21 de novembro de 2008

Sangue Sob o Sol

O humor involuntário fica por conta da caricatura racial. Ou Sylvia Sidney aparenta alguma gota chinesa em seu sangue? Asiáticos de verdade ficam por conta apenas da figuração. Politicamente dá-se um desconto pela época em que o produziram. Fazia quatro anos que Pearl Harbor tinha sido atacado, sendo que alguns meses antes do filme chegar aos cinemas os americanos deram o troco bombardeando Hiroshima e Nagasaki. Há um texto de abertura nos posicionando na história e apontando o “Hitler Japonês”. James Cagney é o intrépido repórter (Não por acaso a profissão que sucedeu a onda dos gangsters após a implantação do código Hayes em Hollywood) que vive no Japão e revela a trama do governo local para invadir os EUA. Enfim, um herói com agá maiúsculo, usando sua astúcia e aulas de caratê em prol da alardeada liberdade norte-americana. Filmado em estúdio, a narrativa se passa numa Tóquio fabulosamente reproduzida, sem fundos pintados ou coisas do gênero, o que lhe valeu o Oscar de direção de arte daquele ano. Sidney, acostumada a ser a vítima perfeita nos filmes de gangster da década anterior, faz aqui a mocinha perigosa típica do noir. Meio americana, meio chinesa (ocupada pelos japoneses alguns anos antes), está a serviço do governo nipônico para usar seus atributos físicos junto ao jornalista. História mundial à parte, embora o excesso de discussões chegue a aborrecer enquanto não se compreende totalmente o que os militares querem, casal central segura as pontas do interesse. Há de se concordar que James Cagney descendo golpes de caratê num japonês de quase dois metros (!!!) é duplamente algo que não se vê todo dia.

Sangue Sob o Sol – Blood on the Sun

- EUA 1945 De Frank Lloyd Com James Cagney, Sylvia Sidney, Porter Hall, John Emery, Robert Armstrong, Wallace Ford, Rosemary DeCamp , Frank Puglia 98’ Ação/Policial


DVD- A Continental o distribui em herética cópia colorizada, o que perde muito da graça da fotografia cheia de sombras e luz. Dá pra resolver, obviamente, tirando a cor da TV. Fora isso, áudio e imagem estão bons. Os extras são as biografias de Cagney, do diretor Frank Lloyd, e uma galeria de pôsteres que mistura pôsteres e capas de DVD internacionais de baixa resolução. O que está muito ruim na realidade é a arte e da capa com um pôster original que nem ao menos se encaixa na lombada do estojo. A impressão da mesma é notadamente uma Xerox colorido.

Cotação:

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