10 de outubro de 2008

A Pantera Nua

Rossana Ghessa é a suburbana que sai em revista de mulher pelada enquanto sonha em encontrar um bom partido. Vê sua grande chance ao servir de “cala-boca” para um milionário gay não ser deserdado pelo pai. De forma confusa, aparece um malandro (Roberto Pirillo, em alta depois de aparecer na novela A Escrava Isaura) se dizendo fazendeiro e leva a belezoca no bico. Bobagem! O argumento explorado nas coxas, pra usar um termo que lhe cabe bem, é só desculpa para Ghessa tirar a diminuta roupa em 9 a cada dez cenas, e por incrível que pareça, por vontade própria já que é a produtora desta vídeo cassetada retrô. Constrange ainda obra de tão baixo calão conseguir ser co-produzido com verba pública via Embrafilme. Este tipo de apoio é a principal diferença entre as comédias cariocas e as da Boca do Lixo, frutos da iniciativa privada, e daí vem mais outra estranheza. Os personagens, em meio a um roteiro muito pobre, de diálogos idem, ficam soltando farpas ao cinema paulista, no sempre ridículo bairrismo entre Rio de Janeiro e São Paulo. Amadoristicamente dirigido, fotografado, escrito e interpretado, serve só pra rir da moda da época, além de dar vergonha alheia.

A Pantera Nua

- Brasil 1979 De Luiz de Miranda Corrêa Com Rossana Ghessa, Roberto Pirillo, Neuza Amaral, Heloísa Helena, Agnes Fontoura, Marcos Wainberg, Wagner Montes, 102’ Comédia


DVD- Todo e qualquer filme brasileiro é sempre um upa se achar em DVD, mas também, qual a lógica da CineMagia ter lançado isso com tantos outros mais interessantes ainda inéditos? Mesmo pornochanchadas que pelo menos divertem, continuam lendárias. Ao contrário da imagem, o áudio, principal obstáculo técnico do cinema nacional por muito tempo, está péssimo na maioria do tempo, o que justificaria a existência de legendas. Na contracapa o nome da atriz e política carioca Neuza Amaral está grafado como Nelsa Amaral.

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