29 de janeiro de 2008

Protegida por um Anjo

Sabe quando há uma pilha de tijolos e chove? Aqueles tijolos artesanais? Ficam uma coisa meio barro, meio tijolo... Afundado em clichês do cinema (suspense, horror, mistério, policial) Protegida por um Anjo acaba não sendo nem uma coisa nem outra. A principal referência (ou cópia deslavada) é a O Iluminado, o que piora bastante a avaliação deste abacaxi em forma de película. Pra piorar há aquele verniz falso de filme de arte pra tentar elevar ou esconder as falhas do produto final, o que dá certo sono. Música grandiosa, paisagem de cartão postal... O diretor teria dito numa entrevista que escolheu Demi Moore porque só quem abandonou o cinema por 5 anos para cuidar dos filhos poderia interpretar uma mãe zelosa. Hummm, Craig Rosenberg estava errado! Quando ela para de escrever em sua máquina (sim, ela é uma escritora de sucesso que ainda usa máquina de escrever, talvez porque seus livros sejam curtos ou que goste do trabalho braçal, sei lá!) para abraçar o filho ela pareça qualquer coisa, menos mãe zelosa e escritora menos ainda. E parece ser óbvio, mas ela é a principal falha de todo o projeto! Não importa nunca o que aconteça, jamais deixa de ser a atriz glamurosa de sempre!!! Pode estar debaixo d'água sendo afogada, nunca me engana que não é a Demi Moore... Uma persona destacada em meio a um elenco bastante desconhecido. Coitada, precisa é ser protegida por um agente melhor, isso sim!

Protegida por um Anjo – Half Light
- EUA 2006 De Craig Rosenberg Com Demi Moore, Henry Ian Cusick, Beans El-Balawi, Hans Matheson 110’ Suspense


DVD - Não há absolutamente nada e o menu ainda por cima é estático e horroroso... Mas e daí? A capinha tenta fazer erroneamente com que se pense se tratar de um filme de zumbis ou algo que o valha!

Cotação:

26 de janeiro de 2008

Os Crimes do Museu

É uma viagem no tempo assistir este filme absurdamente datado. Michael Curtiz (de Casablanca) situou a ação entre 1922 e 1933, ou seja, os tempos atuais, ao contrário da refilmagem (Museu de Cera) de 1953, com Vincent Price, no final do século 19. Leva-se em conta também o fato de ter sido fotografado em arcaico sistema Tecnicolor, onde as cores eram obtidas através dos tons vermelhos e verdes e de ter sido produzido um ano antes de entrar em vigor o famoso Código de Conduta Hays. Portanto, espere referências a pornografia, vícios, diálogos que podem ser encarados como racistas, e cenas um tanto ousadas. Fay Wray (alguns meses antes de encarar King Kong) logo na primeira cena usa um minúsculo e revelador short para fazer ginástica. Com áudio em Vitaphone (solução da Warner para filmes sonoros), tem os diálogos (rápidos como era costume na época) muitas vezes fora de sincronia. Até o fim dos anos 60 era tido como uma entre tantas películas desaparecidas, sendo encontrado nos arquivos pessoais do chefão Jack Warner pós sua morte, em 1969. Então se desconta uns 2 ou três cortes abruptos, que denotam ausência de algum rolo. Não tem o requinte das produções de horror que a Universal fazia no mesmo período, mas sua história consegue manter o interesse até o fim. Glenda Farrell faz a heroína, uma mistura de Jean Harlow e Rossalind Russell em Jejum de Amor (His Girl Friday) que não precisa de homem algum para resolver seus problemas. Intrépida repórter, tão descolada quando desacreditada por seu patrão, será a primeira a notar algo de bizarro entre a inauguração de um museu de cera e o desaparecimento de cadáveres no necrotério municipal de Nova York. De índole duvidosa, ao descobrir uma caixa com bebidas alcoólicas ilegais (estamos em plena lei seca) não pensa duas vezes, mesmo na frente dos policiais, em pegar algumas garrafas para si, como “comissão”. Da pá virada, como se diria nos 30’s!

Os Crimes do Museu – Mystery of the Wax Museum
- EUA 1933 De Michael Curtiz Com Lionel Atwill, Fay Wray, Glenda Farrell, Frank McHugh, 77’ Suspense


DVD - Lançado pela Warner no lado B da versão de 1953, Museu de Cera de Vincent Price. Por tanto ele em si é um bônus. Sem material suplementar exclusivo. Seria bacana se todo filme viesse com mais um no outro lado. Voltaríamos à prática dos filmes B, quando as distribuidoras faziam sessões duplas para tentar competir com a TV na década de 50. O segundo projetado sempre era de qualidade inferior e assim se perpetuou a expressão “filme B”.

Cotação:

25 de janeiro de 2008

A Noiva de Frankenstein

A série de monstros clássicos da Universal foi uma mão na roda para o estúdio em plena recessão pós crash de Nova York. Nada mais conveniente do que adaptar Drácula, a peça que fazia absurdo sucesso na Broadway. Personagem famoso (platéia garantida), elenco não conhecido nos cinemas e por isso barato, e a necessidade de parcos recursos financeiros para a produção, tudo conspirava a favor da chegada do negro a Hollywood. Como foi o primeiro filme é evidente certo anacronismo do diretor Tod Browning... Raramente a câmera se movimenta, interpretações caricatas como no cinema mudo, não há música de fundo, etc. Tanto este como o que o seguiu (Frankenstein), colossais fenômenos de público no seu tempo, hoje são como aqueles camafeus ostentados por velhas senhoras. Curiosos, mas emocionam muito pouco. Isso é diferente com A Noiva de Frankenstein! Chega-se a um ápice criativo, um pesadelo gótico de humor negro com cenários tão rebuscados quanto gigantescos, ângulos inusitados, elenco bem escolhido... Reza a lenda que James Whale fez certas imposições para rodar a referida continuação e por isso destoaria tanto. É fascinante como uma atriz, Elsa Lanchester, com tão pouco tempo em cena, marcaria uma personagem para a eternidade. Embora a festa seja para a noiva, quem brilha é o noivo. Boris Karloff cresce repetindo seu papel. A decisão (contrária ás vontades do ator) dele falar causa desconforto a princípio, mas proporcionam uma emocionante interpretação mesmo embaixo de toda aquela maquiagem. Não só fala, mas fuma e desesperadamente sente-se só! Quando a futura esposa berra ao ver seu predestinado não há como ficar sem um nó na garganta ao surgir pequenas lágrimas de decepção na criatura. Poético e macabro.

A Noiva de Frankenstein – The Bride of Frankenstein
- EUA 1935 De James Whale Com Boris Karloff, Elsa Lanchester, Colin Clive, Ernest Thesiger, Una O’connor, 75’ Horror


DVD - A Universal lançou em imagem restaurada praticamente todos seus filmes de monstro. Só haviam sido lançados no Brasil pela famigerada distribuidora Continental em VHS, com legendas tão toscas quanto à qualidade de imagem. Os extras, devido á preciosidade do filme, não são poucos. Documentário extenso e revelador, galeria de fotos raras, trailer original e faixa de comentário de um historiador. Tudo devidamente legendado em português. Repare num detalhe curioso na galeria de imagens. Há varias fotos de cenas que não entraram na edição final.

Cotação:

24 de janeiro de 2008

O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei

Me pareceu aqueles filmes de sacanagem antigos, que tinham a ingenuidade de tentar criar uma historinha. Entre uma cena e outra bacana se era obrigado a agüentar muito blábláblá. E bota blábláblá nisso... Dezenas de personagens, muitos deles sem dizerem ao que vieram só pra fazerem volume nas grandes cenas de batalha... Espetacularmente bem produzido, me causou incomodo o velho Peter Jackson, dono de títulos hardcore como Fome Animal, fazer algo com tantas sequencias de luta sem um pingo de sangue. Sentimentalismos baratos a granel, com aqueles garotos hobbits, de barba feita aparente, agindo como garotinhas da pré-escola. Pra piorar, a cada plano aberto aparentam um tamanho diferente. E precisa-se comentar que de costas eles possuem cabelo de cor e corte diferente? Aquele que faz o drogado em Lost tem um dos erros de continuidade mais gritantes. Suas sobrancelhas hora estão descoloridas, hora pretas!!! Parece besteira, mas tanto cuidado técnico e uns deslizes ridículos. Da história em si, esta terceira parte pelo menos é “menos pior” que a anterior, chatíssima! Três horas e tralalá pra não dar em nada... De repente surgiam homens de orelhas pontudas discutindo e logo em seguida saíam correndo. Alguns minutos depois, outros proferiam sei lá o quê e lá iam correr de novo com espadas em punho. Sucessivamente. E os tais hobbits 180 minutos sentados numa árvore comicamente fake? Aliás, há duas (!?!) dúvidas pungentes, talvez pelo suplício ter me causado certa sonolência, aonde ficou o personagem de Christopher Lee, que me parecia tão importante e simplesmente não dá as caras em O Retorno do Rei? E qual a função do insosso Orlando Bloom naquilo tudo? Um verdadeiro elogio ao marketing e a imaturidade intelectual das platéias, com o manjado recurso de roteiro (visto inúmeras vezes nas três partes) dos personagens que morrem, mas depois de um tempo estão vivos. Na boa, sendo otimista, se pegassem todo aquele material e reeditassem as nove horas e tralalá (!!!) em 1h30 teríamos um grande filme... Tá valendo a máxima de Billy Wilder explicando qual a única regra para se fazer um filme: Não aborrecer!

***


Vale uma nota! Como alguém que achou tão estúpido uma trilogia de metragem gigantesca suportou assisti-la até o final? Porque sou deveras teimoso, o tempo está sobrando e achava que até a terceira parte todo o hype poderia se justificar. Também estou consciente que quando assistidos em tela grande filmes épicos possuem sabor diferente. Também é bom ver tamanho sucesso de bilheteria com distanciamento do oba-oba causado por milhões em marketing! O rei está nu!


O Senhor do Anéis – O Retorno do Rei – The Lord of the Rings – The Return of the King
- EUA 2003 De Peter Jackson Com Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Liv Tyler 200’ Aventura


DVD - Os que assisti (emprestados) fazem parte de uma caixa rococó, cada qual duplo em widescreen, mas de extras banais pra caramba. Nossa, e de pensar que por um triz (com boa fé no gosto das massas) gastei meu rico dinheirinho nisso... Eles incluem propagandas de um jogo com gráficos toscos (personagens que parecem usar uma peruca de papelão!!!) da Eletronic Arts como se fosse extra! Dá pra rir em algumas entrevistas do elenco falando com seriedade sobre a obviedade de alguma mensagem “escondida” no roteiro. Sei... Só eles perceberam o paralelo com cobiça, união dos povos etc... O cúmulo do terceiro disco é um documentário malandro da National Geographic forçando a barra em comparações com personalidades da história mundial. Ok, chifre em cabeça de cavalo é unicórnio. Fui burro em não perceber a referência...

Cotação:

22 de janeiro de 2008

O Gigante de Ferro

Este filme deve configurar em toda lista que se preze dos mais injustiçados de todos os tempos. A brilhante animação que Brad Bird (Os Incríveis)fez para a Warner enfrentou inúmeros problemas de distribuição quando lançado nos cinemas, e consecutivamente foi parar direto nas locadoras do Brasil, em pouquíssimas cópias VHS. Uma pena! Consagra-se com a passagem do tempo em clássico, um dos maiores êxitos artísticos da animação produzida nos EUA. Deixa qualquer sentimentalismo barato da Disney no chinelo, diga-se de passagem. Aliás, não há bichinhos fofinhos, nem cantorias desnecessárias para ser indicado ao Oscar. Certa vez o diretor disse em entrevista que se irrita quando colocam seus filmes na categoria “animação”, porque esta seria a técnica empregada, não um gênero em si. O Gigante de Ferro é uma história interessante, que por acaso é contada através de desenho animado. Numa bela tarde, menino solitário e caçador de aventuras encontra um robô gigante vindo do espaço sideral. Partirá desta simplicidade recheada de referências ao mundo pop algumas impressões nada maniqueístas sobre a natureza original de cada um. Em cores pastel e traço retrô, de acordo com a época retratada (50’s), temos aqui a melhor representação fora de seu tempo à paranóica guerra fria. Inteligente o suficiente para ir além do que seria previsível, o apelo antibélico, ecoando até seu surpreendente final pouco feliz (!?) a esperança na amizade pura entre desiguais. Para se aplaudir de pé!

O Gigante de Ferro – The Iron Giant
- EUA 1999 De Brad Bird 87’ Drama/Aventura/Animação


DVD - Não temos a comentada edição de luxo lançada lá fora, mas ainda um DVD digno de nota. Primeiro porque resgata as vozes originais (no VHS só havia a versão em português) de gente como Jennifer Aniston e um Van Diesel em começo de carreira. Depois porque nos primórdios da Internet, um dos sites mais legais era justo o deste filme. Ao colocar o DVD no drive do PC, surpresa! Ele está inteirinho lá! Até com um joguinho em flash, papel de parede, pôsteres, páginas em html e mais um monte de coisa. Ao contrário das faixas para DVD Rom atuais da Warner que trazem quase sempre apenas aquele péssimo player que se instala automaticamente. Detalhe, na capinha os únicos extras descritos são um making of (sem legendas em português) e videoclipe.

Cotação:

21 de janeiro de 2008

Encurralado

Óbvio que ganhar rios e rios de dinheiro não é crime, se for por meios lícitos, por tanto, este não é um defeito da filmografia de Steven Spielberg. Subverter lógicas plausíveis em favor da lágrima fácil já é outra história. E este cineasta extremamente popular (esco?) estava bem longe do que vemos hoje quando executou Encurralado. Feito para a TV norte-americana no inicio da década de 70 com parcos recursos financeiros e de tempo (duas semanas) criou uma pequena pérola do suspense. Calcado na meticulosidade de um Hitchcock, mas sem o mesmo refinamento clássico, tem como principal mérito o argumento original, baseado em um conto curto da revista Playboy. É de um caminhão antiquado o papel de soberano assassino das estradas. O atual Spielberg, aquele que não perde a chance de dizer que a vida ideal é um comercial de margarina, com papai, mamãe e filhinhos sorridentes, já dá seu olá aqui. Afinal, tudo o que o pobre Dennis Weaver quer é chegar a seu lar, em crise conjugal, para deixar mal entendidos em pratos limpos. Seus planos podem ir por água abaixo se um caminhoneiro tão misterioso quanto furioso conseguir se vingar de sua ultrapassagem aparentemente banal. De final inevitavelmente previsível faz até quem não entende ou não tem interesse por carros, corridas, ou similares, trincar os dentes sem concessões ao humor.

Encurralado – Duel
- EUA 1971 De Steven Spielberg Com Dennis Weaver, Lucile Benson, Eddie Firestone 89’ Suspense


DVD - Uma longa entrevista atual com Spielberg relembrando o que significou para sua carreira esta estréia na TV é o principal atrativo dos extras. Mais curioso é um outro chamado Steven Spielberg e a TV, que disseca as origens do pai de E.T., inclusive o segmento The Eye de Night Gallery feito em 1969 e estrelado por Joan Crawford com algumas imagens raras dos bastidores. De resto especial sobre o autor Richard Mastheson, trailer de quando foi lançado nos cinemas e extensa galeria.

Cotação:

19 de janeiro de 2008

O Aniversário

Bette Davis é a Sra. Taggart, terrível matriarca caolha que faz questão de reunir todos os filhos (um deles com o indefectível costume de vestir calcinhas) a fim de celebrarem seu aniversário de casamento, mesmo com o pai já morto há muitos anos. E que simplesmente menosprezava. Espere estratosféricos insultos, xingamentos, apontamento de defeitos físicos e lavagem de roupa suja. Mamãe deixa bem claro que só não tolera se isso for aos berros! E claro, Davis mais perversa que Baby Jane, mas igualmente brilhante. Temos aqui uma extremista comédia de humor negro (mal) adaptada de uma peça teatral, excessivamente verborrágica, mas um dos mais fantásticos registros da interpretação de Davis. Dizer que ela rouba o espetáculo nem seria grande coisa já que está praticamente em 80% das cenas. E este foi o principal motivo para a monumental diva de Hollywood ter novamente topado filmar na Inglaterra, para um estúdio como a Hammer, especializado em terror. Já havia feito lá The Nanny, também lançado em DVD no Brasil pela Fox. Maquiavelicamente hilária desde sua primeira aparição, faz com que este trabalho irregular seja visto e revisto centenas de vezes. Com absurdo domínio das técnicas de sua profissão, Davis aproveita cada vírgula do roteiro para destilar toda maldade inimaginável de uma mãe para os filhos, sem perder o doce sorriso em seus lábios. Quando menos se espera lá está ela pedindo, por exemplo, pra futura nora se afastar um pouco porque não suporta odor corpóreo, ou manda o filho caçula esconder a noivinha quando a policia chegar para que não pensem que mantém um bordel ali entre muitas outras pérolas. Um clássico kitsch da perversidade humana.

O Aniversário – The Anniversary
- Inglaterra 1967 De Roy Baker Com Bette Davis, Sheila Hancock, Christian Roberts, James Cossins, Elaine Taylor, 94’ Comédia


DVD - Odeio e amo estes lançamentos de filmes B pelos grandes estúdios americanos como a Fox. Claro que é bacana terem sido lançados digitalmente nestas terras tropicais e por isso os amo. Detentoras dos direitos já na época do lançamento, dão pouca bola a eles em edições burocráticas. Quase um favor. Este faz parte da série (medonha) Fox Classics, que começa errando pela capinha marrom, só reproduzindo mal e parcamente o pôster atravessado. Antigamente isso era desculpa para se abrir a embalagem e se deparar com um mimo, um cartão com o mesmo pôster. De extra mesmo temos o trailer original. Mamãe os mandaria ao inferno!

Cotação:

16 de janeiro de 2008

O Grande Lebowski

Mais uma traquinagem do irmãos Coen para nos esfregar na cara o quanto conhecem a arte cinematográfica. Acompanha-se a filmografia deles como quem implora por participar de um happening cinematográfica de uma panelinha a qual não fomos convidados. Talvez por isso nem tudo faça algum sentido. Este fracasso de bilheteria em sua época de lançamento estranhamente foi ganhando aura de Cult com o passar dos tempos. Dizem que existe uma espécie de festival Lebowski nos EUA com fãs do “Cara”. Divertido em muitos pontos, chega a incomodar o excesso de personagens bizarros que vão aparecendo no decorrer da história. Parece haver uma urgência em chocar. Ainda por cima cada qual com sua trama que jamais será resolvida decentemente ao final. Com momentos gloriosos como os envolvendo o jogador Jesus de John Turturro, mas mal estares estrondosos como a interpretação estridente do sempre estridente John Goodman... Entre mortos e feridos chega-se à conclusão de que houve muito barulho por nada e coisas legais do roteiro foram perdidas em alguma viagem psicodélica dos autores.

O Grande Lebowski – The Big Lebowski
- EUA 1998 De Joel Cohen Com Jeff Bridges, John Goodman, Julianne Moore, John Goodman, John Turturro, Steve Buscemi 117’ Comédia


DVD - Tô até agora pra descobrir o porquê de no topo da capinha estar estampado “Edição Especial”, já que os extras são uma mixórdia. Galeria com fotos feitas por Bridges nos bastidores, Making Off e o melhor de tudo, introdução de um tal de Mortimer Young, presidente da Forever Young, empresa de preservação de filmes. O supra-sumo do humor genial dos Coen.

Cotação:

15 de janeiro de 2008

O Destino de Poseidon

Em um tempo de absoluta decadência dos estúdios de Hollywood os filmes catástrofe podem ser vistos como desespero (literal) de causa. Além de custarem relativamente pouco em matéria de cenografia, ainda contavam com antigos grandes nomes das telas cobrando muito menos do que em outros tempos. Claro que esta é uma visão simplista do gênero que estourou com este O Destino de Poseidon. O emaranhado de estilos (suspense, comédia, drama, etc) realmente sabia a novidade e a ostentação hollywoodiana até a década de 50 respingava aqui e ali. Até nos extras há um documentário com estudiosos vendo um quê de bíblico. Saudades de Cecil B. DeMille? O elenco estrelar dá algum interesse pela vida daqueles personagens relativamente rasos. 30 e tralalá anos se passaram de sua retumbante estréia e o que sobrou (além de uma famigerada refilmagem) é um curioso “quem chegará inteiro ao fim?”, envolvido num nauseante sentimentalismo barato. Errei em quase todas as mortes dos 12 personagens principais. Mas fala sério, já havia visto Shelley Winters dar com as dez muitas vezes e seria justo neste, com centenas de cadáveres, com peso bem a cima e idade avançada, que ganharia um happy end?

O Destino de Poseidon – The Poseidon Adventure
- EUA 1972 De Irwin Allen Com Genne Hackman, Ernest Borgnine, Roddy mcDowall, Stella Stevens, Shelley Winters, Leslie Nielsen 116’ Catástrofe/Aventura


DVD - Se o filme não atiça muito a vontade de aquisição pelo tema em si, os bônus são relevantes como registros de um gênero específico marcante para uma época cinematográfica. Pouca coisa está sem legendas em português, pra variar as duas faixas de comentários e os trailers. Há muitos extras interessantes. É possível rever a película tendo a intromissão de um mapinha muito bem elaborado do navio com a exata localização dos sobreviventes logo no primeiro disco. No segundo vários documentários, novos e até um original da época do lançamento. Bacaníssimo o cast original (menos Genne Hackman que deve achar tudo uma merda) relembrando o que significou participar de um dos primeiros blockbusters da história.

Cotação: