrás das portas, colocará em prática seus conhecimentos de Magia Negra. Leia-se Magia Negra ficar sentada com um lenço na cabeça escrevendo com uma pluma de pavão e falando sozinha. Cruel de fazer a governanta de Rebecca parecer integrante da ordem das Carmelitas, nunca seus sortilégios resultam em nada! O único motivo para se assistir até o fim, além da curiosidade de se conhecer algum produto da maior indústria cinematográfica do planeta, são os hábitos locais bem distintos. Toma-se chá o tempo todo, vai-se ao cinema de forma idem. Por mais apaixonados não há uma cena com beijo. Os figurinos parecem os das produções da Boca-do-Lixo dos anos 80, embora quando vai trabalhar, a protagonista apareça de sarongue. Os números musicais cortam a narrativa do nada, às vezes têm a ver com o enredo, outras vezes os atores fazem coreografias tipo Segura o Tchan. Em uma delas a garota aparece indo rezar à Deusa Kali num templo cheio de suásticas, com uma divindade de cara azul, dentes pontiagudos e língua de fora. Embora seja recente, pesquisar qualquer informação on-line é quase missão impossível! Até no IMDB não há nenhum título “Jaadu Sa Chal Gaya”. Colocando lá o nome do diretor somos direcionados para a página de uma pessoa com centenas de pseudônimos, mas na filmografia não costa tal título. Muito obscuro!

Algo Mágico Aconteceu – Jaadu Sa Chal Gaya

- Índia 2006 De Dev Basu Com Rakesh Bapat, Sudhanshu Pandey, Meera Vasudevan, Parikshit Sahni, Abhay Bhargav 93’ Romance/Musical


DVD - Sempre causou estranheza que os filmes indianos jamais tenham chegado até nós, mesmo com seus números exorbitantes. Dizem que lá há uma lei federal que proíbe os atores de trabalharem em mais de 14 filmes ao mesmo tempo!!! A Líder está colocando no mercado alguns exemplares recentes de forma um tanto quanto amadora. Sem material promocional, usa screenshots de baixa resolução na capa, e entre as informações erradas da contracapa a de que o filme está em fullscreen, e que sua duração é de 155 minutos! O pior é na ausência de menu com capítulos e o áudio abafado, o que faz com que as graciosas canções percam em muito seu charme.

Cotação:

24 de maio de 2008

Amor à Flor da Pele

Não me impressionava tanto com interpretações desde que vi Greta Garbo em A Dama das Camélias (Camille, 1937)! Tão autênticas que boa parte do tempo se passa a admirá-las, muito mais do que a prestar atenção à história. Dois casais se mudam para a mesma vizinhança ao mesmo tempo no inicio da década de 60. O marido de um lado e a esposa do outro descobrirão que estão sendo traídos por seus pares, e melancolicamente se aproximam. Filmado de maneira peculiar, como se bisbilhotássemos um segredo amoroso desenvolvido entre apertadas paredes de um cortiço, ainda nos remete a antigos desenhos animados como Tom e Jerry, já que os adúlteros jamais são mostrados por inteiro. Espetáculo contemplativo e de linguagem bastante asiática, poderia ser chamado de obra prima se houvesse um ritmo menos lento. Se alguma coisa a mais acontecesse além dos protagonistas viverem na eterna dúvida se fazem o mesmo ou não que seus pares. Parece que tem uma metragem muito maior do que a realidade. Embora isso possa ser a principal graça de tudo... Com produção de arte fantástica, alguns boleros de Nat King Cole ajudam na estilização do período retratado.

Amor à Flor da Pele – Fa yeung nin wa (In the Mood for Love)

- China 2000 De Kar Wai Wong com Maggie Cheung, Tony Leung Chiu Wai, Ping Lam Siu, Tung Cho 'Joe' Cheung, Rebecca Pan, Kelly Lai Chen 97’ Romance


DVD - Spectra Nova que vende DVDs a módicos preços caprichou desta vez! Preservou o aspecto de tela do filme, e ainda criou menus muito bonitos seguindo a estética da produção. Os extras são imprescindíveis, contendo cenas bem longas deletadas. Algumas que se passam no hotel, e revelam o casal chegando quase às vias de fato no sexo, e um final alternativo na década de 70. Tais seqüências divergem bastante do que se vê no filme, já que há muitos diálogos e atitudes mais tempestuosas dos personagens. Ainda making of com outras cenas não usadas e elenco e diretor discursando sobre a produção, galeria de pôsteres, trailer, etc.

Cotação:

As Filhas de Drácula

A Hammer Films não afundou por incompetência artística, mas por falta de recursos mesmo. Veja este As Filhas de Drácula, de sua época de vacas magras tem um roteiro engenhoso misturando várias temáticas exploradas em outras de suas produções, resultando um filme bem divertido e original. Mas os tempos eram outros, e se artisticamente não era pobre, não se pode dizer o mesmo dos cenários reaproveitados de não sei quantos outros filmes. Atirando para todos os lados ainda contrataram Mary e Madeleine Collinson, muito populares na época por serem as primeiras gêmeas a aparecer na capa da revista Playboy. Claro que era apenas chamariz porque seu talento ficava a desejar, tanto que foram dubladas como se percebe muito bem. Em contrapartida temos Peter Cushing em uma das melhores interpretações de sua vida! Ele é um insano caçador de bruxas obrigado a hospedar suas sobrinhas após terem ficado órfãs. Engraçado como a santa inquisição nesses filmes clássicos sempre é mostrada de forma mais violenta que os seres infernais em si. Uma das adolescentes cairá na teia maligna de nobre descendente dos Karnstein, e o diabo será descobrir qual delas é merecedora da estaca no peito já que são idênticas. Tida como a terceira parte da trilogia de Karnstein, há apenas uma rápida aparição da Condessa Mircalla, criação de Sheridan Le Fanu. Ou seja, tem ainda menos relação com Carmilla – A Vampira de Karnstein (Vampire Lovers, 1970) do que o precedente Luxúria dos Vampiros (Lust For a Vampire, 1971). Agora, menos ainda com o Conde Drácula! O nobre da Romênia nem ao menos é citado. A adaptação do título Twins of Evil (Gêmeas do Mal) foi alterado graças à distribuição internacional da AIP nos EUA como Daughters of Dracula, e conseqüentemente Les Services de Dracula, etc.

As Filhas de Drácula – Twins of Evil

- Inglaterra 1972 De John Hough com Peter Cushing, Dennis Price, Mary Collinson, Madeleine Collinson, Damien Thomas 87’ Horror


DVD - Cada novo disco que vai se achando lançado há algum tempo pela Works DVD nos dá a sensação de termos ficado um pouco órfãos como as garotas da película. A distribuidora sempre primou pela qualidade dos filmes comercializados, widscreen, legendas corretas, e na medida do possível (o que não é o caso de As Filhas de Drácula) algum extra. Pior que não surgiu nenhuma outra parecida no mercado que agrade tanto fãs de cinema não convencional.

Cotação:

Uma Loira em Minha Vida

Tentativa de comédia romântica maluquinha como se fazia nas décadas de 30 e 40. Rapaz bon vivant tem sua vida desestabilizada ao ceder aos encantos de garota à deriva na vida. Como se sabe, o casal Baldwin e Bassinger repetiu quase tudo aquilo na vida real, chegando a se casar também. Acabaram rendendo muito assunto para os tablóides com ela o acusando de alcoolismo, e violência física e mental. Mas voltando à ficção, há muitas reviravoltas, e soluções interessantes para algumas situações engraçadas. Assim como cenas mais quentes do que comédias românticas normalmente mostram. O que chega a comprometer é um grupo de amigos, que vai narrando a história. Entre eles o sumido Paul Reese (da série Mad About You) quebrando o desenrolar natural dos acontecimentos sempre com o pior do humor norte americano. Igualmente fraca a direção de arte de toda produção. Talvez por falta de recursos, nunca nos remete aos anos 40/50 época da história. Os ternos de Baldwin têm corte quase idêntico aos de Miami Vice. Até em cabelo e maquiagem vemos tal relaxo. Bassinger pode estar muito bem na meia dúzia de números musicais que lhe deram, mas aquele cabelão como todo o visual jamais nos convencem ser uma aspirante a Diva da época dourada de Hollywood.

Uma Loira em Minha Vida – The Marryng Man

- EUA 1991 De Jerry Rees com Alec Baldwin, Kim Basinger, Elisabeth Shue, Paul Reese, Fisher Stevens, Armand Assante 116’ Romance


DVD - Não há absolutamente nada. O misere se estende aos menus estáticos de dar dó.

Cotação:

22 de maio de 2008

Hulk

Calcado muito mais em interpretações do que em mega efeitos especiais, tornou-se um dos mais injustiçados nessa já cansativa série de adaptações de quadrinhos pra tela grande. Cabe uma ressalva, porque não é que não tenha efeitos, até tem muitos, sendo o personagem principal um deles, mas o desenrolar da ação não necessita apenas dos pixels da criatura verde para existir. O que não surpreende, já que o diretor Ang Lee, é sabidamente um artista sentimental, como já havia se visto em O Banquete de Casamento, ou Tempestade de Gelo. O mertiolate do arranhão comercial chamado Hulk chegaria algum tempo depois com O Segredo de Brokeback Mountain e seus não sei quantos Oscars. Aqui, interessou-lhe contar tempestuosos conflitos de gerações com a não menos velha discussão do que é herdado geneticamente ou adquirido. Dá pra lembrar ainda de Hamlet, porque não? O monstro tão xingado parece pouco, e sua existência em CG não deixa de ser uma ousadia. Em meio à história, só se pararmos pra perceber seus movimentos de cartoon é que a magia cai com seu artificialismo. Mais defeito do que ele é o exaustivo uso de transições digitais um tanto quanto óbvias. Não a linguagem de quadrinhos da edição, que ainda dão um aspecto 70’s, mas as transições entre as cenas mesmo. E claro, sua duração de mais de duas horas. Ficará para a posteridade como um raro exemplo de filme de super herói, tão subgênero banalizado na atualidade, voltado à platéia adulta. Faixa etária cada vez mais relegada a segundo plano pela indústria hollywoodiana.

Hulk – Hulk

- EUA 2003 De Ang Lee com Eric Bana, Jennifer Connelly, Sam Elliott, Josh Lucas, Nick Nolte, Kevin Rankin 101’ Ação/Drama


DVD - O estojo plástico verde esmeralda nos lembra aqueles antigos VHS da Disney, mas a impressão da capa, metalizada, dá todo o destaque que o filme merece na nossa estante. Os menus são iguais ao que a Warner faria mais tarde para Batman Begins, com fusões entre os quadrinhos e o filme. Há uma batelada de extras, e alguma coisa para ser acessada em DVD Room. Destaque para Ang Lee servindo de molde na captura de movimentos para a criação do Hulk.

Cotação:

Frankenstein Tem Que Ser Destruído

Peter Cushing mata, chantageia e até estupra, sem perder a habitual classe, tentando fazer o que nem o melhor aluno de Freud conseguiu: Arrumar completamente o cérebro humano. O Barão de Frankenstein chega ao 5º filme quase como vilão de folhetim. Agora não se contenta apenas em criar um homem a partir de restos de cadáveres roubados, ou transmutando almas em prol dos avanços científicos. Quer consertar miolos a todo custo como se fosse vital para si! Doa a quem doer, literalmente. Um espetáculo muito feliz da junção de talentos, tanto na direção de Terence Fisher quanto na produção da Hammer Films. Acima da média de qualquer horror já feito, tem o áudio e a fotografia como forte elemento narrativo. Toma proveito de forma proporcional dos figurinos e cenografia. Tudo, absolutamente tudo, em tons pastel frios para destacar o vermelho de móveis e objetos da pensão onde se desenrola a história macabra. Aquele vermelho escuro, tão típico do veludo quanto da Hammer. Esse capricho artístico se vê também na construção hábil de roteiro e personagens, não abrindo mão do genuíno inglês. Sem exageros, tem algumas seqüências verdadeiramente geniais, sendo considerado um dos mais violentos do estúdio. Como pequenos exemplos, a cena dos crânios sendo cerrados ou o desespero causado pelo cano d’água estourado no quintal revelando o morto ali enterrado. É um dos poucos filmes baseados no barão de Mary Shelley onde o destaque não fica na criatura, mas no barão, enfim escancarada sua monstruosidade. O estupro envolvendo Cushing e a belezura Verônica Carlson causa estranheza por jamais ser comentado pelos personagens depois. Conta-se que não estava no roteiro, e os atores até teriam se oposto a filmá-la, sendo convencidos pelo chefão que alegou querer ver os distribuidores norte americanos felizes.

Frankenstein Tem Que Ser Destruído – Frankenstein Must Be Destroyed

- Inglaterra 1969 De Terence Fisher com Peter Cushing, Freddie Jones, Simon Ward, Veronica Carlson, Thorley Walters, Maxine Audley, George Pravda 101’ Horror


DVD - Outro fantástico lançamento da Warner em termos gráfico, preservando a aparência original de seu material. Em contrapartida, o resumo da contracapa parece ter sido escrito por um aluno da escolinha do professor Raimundo. Faz pouco sentido. A imagem está excelente, mas o único extra é o trailer sem legendas em português. Provavelmente deve ser o trailer para o mercado americano. Não o veja antes de assistir ao filme, já que muitas cenas (inclusive do fim!!!) são mostradas.

Cotação:

20 de maio de 2008

Vestida para Matar

Quarentona confessa ao psiquiatra a insatisfação na cama com o marido. Logo, após tirar o atraso com um desconhecido, será assassinada a golpes de navalha. E quem já assistiu Psicose sabe que ao final nada disso importa muito. Esta colcha patchwork hitchcockiana nos empurra goela abaixo variadas perversões humanas com notável humor e habilidade. A garota de programa de olho no sobe e desce da bolsa de valores talvez seja uma delas. Sua frieza contrasta com o personagem de Angie Dickinson, a pacata dona de casa em busca da compreensão entre quatro paredes, mais sexy e provocativa do que normalmente o cinema mostra zelosas mães. Em seu auge, De Palma promoveu um dos mais engraçados filmes de serial killer já feito, tão inspirado em vários Hitchcock quanto nos giallos 70’s. Só que não vemos apenas um par de luvas pretas cometendo atrocidades, mas um travesti muito forte e ridículo dando cabo de qualquer beldade que desafie seu tesão masculino. A certa altura, depois de imagens magicamente manipuladas e silenciosas escapam alguns furos, suplementados pelos minutos finais de suspense em nível quase insuportável. Como se fosse uma charada off roteiro, há muitas cenas de sexo e nudez, que sem dúvida teriam influência em Dublê de Corpo um dos próximos trabalhos do diretor. Brilhante, parece ter ficado melhor com o passar dos anos. Um clássico do desejo sufocado realçado pela inspirada trilha de Pino Donaggio.

Vestida para Matar – Dressed to Kill

- EUA 1980 De Brian De Palma com Michael Caine, Angie Dickinson, Nancy Allen, Keith Gordon, Dennis Franz, David Margulies 105’ Suspense


DVD - A imagem é ruim, mesmo preservando o formato da tela original apresenta granulação fora do normal e alguns riscos. Como único brinde, o trailer da época chamando Brian De Palma de Mestre do Macabro.

Cotação:

17 de maio de 2008

Batman

Parece que foi ontem que para onde se olhava tinha um logo do Batman estampado! Assim, por fórceps, mesmo com roteiro frouxo, tornou-se retumbante sucesso abrindo caminho para a infinita série de filmes com heróis dos quadrinhos. Lamentavelmente mostrou o caminho das pedras aos grandes estúdios. De lá pra cá, qualquer coisa antes impressa tem ganhado a tela grande e se não estouram na bilheteria têm suas despesas compensadas vendendo absolutamente qualquer traquitana. Star Wars promoveu algo semelhante uns dez anos antes, mas o marketing de personagens já conhecidos é mais implacável. Americano é tão esperto que lucra até vendendo propaganda... Extremamente fiel às suas origens como nunca havia sido produzido com o personagem criado por Bob Kane no fim dos 30, surgiu como aposta da Warner em levar às platéias modernas um pouco das aventuras dos heróis daquele período. Seguiu, portanto a tendência bem sucedida de Indiana Jones. Tanto pioneirismo derivou uma inegável carência de ousadia em muitos pontos. Essa timidez (mercadológica) promoveu desigualdade não só na trama, mas nas interpretações. Cada ator está em seu Batman, levando a melhor, como bem se sabe, Jack Nicholson e seu endiabrado Coringa. Por mais gótica que Gotham City seja, podemos ver claramente personagens vestidos de forma vulgar a lá Madonna daquela época. Essas indecisões todas podem ter dado incômoda desigualdade, mas são perdoáveis se encaradas como laboratório ao próximo trabalho com o Cavaleiro das Trevas. Tim Burton estava mais confiante para Batman Returns, ainda o melhor Batman de todos os tempos.

Batman – Batman

- EUA 1989 De Tim Burton com Michael Keaton, Jack Nicholson, Kim Basinger, Billy Dee Williams, Jack Palance, Lee Wallace, Jerry Hall 126’ Ação


DVD - Não é um DVD, mas uma peça preciosa de colecionadores. Horas a fio de extras no segundo disco fazem dele item indispensável. Pra se ter uma idéia, há depoimentos atuais de todos os envolvidos no projeto, inclusive Sean Young. Ela lamenta ter sido obrigada a desistir do trabalho semanas antes de começarem a rodar, abrindo vaga para Basinger. Ainda incontáveis estudiosos de quadrinhos explicam ano a ano a trajetória de Batman e três clips de Prince para o filme. É de chorar um produto tão bem acabado e sem legendas justo na faixa de comentários de Tim Burton!

Cotação:

15 de maio de 2008

Drácula (2006)

Bacana quando não se espera nada e pelo menos somos entretidos por alguns minutos. Mas há jeito de se esperar alguma coisa desta enésima versão da obra de Bram Stoker, atual, e ainda mais feita para TV? Na maior parte do tempo consegue ser bem fiel, seu ineditismo está no foco da trama mostrando os fatos paralelos que teriam ocorrido a Lucy não descritos no livro, ao invés de Mina como heroína principal. O vilão é muito mais Lorde Arthur Holmwood, sempre pouco explorado nas incontáveis versões cinematográficas. Às vésperas de contrair matrimônio com Lucy, ele descobre ter herdado sífilis de sua finada mãe durante a gestação. No desespero para consumar as bodas, entra numa seita diabólica que envia Jonathan Harker aos Cárpatos para trazer Drácula! O resto a gente já sabe o que acontece, né? O final é sutilmente diferente, mas não compromete pela requintada produção e capricho cênico. O elenco desconhecido pode ser feio, mas convence, embora seja quase inevitável compará-los com o cast escolhido por Coppola em 1992. Principalmente o Drácula, afetadamente freak demais para seduzir qualquer mulher que seja.

Drácula – Dracula

- Inglaterra 2006 De Bill Eagles com Marc Warren, Dan Stevens, Sophia Myles, Tom Burke, Stephanie Leonidas, Benedick Blythe 89’ Horror


DVD - É da Fox, e como os lançados para Locação não há extras. Mas a boa qualidade da copiagem, e filme mantido em widescreen, pode não ser mais do que obrigação, mas é sempre bem vindo.

Cotação:

14 de maio de 2008

O Diabo Feito Mulher

Marlene Dietrich é a vagabunda lendária que por um golpe de “sorte” ganha uma bolada e some no meio do deserto. Lá comanda uma espécie de fazenda que acoberta criminosos. Tem ainda a incrível habilidade de cantar com o cigarro da boca dando boas baforadas sem encostar nele. Está saborosamente fatal, principalmente quando deixa seu véu de mulher pérfida cair diante da paixão pelo mocinho. Paixão não correspondida, aliás, já que logo nas primeiras seqüências ele tem sua noivinha morta e desflorada. Parte até tal rancho para vingar o crime, aproximando-se da durona Dietrich apenas para descobrir quem é o assassino. Um dos pistoleiros é vivido por George Reeves, ator que interpretou Superman no seriado da TV. Nos anos 50 Hollywood já tinha deixado os nativos relativamente em paz no bang bang, aparecendo apenas um pele vermelha enfeitando o cenário da delegacia. O que também pode demonstrar certo descompasso na direção do alemão Fritz Lang (de Metrópolis) em explorar um gênero tão americano. O velho oeste é só um cenário propicio a uma trama com homens malvados fazendo justiça com as próprias mãos. No meio desta gente perversa chega a ser engraçado eles convivendo no mesmo espaço (a tal fazenda) cheios de regras e cordialidade por boa parte da fita.

O Diabo Feito Mulher – Rancho Notorious

- EUA 1952 De Fritz Lang com Marlene Dietrich, Arthur Kennedy, Mel Ferrer, Gloria Henry, William Frawley, George Reeves 85’ Faroeste


DVD - Outra vídeo cacetada em forma de DVD, a começar pela capa. A Caribe Home Video (?) deu destaque ao galã Mel Ferrer, que no filme aparece em papel pequeno, ao invés da diva Marlene Dietrich. Na contracapa incontáveis erros de digitação, inclusive repetindo nomes do elenco. Falando em digitação, assim como fizeram em A Louca Corrida do Ouro, nas legendas a letra “L” aparece como “I”, o que irrita. Mas bem pior é a qualidade da imagem, sem nitidez alguma, nem contrastes... Está pior que VHS, e o áudio em inglês consegue perder em qualidade à dublagem antiga em português. A versão na nossa língua merece ser ouvida em alguns momentos para se relembrar quando películas clássicas eram exibidas na Sessão da Tarde da TV Globo. Em som semelhante ao do vinil, a mesma dubladora da Mulher Maravilha no desenho Super Amigos faz a voz da estrela germânica.

Cotação:

13 de maio de 2008

Speed Racer

O que mais embola este filme é tentar ser tão fiel ao desenho no aspecto 60’s, e exagerar nas cenas de corrida para pessoas de 2008. Virou uma bobagenzinha infantil, que deveria ser amado pelos pequenos se não tivesse ainda uma sub trama empresarial mal explicada o bastante para ser de difícil compreensão a adultos e crianças. Tenta-se acreditar em todo aquele marketing em cima do que seriam as seqüências de corrida mais fabulosas de que o cinema já fez, mas são tão freneticamente editadas e estilizadas que jamais emocionam ou nos prendem a atenção. No elenco John Goodman pesado como sempre em sua canastrice e Christina Ricci com Susan Sarandon sobrando em cena. Seus personagens são dispensáveis, portanto, atrizes conhecidas ali são apenas chamariz de platéia. A traminha de “família unida jamais será vencida” perde-se arrastadamente nas enormes barrigas que cria entre as cenas de ação. É só um reflexo da má direção que relaxa fora das pistas, com ângulos de pura banalidade. Impossível não comparar com o que Robert Rodriguez conseguiu de pé nas costas em sua (original) trilogia Spy Kids, e com a vantagem de ter uma duração bem menos massacrante do que as duas horas e tralalá de Speed Racer. Confirma-se que os irmãos Wachowski são a maior promessa não cumprida dos últimos tempos. Matrix (o primeiro!) foi só lampejo...

Speed Racer – Speed Racer

- EUA 2008 De Andy Wachowski e Larry Wachowski com Emile Hirsch, Nicholas Elia, Susan Sarandon, Matthew Fox, Rain, Kick Gurry, John Goodman 135’ Ação


*** Em cartaz ***

Cotação:

Madrugada dos Mortos (2004)

Gosta-se dele muito mais pelo que não é do que por suas qualidades. Refilmagens de filmes clássicos e com menos de 40 anos parecem ser sempre desnecessárias. Zack Snyder, ou a Universal, optaram por uma solução muito inteligente. Do original de Romero mesmo é só o título, o principal cenário, o shopping Center, e claro, os zumbis como algozes. De resto é uma produção totalmente diferente. Para o bem e para o mal. Se o de 78 já começa no meio da balburdia de uma emissora de TV noticiando a aparição dos mortos-vivos (dando continuidade ao de 69), aqui parte do princípio, com o inicio da infestação do ponto de vista de uma enfermeira loirinha e suburbana. Mas a alteração crucial fica mesmo de que o tal shopping é só cenário mesmo, ao invés de ser um dos personagens e crítica ao consumismo. Em 2004 já assumimos que compramos sem necessidade, e daí? É competente no quesito sustos, aberrações e nojeiras em geral, mas peca no que praticamente todos os modernos pecam: Falta suspense, cenas melhor lapidadas, climas, manipulação da expectativa da platéia, enfim, realmente dar medo. Não só susto. Esta edição em DVD é a do diretor, com mais violência e as características dos personagens melhor delineadas. Parece estar mais bem acabada do que a que vimos no cinema, com os minutos a mais imperceptível. Também, como o filme é do auge dos reality shows nos EUA, com Survivor até sendo citado no começo, nota-se a importância em mostrar pessoas de diferentes personalidades dividindo um mesmo ambiente, muito mais que qualquer discussão sociológica.

Madrugada dos Mortos – Dawn of the Dead

- EUA 2004 De Zack Snyder com Sarah Polley, Ving Rhames, Jake Weber, Mekhi Phifer, Ty Burrell, Michael Kelly, Kevin Zegers, Jayne Eastwood, Inna Korobkina 97’ Horror


DVD - Pertence à caixa lançada pela Universal com outros dois filmes de mortos-vivos recentes, sendo o mesmo conteúdo distribuído anteriormente. Não fala nada de extras na contra capa, mas tem e são muitos bons, inclusive com o filme no chamado corte X-Rated, com cenas antes deletadas para a tela grande remontadas no longa. Uma introdução do diretor explicando isso, além de faixa de áudio dele. Dois curtas complementam o filme, um pretensamente caseiro com o cara da loja de armas e o outro com um noticiário anunciando a infestação. Há ainda alguns making off técnicos, faixas deletadas e um dos trailers de Todo Mundo Quase Morto, também pertencente ao box.

Cotação:

9 de maio de 2008

Os Ritos Satânicos de Drácula

O clima trash dos anos 70 é sem sombra de dúvida o que tem de melhor. Indo vertiginosamente pro buraco, a Hammer Films tentou de todas as formas continuar a interessar as platéias modernas, a essa altura embasbacada com o horror psicológico ou demoníaco como O Bebê de Rosemary, O Exorcista ou A Profecia. Foi do jeito mais óbvio e errado possível, colocando o Conde Drácula nos dias atuais. Longe de seu castelo medieval se disfarça como presidente de multinacional no comando de poderosa seita. Suas intenções são igualmente estúpidas: Reúne um monte de cientistas e empresários gananciosos para criar um vírus super poderoso que irá acabar com o planeta. Tudo isso porque simplesmente cansou de viver e quer enfim descansar... Sim, a eternidade é chata até para o ele! Isso tudo ao som de rock progressivo, garotas de peruca e cílios postiços e os rapazes de costeletas avantajadas. O charme habitual da produtora inglesa ainda se consegue manter intacto tendo Peter Cushing encarnando pela última vez o implacável Van Helsing ao lado de Christopher Lee. Os dois sempre são a garantia de pedigree que não pode faltar em qualquer DVDteca que se preze. A mocinha Jessica Van Helsing, neta do caçador, é a atriz Joanna Lumley em começo de carreira, famosa como a Patsy do seriado Absolutely Fabulous.

Os Ritos Satânicos de Drácula – The Satanic Rites of Dracula

- Inglaterra 1974 De Alan Gibson com Christopher Lee, Peter Cushing, Joanna Lumley, Richard Vernon, Barbara Yu Ling, Richard Mathews, Patrick Barr 90’ Horror


DVD - Caprichada edição da Works DVD (sempre ela!) com menus climáticos e o filme com ótima imagem widescreen. De bônus, algum texto e dois trailers, americano e inglês. O que é sempre engraçado perceber o quão mais dããã são os para a Terra do Tio Sam.

Cotação:

Juno

Comedinha bonitinha, engraçadinha entre alguns outros “inhas” demais pro meu gosto. O roteiro (laureado com o Oscar deste ano!) da blogueira Diablo Cody é construído de maneira interessante, dá inusitado suspense com o fim possível aos personagens, mas escorrega nos diálogos empenhados em conseguir graça com frases tolas e pretensamente modernas. Esse verdadeiro esforço indie incomoda também no violãozinho mal tocado que se ouve durante incansavelmente... Ellen Page, indicada a melhor atriz como a garota Juno, rebola bem praquilo não desandar e claro, triunfa do jeito intragável como sua anti-heroína pedia. Sua carinha de vinte e poucos quase convence que é uma menina de 16 anos, bobinha, bobinha. Aliás, a história é contada por seu ponto de vista, o que deve agradar pessoas igualmente imaturas. Meninas que engravidam do primeiro amor não é tema lá muito interessante pra qualquer ser que possua seus 32 dentes devidamente crescidos. Grávida, Juno depois de desistir do aborto (de modo mal resolvido) decide entregar a criança em adoção a casal problemático. Não há julgamentos morais o que não é de todo ruim, nem qualquer tipo de discussão mais profunda além daquelas mostradas em produtos para tal faixa etária, como a novelinha Malhação. Mérito mesmo está na duração, curtinho o suficiente para não cansar, assim como para não conseguir a afeição de adultos à criaturinha protagonista. Seu comportamento sempre grosseiro nos faz sim suspirar aos céus pedindo que nos mantenha afastados de adolescentes semelhantes, da pior espécie. E que falta lhe causou umas (sempre modernas) boas palmadas na hora certa...

Juno – Juno

- EUA/Canadá 2007 De Jason Reitman com Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Allison Janney, J.K. Simmons, Olivia Thirlby, Darla Vandenbossche 96’ Comédia/Drama



Cotação:

8 de maio de 2008

Mistérios e Paixões

O próprio Cronenberg assume que muito do romance beat Naked Lunch é infilmável. Ainda assim conseguiu resultado para pouquíssimos espectadores já que ficar horas dentro da cabeça de um viciado em veneno para baratas não é das sensações mais agradáveis. Acrescentou algumas passagens da história do próprio autor William S. Burroughs, então vivo àquela altura, como forma de compensar as partes omitidas do livro. Quem leu sabe que como filme sua feitura é um pequeno milagre de relativa fidelidade narrativa, tendo como base textos desconexos. Mesmo a trama se desenvolvendo em 1952, é contada como uma velha película noir, trocando a fotografia preto e branco por tons verdes e vermelhos. Tal escolha, em conjunto com a direção de arte e figurinos, foi muito feliz porque não nos permite identificar a época em que foi produzido. Basicamente o argumento é simples, o diabo é seu desenrolar. Escritor tenta sobreviver trabalhando como exterminador de insetos. Seguindo idéia da esposa torna-se viciado ao injetar o veneno em si. Isso o põe a serviço de organização misteriosa que lhe manda até um lugar chamado Interzone. Lá será espécie de detetive, tendo a “homossexualidade como seu melhor disfarce”, conforme recomenda um dos agentes, sua máquina de escrever. Essa criatura é outro acerto, bem realizado, convence sendo meio inseto, meio máquina e que ainda fala bastante, não pelos cotovelos, mas através de seus anus gigante. Nunca se entende realmente qual é a missão dele, e não espere que a confusão melhore até seu desfecho. Muitas vezes obsoleto quanto escrever à máquina ou escritores drogados. Tão desconcertante quanto os caminhos da mente criativa.

Mistérios e Paixões – Naked Lunch

- Canadá/EUA 1991 De David Cronenberg com Peter Weller, Judy Davis, Ian Holm, Julian Sands, Roy Scheider, Monique Mercure, Joseph Scoren 115’ Drama/Mistério


DVD - Um dos mais subestimados de Croenberg tem edição boazinha. Utilizaram a imagem do pôster original, ao invés do que havia feito a distribuidora do VHS, que tentou enganar o público fazendo supor ser uma história de amor. Até esse título em português ridículo tentaram consertar escrevendo em baixo “Uma Adaptação de Almoço Nu, de Burroughs”, afinal, quem quer que tenha interesse por ele já deve conhecer o livro. Ainda menus retrôs com baratinhas passeando cá e lá, e alguns extras como texto, spot de TV e trailer (narrados por Burroughs!!!) e um curto making off da com depoimentos de 1991.

Cotação:

7 de maio de 2008

Feitiço da Lua

Cher, em papel sob medida, é a agradável balzaquiana que mora com os pais no Brooklin e não teve sorte. Ficou viúva porque não se casou da forma que deveria ser, numa igreja. O roteiro leva um tempo nos lembrando o quanto os latinos acreditam em forças externas como causadoras de seus males. Só depois nos brinda com os percalços que o poder de uma bela lua cheia faz nos corações de toda a família ítalo-americana. Quando pedida em casamento por conhecido de sua comunidade étnica, Cher ganha como missão ir até o futuro cunhado e convidá-lo à cerimônia. No caso um raivoso padeiro sem a mão que não falo com o irmão há cinco anos, vivido de forma estridente e hilária (como um personagem de qualquer ópera bufa) por Nicolas Cage. E está armado o qüiproquó com sabor de orégano, dirigido nos EUA por um canadense. Suave, tem espirituosos diálogos adultos embalados por uma trilha sonora tão apaixonada quanto aquelas pessoas. Visto de raspão, não passa de uma comédia de erros romântica, mas o elenco (Com Cher e Olympia Dukakis agraciadas com o Oscar de atriz e atriz coadjuvantes daquele ano) dá tanta vitalidade aquilo tudo que é impossível não se acreditar que assim como lobos, todos nós podemos ser orientados por uma estrondosa lua brilhante.

Feitiço da Lua – Moonstruck

- EUA 1987 De Norman Jewison com Cher, Nicolas Cage, Vincent Gardenia, Olympia Dukakis, Danny Aiello, Feodor Chaliapin Jr., Julie Bovasso, 102’ Comédia/Romance


DVD - Relançado na série Duo pela MGM, “coincidentemente” com Minha Mãe é Uma Sereia. Dois DVDs pelo preço de um. Este segundo tem a importância na filmografia da cantora porque é fruto do status que adquiriu ao levar o Oscar com Feitiço da Lua. Teria até demitido o diretor no meio do caminho. É exatamente o mesmo disco de antes, tendo como extra trailer de cinema e uma faixa de comentários de Cher, mas nada está legendado em português.

Cotação:

6 de maio de 2008

Fome Animal

Chanchada sanguinolenta que coloca o bom gosto e estômago do espectador à prova! Tão engraçado e ao mesmo tempo terrivelmente nojento, com o máximo da escatologia jogada em nossa cara. Nos anos 50, animal exótico é tirado de seu habitat natural, chamado (her...) Ilha da Caveira, e levada ao zoológico da Nova Zelândia. Por acidente, possessiva senhora será mordida pela criatura, quase um macaco, mas com cara de rato e fúria de um leão. Para espanto de seu filho, após as primeiras feridas que surgem em sua pele durará muito pouco até entrar em óbito, ou melhor, um quase óbito! A velha que já era malvada quando se tornar um zumbi ficará demoníaca! Infelizmente zumbificação é algo contagioso pra chuchu, e logo logo teremos um pega-pra-capar sem precedentes com gangues de motoqueiros, enfermeiras pervertidas e mais quem aparecer pela frente em alto estado de degeneração. Até o padre e Carateca do Senhor não será páreo aos esfomeados mortos vivos! Abundante em referências a mitológicas produções do horror (de Gremlins, Evil Dead aos mortos de George Romero, sem esquecer, claro, de King Kong), nada escapa da mente fértil de Peter Jackson. Quando ele disse que o filme de 31 mexeu com sua cabeça quando garoto, não estava mentindo. Muitos anos antes de assinar o fenomenal remake, já tinham citado o lar do macaco gigante neste trash hardcore. Aliás, o pequeno monstro também é animado graças ao stop Motion, tal e qual a criatura do clássico. Repare ainda nas locações da Ilha da Caveira. São os mesmos lugares usados em algumas seqüências da trilogia O Senhor dos Anéis. Muito divertido, mesmo com momentos que realmente testam nossos limites do suportável em termos de violência e mal estar. Lamenta-se que alguém tão criativo ao cair nas graças de Hollywood jogou muito desta inventividade fora em prol de bilheterias polpudas. Ou você viu algo como um intestino grosso (com flatulências!) perseguir alguém em seus recentes trabalhos?

Fome Animal – Braindead (Dead-Alive)

- Nova Zelândia 1992 De Peter Jackson com Timothy Balme, Diana Peñalver, Elizabeth Moody, Ian Watkin, Brenda Kendall, Jed Brophy, Elizabeth Mulfaxe, Davina Whitehouse 97’ Horror


DVD - Logo no comecinho há um logo de uma antiga distribuidora de VHS, o que junto à qualidade ruim da imagem em tela cheia, denota a origem da matriz usada pela Works DVD. Como todo filme violento, há inúmeras versões de metragem, Ficamos entre a alemã (102 minutos) e a sul-coreana (85).

Cotação:

3 de maio de 2008

Homem de Ferro

Quando perguntado qual o segredo para se fazer um bom filme, Billy Wilder não se fez de rogado: “Não aborrecer!”. Esta regrinha (aparentemente) tão simples foi esquecida em Homem de Ferro, que mais parece enredo de escola de samba retirado dos arquivos do Museu do Ipiranga. Sabe? Pra Leci Brandão falar “Olha lá os cavalos do Imperador!!!”, “Grande dona Zizinha!”, “Sim, naquele tempo era assim mesmo”... Ou seja, um monte de clichês de filmes de heróis de quadrinhos mostrados de forma caretinha por mais de duas horas que parecem quatro! Bocejos, bocejos e bocejos... Pra compensar alguns minutos de efeitos digitais, há um interminável blablablá que envolve oriente médio, armas, e um óbvio traidor em meio às empresas do magnata literalmente durão. Falando em efeitos especiais, o povo do George Lucas na Industrial Light & Magic deu uma boa cochilada. Achando, provavelmente, que bastava dar uma enroladinha pra caprichar na luta final dos robôs em meio ao trânsito (alô Transformers?) nem se deu ao trabalho de apagar alguns cabos de aço que sustentam o ator principal numa cena. Com elenco que parece ser depósito de decadentes hollywoodianos, Robert Downey Jr. está longe de convencer como gênio científico, e a desculpa de que por ter tido um passado, por assim dizer, tumultuado, ajudou na sua escolha é conversinha pra boi dormir. Num roteiro tão raso até o Tião Macalé podia estar ali que não faria diferença. Mas veja bem, sem ele praticamente não haveria nada já que o povão presente à sala parecia ter o adorado. Esborrachavam-se de rir a cada piadinha, daquelas piadinhas toscas que heróis de ação americanos costumam fazer. Deve se tornar um sucesso, principalmente pela química dele com Paltrow com seu sotaque nova-yorkino em dia. Mas é pouco pra o que se espera que seja cinema.

Homem de Ferro – Iron Man

- EUA 2008 De Jon Favreau com Robert Downey Jr., Terrence Howard, Jeff Bridges, Gwyneth Paltrow, Leslie Bibb, Faran Tahir 126’ Ação


*** Em cartaz ***

Cotação:

David e Betsabá

Esses épicos bíblicos têm algo de suburbano, de engraçado em sua grandiloqüência. Quase como aquele vizinho que resolve construir uma piscina no quintal só pra ostentar seus caraminguados. A Fox não tinha um Cecil B. Demille à mão e pouco se importou, porque apostava que uma história clássica tirada do Novo Testamento serviria para emocionar as multidões. Aliás, na verdade tirada de um romance famoso na década de 40, e esse sim era baseado nas escrituras. Isso talvez explique a ausência de grandes tomadas com multidões, se restringindo ao bas-fond do romance extraconjugal, o que junto às interpretações empostadas tornam os primeiros minutos quase insuportáveis. Susan Hayward está adorável com sua Betsabá (ou Bate-Seba), uma das precursoras do fetiche “exibicionista/voyer”. Danadinha, percebe que o Rei Davi vai toda noite caminhar em seu terraço e aproveita a ocasião pra tomar banho. Mesmo sendo casada! Claro que desde que o mundo é mundo o que não falta é a boa fofoca, e numa época em que adultério era castigado com apedrejamento público se armará o borogodó. Ou como chama o Meu Livro de Histórias Bíblicas: Apuros na Casa de Davi. Há quem aposte que a ira de Jeová impedirá esse adocicado romance de chegar ao happy end?

David e Betsabá – David and Bathsheba

- EUA 1951 De Henry King com Gregory Peck, Susan Hayward, Raymond Massey, Kieron Moore, Jayne Meadows, John Sutton 116’ Drama/Romance


DVD - Duvido que na época de seu lançamento a imagem estivesse tão fantástica como nesse disco. Cristalina, com contrastes e brilho ressaltando a fotografia colorida em tons de sépia. Uma dublagem em português radiofônico (daquelas com os “erres” e “esses” corretinhos) é bonitinha, porém contrasta com tanta perfeição, já o áudio original está limpo. O único bônus é o trailer sensacionalista da época.

Cotação:

1 de maio de 2008

Gremlins

Macabro e atípico terror, tão fofo quanto diabólico. Pode ser apenas mais um trabalho produzido a rédeas curtas por Steven Spielberg nos 80, ainda mais visto no que se tornou a carreira de Joe Dante atualmente. Quase como a de Tobe Hooper, considerado gênio por O Massacre da Serra Elétrica nos 70, e depois sob a batuta do pai de E.T. comandou Poltergeist, num sabidamente conturbado relacionamento. Hoje pouco se sabe a seu respeito. Nota-se em muitas partes o dedo de Spielberg. Para ele, problemas só acontecem quando a família não está toda reunida. Aqui, o pai do herói também passará o tempo todo tentando voltar pra casar enquanto o mundo desaba. Parece bonitinho, mas num mundo adulto é pouco verdadeiro. Também abundam citações ao que Hollywood fez nos anos 30 e 40 assim como em muitos outros de vinte anos atrás. Exemplos são incontáveis, de Indiana Jones, Os Aventureiros do Bairro Perdido, comédias malucas como as estreladas por Madonna a filmes de gângster. De forma mais indireta em Gremlins, as referências mais óbvias são a duas emblemáticas películas que retrataram a perda da adolescência diante das mazelas da personalidade adulta: O Mágico de Oz (39) e Branca de Neve (37). O jovem bancário Billy vê a vida de seu cachorro correr perigo diante das ameaças de uma velha e rabugenta senhora tal e qual Dorothy, e Gismo quando molhado gera outras 6 pequenas criaturas. Isso é claro também na cena do cinema, quando os monstrinhos assistem ao primeiro longa da Disney. É um filme muito mais delicado e profundo do que minha memória tinha guardado. Provavelmente, e isso não deve tardar, haverá uma nova versão com criaturas digitais, o que perderá muito da graça trash daqueles marionetes selvagens. Ao fim, sobram algumas pontas sem amarras na história, mas até lá um entretenimento de primeira. Só pra não esquecer as três regras básicas e cruciais para se viver bem com Gremlins: 1ª Não o molhe; 2ª Jamais o exponha a luz forte; 3ª Não importa o quanto ele implore, O quanto suplique, nunca lhe dê comida após a meia noite.

Gremlins – Gremlins

- EUA 1984 De Joe Dante com Zach Galligan, Hoyt Axton, Corey Feldman, Phoebe Cates, Polly Holliday, Scott Brady, Keye Luke 106’ Horror


DVD - É de uma pobreza franciscana. A Warner ainda reutilizou o material gráfico das fitas VHS, com o Stripe (O Gremlin malvado) rasgando o pôster de cinema. Menus estáticos, absolutamente nada de bônus, e pior, em terrível tela cheia, o que detona relativamente a qualidade da imagem. Oh vida! Oh céus...

Cotação: