29 de julho de 2008

El Mariachi

Contado em tom de fábula, a estréia em longa metragem de Robert Rodriguez também está cercada de mitos. A princípio, teria custado sete mil dólares, com parte deste dinheiro conseguido graças a ele ter servido de cobaia à uma nova vacina. Por mais pobre que visualmente seja, só em negativo 16 mm (mais tarde estendido para 35) teria gastado o dobro disto, mas enfim, lendas são lendas... Para total apreciação, é preciso embarcar no clima de brincadeira entre amigos, estilo ao qual Rodriguez continuou sendo fiel mesmo quando passou a trabalhar para um grande estúdio americano, a Columbia. Com câmera frenética, cortes certeiros e roteiro de coincidências absurdas, nos remete a velhos cartoons do tipo Papa Léguas ou a qualquer western-espaguete produzido por algum Sergio Leone subnutrido do México. Ainda versa sobre a morte das tradições na figura do Mariachi sem emprego graças às facilidades tecnológicas. Carlos Gallardo (também produtor e responsável pelos efeitos especiais) vive perambulando de cidade em cidade à procura de lugares que lhe paguem por sua arte quando é confundido com o bandido Azul. Ambos usam um estojo de violão idêntico, só que o malvado o recheia com todo tipo de arma. Acidentalmente, o cantor se tornará o mais feroz matador que a fronteira mexicana já viu. Parece um argumento fácil e realmente é. A graça fica na forma em que foi contando, realmente original.

El Mariachi – El Mariachi

- México/EUA 1992 De Robert Rodriguez Com Carlos Gallardo, Consuelo Gómez, Jaime de Hoyos, Peter Marquardt, Reinol Martinez, Oscar Fabila 81’ Ação


DVD - Lançamento antigo da Columbia, contem El Mariachi e sua continuação (A Balada do Pistoleiro) em cada lado do disco. Assim como todos os filmes de Rodriguez, ele cuida pessoalmente de seu material extra, portanto, há sempre muito que se esperar. Aqui há a costumeira e reveladora faixa de áudio dele, trailer americano, e o primeiro documentário “Escola de Cinema em 10 minutos” visto em muitos dos seus DVDs. Lamentavelmente, exceto no filme, não há legendas em português em nada. Destaque para o primeiro curta-metragem “Bedhead”, feito com seus irmãos pequenos.

Cotação:

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