8 de abril de 2008

Prelúdio Para Matar

Argento se despedia dos giallos simplesmente com uma obra prima. De estética gráfica fabulosa, manteve o mesmo empenho na maquiavélica trama de violentos assassinatos. Há várias pistas, algumas reais, outras apenas para nos ludibriar, mas sempre coerente. Não é daqueles filmes onde no fim descobre-se o culpado, sendo que isso tanto fazia, poderia ser o leiteiro assim como a freirinha histérica... Inclusive, e isto é realmente uma ousadia, é possível vislumbrar a face do criminoso logo na primeira morte. Portanto, olho vivo! A trilha sonora psicodélica e doce da banda Goblin contrasta tenebrosamente com todo aquele sangue vermelho fosforesceste, e é também digna de se ter na coleção. Ao testemunhar crime brutal de uma parapsicóloga, pianista inglês vê-se envolvido com serial killer que pode ser qualquer um à sua volta. Como os policiais são uns bananas, arregaça as mangas e vai ele mesmo tentar desvendar porque e quem estará por traz de tanta brutalidade ao som de uma cantiga de ninar. Seguindo à risca o estilo dos livros policiais vendidos a preços populares na Itália, e que por terem capas amarelas ganharam o apelido de giallo, Argento demonstra um controle técnico beirando o doentio, seja visualmente quanto no roteiro. O diretor, merecedor do título de mestre, toca em vários assuntos que usaria em seus próximos trabalhos, como os poderes telepáticos dos insetos, e a sobrenaturalidade, tema de todas as suas películas a partir de Suspiria. Nada está ali à toa e por mais elaborado não deixa de ser extremamente popular. Assim como os melhores de Hitchcock que, aliás, teria dito brincando com as comparações, após assistir Prelúdio Para Matar: “Este jovem italiano está começando a me preocupar”.

Prelúdio Para Matar – Profondo Rosso/Deep Reed

- Itália 1975 De Dario Argento Com David Hemmings, Daria Nicolodi, Gabriele Lavia, Clara Calamai, Macha Méril, Giuliana Calandra 126’ Suspense/Policial


DVD - Versão estendida com duas horas e tralalá, widescreen, de fazer até a polêmica edição norte-americana ficar verde de inveja! Mas nem tudo são flores! Ele lamentavelmente tem um defeito grave com o áudio que fica oscilando entre italiano e inglês, sendo que quando está em italiano não há legendas! Isso por muito tempo a ponto de irritar... Claro, que com um pouco de boa vontade se consegue entender, mas é uma pena mesmo assim.

Cotação:

6 comentários:

  1. Bão Miguel? Acho seu blog um dos mais interessantes sobre cinema.

    Você é bastante especializado em terrores. Então, vai a pergunta.

    O lançamento foi provavelmente entre 95 e 99. Na capa, uma bruxa (??) comendo um espetinho de caveira (trash hehe, era uma vaeirinha em um palito). Lembro do filme: Uma noiva de negro, um batom que saía uma língua de dentro.

    Reconhece? É tipo o filme da minha infância. Amava-o. A locadora fechou, o tempo passou, e eu não lmebro do nome.

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  2. Nossa, Rafaéu, obrigado pelos elogios, mas minha especialidade não é filme de terror não!
    É filme que não aborreça!
    Puxa, 99 e é lembrança da sua infância? Não faço idéia do qual seja, dê mais informações... Tipo, você se lembra de algum ponto da trama?

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  3. Não muito mais que isso. Pois é, 99 eu tinha 9 anos. Me lembro da última cena que alguém usa o batom e dá aquele final "it never ends...".

    PS.: Muito trash o filme.

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  4. Não faço a mínima idéia! Acho que porque em 99 também era muito pequeno! hehehe

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  5. O filme a que rafaéu se refere é Noite dos Demônios 2, A (Night of the Demons 2 - 1994).

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  6. Já repassei a informação. Obrigado, Calabouço de Andróide!

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