9 de dezembro de 2008

Disque M Para Matar

O roteiro nunca chega a disfarçar as origens teatrais do argumento, parecendo que todo o filme justifica-se pela cena do crime estravagante. Com a ação se transcorrendo basicamente em um cenário, Hitchcock confia nas sempre chiques presenças de Grace Kelly E Ray Milland para entreter, além dos efeitos 3D, muito em voga na metade da década 50 como tentativa de resgatar as platéias interessadas em ver a novidade TV. Como o efeito inexiste em DVD, pode-se apostar que boa parte da graça acabou indo ao ralo. Não chega a ser enfadonho, mas deixa brecha para Um Crime Perfeito com Michael Douglas, ser o único remake de Hitchcock que vale a pena porque, acaba desenvolvendo lados que neste original são só sugeridos. Kelly, a encarnação perfeita das loiras geladas hitchcockianas, é a adultera que nem desconfia que seu marido Milland já descobriu seu jogo. O homem bolou um plano acima de qualquer suspeita para mandar a beldade ao quinto dos infernos, limpar a honra e ainda papar sua fortuna. Isso se tudo correr como planejado. No triangulo amoroso central, incomoda um pouco a presença oca de Robert Cummings com uma interpretação bem frágil do amante. Contratar atores ruins talvez seja a intenção do diretor, sempre apto a criar desafios a serem resolvidos.

Disque M Para Matar – Dial M for Murder

- EUA 1954 De Alfred Hitchcock Com Ray Milland, Grace Kelly, Robert Cummings, John Williams, Anthony Dawson, Leo Britt 105’ Suspense


DVD- Pena que Hitchcock não trabalhou sempre para a Warner. Teríamos agora todos os seus filmes em DVD em edições decentes como esta. O estúdio mais uma vez vendeu um título clássico corretíssimo, com a arte da capa e menus seguindo o estilo publicitário da época em que o filme foi lançado. Os extras são trailer, documentário sobre a produção e outro sobre o porquê de ele ser produzido em 3D. Tudo devidamente legendado em português.

Cotação:

4 comentários:

  1. Miguel, mesmo não sendo um primor do mestre é um filme muito bom e a intrincada trama é bem conduzida. A versão com M. Douglas e Gwyneth Paltrow sugere sim outras alternativas, porém não reproduz em momento algum o clima do original. Abcs.

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  2. Jacques, é por isso que eu disse que é um bom filme. Hitchcok fez melhores.

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  3. Miguel consegui este título recentemente e gostei do filme, claro que está longe de ser o melhor do diretor, mas mesmo não sendo ele é muito bem conduzido por Hitchcock. As presenças de Ray Milland e Grace Kelly são fundamentais para a trama do filme, eles fazem uma boa atuação, não é o mesmo que acontece com o opaco coadjuvante Robert Cummings. No mais filme para ser assistido sem culpa. Ah! Miguel mais uma coisa que cachorro maravilhoso é esse que você está na foto, adoro cachorros pena que não tenho um, mas tenho um papagaio quer trocá-lo pelo seu cachorro?

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  4. Ricardo, NUNCA, jamais trocaria meu Boris por nada deste mundo!

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