20 de agosto de 2008

Horror de Frankenstein

A Hammer nesta altura do campeonato tentava reagir à eminente queda de bilheteria se renovando. Não há toa, este filme troca o festejado ator Peter Cushing por Ralph Bates como o Barão Victor Frankenstein, personagem iconográfico da produtora, responsável pelo estrondoso sucesso de sua primeira produção de horror, A Maldição de Frankenstein de 1957. Depois de cinco filmes com Cushing, Bates trazia o diferencial de empregar humor ao cientista, atitude percebida em todo o resto da fita, brincando no ambiente conhecido em que se desenvolve. Tanta segurança ainda pode ser reflexo da direção de Jimmy Sangster, prolífero roteirista da Hammer Films, inclusive da citada obra de 57. Modesta, a história apenas moderniza o velho cientista louco endinheirado, sem maiores alteração ao que Sangster tinha escrito. É como se depois de tanto tempo apenas dessem um reboot na mitologia que se viu até E Frankenstein Tem Que Ser Destruído. Como toda e qualquer produção do estúdio, o cuidado geral preserva a aura gótica clássica, mantendo seu interesse depois de quase quarenta anos. Se há um quesito em que Horror de Frankenstein se destaca é no elenco! Praticamente todos ali são reconhecíveis. A começar por Bates e Veronica Carlson, protagonistas de alguns outros trabalhos de horror tal e qual a diva Kate O'Mara, a empregadinha interesseira de cama e mesa. Jon Finch, o guarda, embora aparente aqui ser muito jovem, faria dois anos depois Frenesi de Alfred Hitchcok, e Dave Prowse como o monstro ficaria célebre sendo o guarda-costas em Laranja Mecânica, e Darth Vader de Guerra nas Estrelas.

Horror de Frankenstein – The Horror of Frankenstein

- Inglaterra 1970 De Jimmy Sangster Com Ralph Bates, Kate O'Mara, Veronica Carlson, Jon Finch, Geoffrey Lumsden, Graham James, Dave Prowse 95’ Horror


DVD - A WorksDVD, finada e memorável distribuidora, o comercializou primeiro em bancas e depois pelos mais díspares valores em lojinhas e grandes magazines do Brasil. O filme tem ótima qualidade de imagem em widescreen anamórfico, embora os menus sejam bem bagunçados e feios. Houve tentativa de incluir extras, coisa rara em seus discos. Tem o trailer original inglês, biografias em texto do diretor e de Ralph Bates, além de duas galerias de imagens, uma com Veronica Carlson e outra com as telas em óleo pintadas pela atriz. A contracapa indica a existência de uma entrevista com a mesma, mas não é verdade. A faixa de comentários do diretor merecia ter legendas em português.

Cotação:

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