29 de junho de 2007

A Condessa Drácula

Esta deliciosa adaptação da histórica Condessa Erzsébet Bathory firmou-se como um dos últimos grandes filmes da Hammer. Assim como todos da produtora inglesa, muito comentado e pouco visto ou muito confundido. Culpa das incansáveis reprises na TV durante os anos 80. Uma vez por todas, não é quase pornô nem tão trash com morceguinhos de plástico presos a um fio! A propósito, nem vampira a condessa é, o nome é só pra faturar um pouquinho mais nas bilheterias. Com competente suspense do começo ao fim, a grande sacada do roteiro é contar tudo sob a ótica do povão em torno do castelo. Os diabólicos feitos da grã fina têm inicio com um xingamento popular, e o desfecho idem: Devil woman! Muitos historiadores dizem que a lendária sanguinária não matava jovens virgens para se manter sempre bela, mas por sofrer de uma rara doença sanguínea. Antes disso o mito já tinha se criado através dos séculos de boca a boca. A polonesa Ingrid Pitt, uma das principais divas do estúdio, está maravilhosamente sexy e talentosa no papel título com seu make-up 70’s. De velha arrogante de passado devasso a ingenuamente cega pela vaidade, o que não faltam ao seu redor são jogos de interesses, com personagens de relativa profundidade pouco comum no gênero. Quase dá pena! Suigeneris assim como o uso cenográfico. Sempre o mesmo corredor, mas fotografado de ângulos diferentes torna-se um dos melhores castelos góticos já vistos. Envolvente e divertido, uma preciosidade camp da sétima arte!

A Condessa Drácula – Countess Dracula

- Inglaterra 1971 De Peter Sasdy Com Ingrid Pitt, Nigel Green, Sandor Elés 93’ Terror


DVD - Nos EUA foi lançado em edição dupla juntamente com Carmilla – A Vampira de Karnestein(Vampire Lovers)e de bônus uma faixa de comentários (!!!) de ninguém menos que Ingrid Pitt entre outros envolvidos na obra. No Brasil ele é comercializado apenas em versão íntegra e restaurado, com imagem e áudio cristalinos. Ao contrário de Vampire Lovers que parece ter sido copiado de um VHS. De extra nada mais nada menos que o hilário trailer original para o mercado norte americano.

Cotação:

16 de junho de 2007

Ladrão de Casaca

Em um dos documentários contidos nesta edição, a filha ou a neta do diretor, se apressa a dizer que este é um filme maravilhoso porque é um Hitchcock típico. Muito pelo contrário! Talvez seja o mais ousado, onde ele tentou subverter algumas das “regras” de sua obra. O próprio argumento não é de suspense, mas sim mistério. Praticamente um “Quem é o criminoso?” a lá Agatha Christie. Quer risco maior para o auto-intitulado mestre do suspense? Claro que temos o bom (!!!) e velho Cary Grant tentando provar sua inocência e a gélida como nunca Grace Kelly como casal central e mais aquele apuro técnico tão saboroso, mas os cenários (a riviera francesa fotografada belíssimamente) com mais externas que o costumeiro e um criminoso desconhecido nos levam a algo fora do comum. Oh sim, e a trilha sonora romântica destoa das outras assinadas por Bernard Herrmann! De qualquer forma, não é um grande filme, está anos luz de obras-primas como Um Corpo que Cai (Vertigo) ou Psicose (Psyco), mas mesmo assim, empolgante e memorável. A prova que mesmo quando Alfred Hitchcok não é lá essas coisas ainda é bom pra caramba! Repare como os figurinos da veterana Edit Head ajudam a contar a história e na soberba interpretação de Kelly, de garota materialista a sagaz detetive apaixonada.

Ladrão de Casaca – To Catch a Thief

- EUA 1955 De Alfred Hitchcock Com Cary Grant, Grace Kelly, Jessie Royce Landis 106’ Romance/Policial


DVD - Chiquérrimo como este filme merece. O menu animado toma ao máximo proveito de algumas seqüências de forma tão inteligente que parecem ter sido feitas apenas para isso. Mais alguns documentários interessantes, em se tratando de um dos mais mitológicos trabalhos do cineasta. Ainda há o trailer, único conteúdo sem legendas em português. Afinal, porque as grandes distribuidoras raramente legendam trailers? Outro ponto contra: O documentário (muito bom por sinal) sobre a figurinista Edit Head é exatamente o mesmo que a Paramount incluiu na edição digital de Crepúsculo dos Deuses. Mas se você não tiver este...

Cotação: