25 de março de 2006

Pi

Darren Aronofsky (a exemplo de Robert Rodriguez e seu El Mariachi) ganhou notoriedade logo em seu primeiro filme não só por suas qualidades artísticas, mas por seus esforços financeiros para levar um argumento absurdamente anormal ás telas do cinema. Nesses casos nunca se tem muita certeza do que é marketing ou realidade, mas reza a lenda que o cineasta com 28 anos simplesmente saiu pedindo 100 dólares a todos os amigos e familiares á sua volta até juntar a quantia de US$ 60 mil que o projeto pedia. Caso houvesse êxito, receberiam US$ 150 em troca. Grande vencedor no Sundance Film Festival daquele ano Pi (lançado no Brasil apenas em DVD pela Europa Filmes) é um refresco em toda cinegrafia mundial. Não assistia a nada de visual tão arrebatador e roteiro tão genialmente tecido a muito tempo. Diga-se de passagem, como filme lembra as ousadias de um Glauber Rocha (só pra nacionalizar a referência á genialidade), pouco se lixando para convenções hollywoodianas. A história, em preto e branco bem granulado, de Max (Sean Gullette) que busca qualquer ordem no caos matemático da letra grega e acaba entrando em um perigoso jogo envolvendo bolsa de valores, existencialismo e até o torá, mesmo tratando de assuntos que não nos são gratos, consegue pela sua execução brilhante nos prender por uma hora e pouquinho e ainda correr para a internet catar qualquer outra informação sobre o assunto. Dá pra esperar o episódio final da segunda temporada de Lost, dirigido também pelo diretor?

Pi
- EUA 1998 De Darren Aronofsky com Sean Gullette, Mark Margolis, Bem Shenkman, Samia Shoair 84’ Ficção Científica


DVD - Raridade em terras tapuias, além de algum texto, tem como extra uma espécie de documentário amador feito em VHS das filmagens até a consagração no Sundance. E não precisa deixar para ver só depois do filme, porque ele não entrega nada e ainda nos faz ter mais prazer ainda na vitória de algo vertiginosamente original.


Cotação:

Nenhum comentário:

Postar um comentário