13 de setembro de 2009

Eu Quero Viver

Barbara Graham foi a garota saidinha que se meteu com os caras errados. De alegria dos randevouz saltou ás páginas policiais em manchetes escandalosas no início da década de 50 acusada de assassinar uma velhinha às pauladas.

Presa, jurou inocência até o fim, quando foi condenada à câmara de gás. Mesmo com todas as matérias sensacionalistas que assolaram os EUA, inclusive nos primórdios da TV, sua história comoveu todo o país transformando-a num símbolo anti a pena capital.

O drama real transformado em roteiro de Hollywood virou veículo perfeito para Susan Hayworth brilhar. Nem a um passo de morrer ela deixa de ser arrogante e amoral, embora consiga sensibilidade nos momentos onde clama pela vida e reencontra seu filho bebê na cadeia.

Não teve pra ninguém na cerimônia do Oscar daquele ano. Hayward (após outras quatro indicações) desbancou a eterna queridinha Elizabeth Taylor que concorria como Meg de Gata Em Teto de Zinco Quente (Cat on a Hot Tin Roof).

Robert Wise, especialista em filmes fantásticos como A Maldição do Sangue de Pantera (The Curse of Cat People, 1944), dirigiu esquivando-se do dramalhão rasgado que o material poderia proporcionar. Principalmente pela trilha sonora espetacular de jazz e o roteiro que apresenta apenas o que já havia sido propagado na mídia.

O possível assassinato surge em meio à chuva de acusações no tribunal. Somos surpreendidos assim como o réu.

Apresentado e encerrado por frases do jornalista Edward S. 'Ed' Montgomery (ganhador do Politzer), que acompanhou o caso (e segundo o roteiro se envolveu emocionalmente), o roteiro se assemelha a uma vislumbrada em recortes de notícias. É sucinto nas fases, e não perde muito tempo em longas cenas de tribunal.

Quase um King Kong. Sabe-se o que foi reservado à heroína no final, e mesmo assim são minutos de extrema tensão e suspense claustrofóbico.


Eu Quero Viver - I Want to Live!

- EUA 1958 De Robert Wise Com Susan Hayward, Simon Oakland, Virginia Vincent, Theodore Bikel, Wesley Lau, Philip Coolidge, Lou Krugman, Alice Backes 120’ Drama


DVD- Uma tristeza estes DVDs de obras da RKO, MGM ou United Artists distribuídos no Brasil. Temos o filme apenas e já vamos com sorte, que pelo menos foi comercializado, em meio a centenas ainda inéditos. Não entendi até agora que diabos é Classicline, porque alguns discos com esta marca não parecem pertencer à grande estúdio algum, mas nesse caso a capinha é cheia do leão da Metro. E são caros pra chuchu!

Cotação:

2 comentários:

  1. Miguel, alguém já te disse que você cativa com suas análises? Assim, cara, além da forma muito original - criatividade precisa por aqui - de conduzir seus argumentos textuais, você tem um tom objetivo que torna o texto gostoso de ler, ou seja, tudo flui rapidamente...não cansa, agrada mesmo.

    Gostei muito da proposta do seu blog!
    Vi vários posts antigos, muito bons os filmes escolhidos - ainda que você, vez ou outra, critique algum.

    Seu blog é muito bom, o conceito me define!

    Atualiza mais, viu!

    Já te linkei ao meu e sou novo seguidor, até!

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  2. Cristiano, valeu por tudo! Respondi no la Dolce Vita, meu outro blog. Abraços.

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