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14 de fevereiro de 2010

Olhos na Floresta

Ingenuidade esperar muito deste terror dos estúdios Disney. Aliás, um dos raros filmes de terror onde ninguém morre, portanto, nem pense ver o mínimo possível de gore.

Mas o suspense é ok! Na medida do possível, ou seja, prenda a atenção até a resolução estúpida do mistério principal.

Bette Davis voltava ao estúdio do Mickey após ter sido a vilã ao lado de Christopher Lee em A Volta da Montanha Encantada (Return from Witch Mountain, 1980), lançado em DVD no Brasil. Repete aqui o papel que fez muito nos últimos anos de sua carreira: A velha louca com mistérios no passado.

No caso, ela é a eremita que espanta todos os futuros inquilinos da mansão que possui no meio de uma floresta. Aceita um casal com duas filhas, porque vê na mais velha semelhança Karen, sua filha que desapareceu de forma misteriosa há décadas.

Daí a garota mais velha começa a ter visões com uma loira, igual a ela, pedindo ajuda e a menor a ouvir vozes. Acabam tendo que desvendar em que circunstância Karen sumiu.

O resultado é tão bobinho, que se não fosse Davis este filme nunca mais seria lembrado depois de sua estréia. Mas nem da grande atriz dá para esperar muito já que tem pouco tempo em cena.

Outra muito mal aproveitada é Carroll Baker, fazendo a mãe da dupla de protagonista. Por um triz entra muda e sai calada.


Olhos na Floresta - The Watcher in the Woods

- EUA 1980 De John Hough Com Bette Davis, Lynn-Holly Johnson, Kyle Richards, Carroll Baker, David McCallum, Benedict Taylor 84’ Horror


Cotação:

6 de novembro de 2008

Vaidosa

Bette Davis é a garota da alta sociedade com todos os homens aos seus pés, mas que precisa casar com ricaço por interesse. O marido (Claude Rains espetacular!) passará anos a fio com seus olhinhos de cachorro sem dono convivendo com os galanteadores à volta de sua esposa. Quase libertina em prol da bajulação masculina, deixará marido e filhinha por uma vida cheia de prazeres. Até que com muitos anos nas costas, pegará uma terrível doença que a deixará muito velha, espantando qualquer pretendente da sua frente. Davis se esforçará pra provar que uma mulher só é bela quando amada. O filme muito divertido como os dramalhões mais felizes feitos na era de ouro de Hollywood derrapa logo de cara quando aparece um grupo de conquistadores de fraque tecendo elogios à beleza de Fanny Tells e quem desce a escadaria é Bette Davis. Talentosíssima, mas longe de ser famosa por seus atributos físicos. Outro incomodo é que estávamos na primeira metade da década de 40, com as mulheres pegando no batente graças á segunda Guerra Mundial, assim sendo, a história é contada para elas com mais leveza e humor do que o tema merecia. Há exemplo de Scarlet Ohara, a personagem central é mostrada da tenra idade à maturidade absoluta, prepare-se para um show de interpretação de Bette Davis até sob pesadíssima maquiagem. Sem medo de ficar muito feia em cena, arrasa em frases espirituosas enquanto desfila por cenários rococós em figurinos espalhafatosos. Assim fica difícil não acabar gostando de Mr. Skeffington.

Vaidosa – Mr. Skeffington

- EUA 1944 De Vincent Sherman Com Bette Davis, Claude Rains, Walter Abel, Marjorie Riordan, John Alexander, Jerome Cowan, Dorothy Peterson, 145’ Drama


DVD - A Warner trata qualquer lançamento como um produto especial, mesmo produções menores. Pelo menos nos clássicos é a melhor entre as grandes distribuidoras. Vaidosa também tem a capa e menus reproduzindo o material promocional da época, trailer original e um documentário curto com estudiosos falando sobre Davis. Ruim é que eles jamais legendam faixas de comentários, no caso do diretor Vincent Sherman. O detalhe é que não há citação de tal extra nem na embalagem nem opção de selecioná-lo no menu a não ser que o troquemos pelo em inglês. A dublagem presente, que pode interessar a senhoras fãs de Davis, parece ser recente, já que a voz da atriz não é feita pela grande Ida Gomes que aprendemos a amar nas reprises da TV.

Cotação:

3 de outubro de 2008

Lágrimas Amargas

Dramalhão tão cafona quanto irresistível sobre atriz de Hollywood decadente. Pela época dá pra apostar que foi produzido (com poucos recursos) no embalo de Crepúsculo dos Deuses, mas claro, sem um terço da acidez de Billy Wilder. Grande dama de Hollywood, Bette Davis parece estar deslocada contracenando com atores muito abaixo de seu talento, fotografada com granulação excessiva e inúmeras cenas em locação. Pelo menos no primeiro item tentaram disfarçar com a maioria de suas falas interpretadas diretamente para a câmera. Por muito tempo acreditou-se erroneamente que estava em situação difícil quando aceitou o papel tal e qual Gloria Swanson no de Wilder. Teoria facilmente descartada, já que dois anos antes tinha concorrido ao Oscar com A Malvada, feito repetido nesta fita quando chegou à histórica 10ª indicação. Falando na academia, Davis aparece com seu próprio troféu, ganho por Jezebel, na seqüência em que dirige bêbada pelas ruas preferidas dos ricos e famosos de Hollywood. Este momento de desespero, após cortar relações com seus familiares sanguessugas, ser ameaçada de despejo e praticamente perder a guarda da filha e mesmo assim agarrar seu Oscar e ir encher a cara merece estar em qualquer antologia do que de mais kitsch o cinema mostrou. O próprio filme tem várias outras que rivalizam com isto, como a grande diva vendendo calcinhas, ou péssima durante teste para um papel pequeno. E sobrevive a tudo! Seu talento, que lhe coloca no patamar de uma das maiores atrizes de todos os tempos, está evidente na emocionante festa dos ricaços, onde se vê em seus grandes olhos o quanto está deslocada em meio àquele luxo que não lhe diz mais respeito.

Lágrimas Amargas - The Star

- EUA 1952 De Stuart Heisler Com Bette Davis, Sterling Hayden, Natalie Wood, Warner Anderson, Minor Watson, June Travis, Barbara Lawrence, Fay Baker 102’ Drama


DVD- Não dá pra entender a lógica para “The Star” ter ganhado o título “Lágrimas Amargas” no Brasil, mas enfim... Ironicamente é distribuído agora pela Warner, “casa” original de Davis, mas já de relações cortadas quando o filme foi produzido de forma independente. O material bônus é o trailer espalhafatoso original e um documentário de 6 minutos com historiadores desmentindo que a personagem refletia a situação real da atriz. Aparece uma biógrafa apontando semelhanças bem maiores com a vida de Joan Crawford naquele momento, não por acaso, a arquiinimiga de Bette Davis.

Cotação:

13 de junho de 2008

Pérfida

Fabuloso com uma idéia infelizmente fora de moda: Os abutres (ou raposas como indica o título original) constroem um país. Perto do que se vê hoje, com o mundo divido entre “winners” e “losers”, aqueles três irmãos sulistas tentando conseguir fortuna a todo custo são fichinha. É basicamente um filme de vampiros, e um dos diálogos serve quase como ameaça nos lembrando de que gente daquela estirpe sempre existirá aos milhares. Adaptado da peça escrita por Lillian Hellman (também roteirista do filme com diálogos de Dorothy Parker) mantém na direção de William Wyler complacência com a interpretação do ator. Não importa a que preço, todas as expressões serão registradas. Bette Davis, alugada pela Warner à RKO, tem todos os méritos próprios imagináveis. Obrigada contra sua vontade por Wyler (ex-affaire e diretor de Jezebel, que lhe rendeu seu segundo Oscar) a ver a montagem da peça com Tallulah Bankhead no papel de Regina, decidiu a contragosto de todos fazer uma personagem absolutamente diferente. Se no teatro era sedutora, a ponto de chocar a platéia no ápice de sua desumanidade, insistiu na personalidade fria, calculista, e visivelmente pouco confiável desde o início. Se Davis tivesse perdido a batalha com o todo poderoso produtor Samuel Goldwyn e Willer, que chegaram a cogitar despedi-la e refilmar tudo, teríamos um filme bem menos interessante. Guerrilheira do cinema, como Katharine Hepburn a chamava, alterou por conta própria também o figurino nada sexy e a maquiagem, quase uma máscara de teatro No. De resultado extremamente sofisticado, sua interpretação é não mais que memorável. De sutilezas controladas, manias pessoais ela entrega a perfeita beldade caipira que cedeu espaço à cobiça por um lugar melhor ao sol. É o contraponto perfeito à amável e fraca cunhada Birdie, de passado semelhante, mas dominada pelo casamento conveniente, entregue ao alcoolismo para amortecer seu desespero. Nesse emaranhado de personagens adultos, de caminhos tortuosos já traçados, há a jovem Teresa Wright, a filha obediente e tolinha de Davis, que a princípio alega não entender o que se passa a seu redor. E paralelo à esbórnia antiética, ainda se acompanha seu amadurecimento social. Afinal, a velha dúvida: temos escolhas ou nosso caráter é fruto do meio em que se cresce?

Pérfida – The Little Foxes

- EUA 1941 De William Wyler Com Bette Davis, Teresa Wright, Herbert Marshall, Richard Carlson, Dan Duryea, Patricia Collinge, Charles Dingle, Carl Benton Reid, Virginia Brissac 115’ Drama


Cotação:

9 de fevereiro de 2008

Nas Garras do Ódio

O primeiro trabalho de Bette Davis para a produtora inglesa Hammer contradiz alguns biógrafos sob a sua forma de escolher projetos. Acreditava-se que tinha pouco faro nesta hora, muitas vezes optando pelo número de cenas em que sua personagem apareceria não importando a qualidade do roteiro. Quebrada financeiramente desde o casamento precoce de sua filha B.D. (com o sobrinho do dono da Seven-Arts), aceitou o que lhe apareceu, principalmente no gênero que lhe valeu sua última indicação ao Oscar (em 1962 por O Que Terá Acontecido a Baby Jane?), o suspense psicológico. Sua carreira teve duas ressurreições; em 1950, com A Malvada, após não renovar seu contrato de anos a fio com a Warner e se tornar uma das primeiras atrizes independentes e, em 1962, como a ex-garota prodígio Baby Jane. Este último, não só um marco em sua carreira, mas do cinema em geral - volta e meia voltamos a ele neste blog, como referência. The Nanny demonstra certo cuidado na escolha de Davis, já que seu projeto anterior, Com A Maldade na Alma, em que interpreta (de forma estridente) a sulista Charlotte, outra velha louca, é quase igual à Baby Jane. Neste papel, Davis se mostra extremamente contida como a babá solteirona que não tolera que seus serviços sejam desnecessários. Tranqüila o suficiente para apenas a platéia concordar com o pequeno Willian Dix, de que por trás daquela candura há algo de muito perigoso. Davis teria, inclusive, recusado o figurino original, e pessoalmente comprado seu uniforme para dar vivacidade ao papel. Fato que, por si, só já demonstra certa perspicácia. O filme em si não vale muita coisa, pelo menos a cópia lançada no Brasil. Dirigido por Seth Holt (que morreria nos 70 em ataque de soluços enquanto dirigia Sangue no Sarcófago da Múmia, sofreu alguns cortes para a Fox, antes de ser distribuído no mercado norte-americano, tal e qual tantos outros da Hammer lançados por empresas de lá. Há muitos saltos na trama, cenas importantes que são apenas comentadas pelos personagens, infelizmente até o desfecho.

Nas Garras do Ódio – The Nanny
- Inglaterra 1965 De Seth Holt Com Bette Davis, Willian Dix, Wendy Craig, Jill Bennet, Jimmy Villers, Pamela Franklin, 93’ Suspense


DVD - Fox Classics oferecendo um produto igual a todos os seus outros, com o cartaz atravessado ao invés de uma arte original... Dentro o cartão com o tal pôster de brinde além do trailer original sem legendas como sempre. Aposto que se algum filme deles tiver algo mais eles recusam, pra manter a regra!

Cotação:

Com a Maldade na Alma

Com sabor de literatura barata, daquelas impressas em papel jornal, este filme poderia ter o subtítulo “Maior, Melhor e Sem Cortes”, já que foi uma tentativa de repetir o sucesso de O Que Terá Acontecido A Baby Jane? praticamente refazendo o mesmo argumento, mas com violência muito mais explícita. Aliás, Robert Aldrich filmaria com as mesmas protagonistas, Bette Davis e Joan Crawford, se o relacionamento das estrelas não fosse conhecidamente tão conturbado. Sorte de todos nós que tivemos Olivia de Havilland paparicando maliciosamente uma desgrenhada Davis. Havilland, sempre tão doce na maioria de seus papeis é aqui, interpretando a prima sorrateira, o contra-senso ás interpretações overs da outrora Baby Jane e de sua criada Agnes Moorehead. As duas parecem trabalhar deslocadas de seu tempo como o velho casarão ao qual moram a mais de 30 anos. Indicada ao Oscar daquele ano como atriz coadjuvante, Moorehead quase faz o papel de bruxa suspeita, mas sem um pingo do glamour da posterior Endora, claro. Léguas artísticas separam a película anterior desta, o que não a desmerece para aficionados em trabalhos emblemáticos, com produção e atuações colossais suprindo um roteiro cheio de reviravoltas nem sempre plausíveis.

Com a Maldade na Alma - Hush... Hush, Sweet Charlotte
- EUA 1964 De Robert Aldrich Com Bette Davis, Olivia de Havilland, Agnes Moorehead, Joseph Cotten, Victor Buono, Mary Astor 133’ Suspense


DVD - Outro lançamento sob o selo Fox Classics, com o cartaz estampado de atravessado ao invés de uma arte descente... Este pelo menos veio com brindinho, um cartão com o tal pôster. O Menu é padrão, estático, desleixado, e de extra só o trailer original. Sabe-se que há material que poderia vir, como as cenas filmadas por Joan Crawford, mas cadê?

Cotação:

19 de janeiro de 2008

O Aniversário

Bette Davis é a Sra. Taggart, terrível matriarca caolha que faz questão de reunir todos os filhos (um deles com o indefectível costume de vestir calcinhas) a fim de celebrarem seu aniversário de casamento, mesmo com o pai já morto há muitos anos. E que simplesmente menosprezava. Espere estratosféricos insultos, xingamentos, apontamento de defeitos físicos e lavagem de roupa suja. Mamãe deixa bem claro que só não tolera se isso for aos berros! E claro, Davis mais perversa que Baby Jane, mas igualmente brilhante. Temos aqui uma extremista comédia de humor negro (mal) adaptada de uma peça teatral, excessivamente verborrágica, mas um dos mais fantásticos registros da interpretação de Davis. Dizer que ela rouba o espetáculo nem seria grande coisa já que está praticamente em 80% das cenas. E este foi o principal motivo para a monumental diva de Hollywood ter novamente topado filmar na Inglaterra, para um estúdio como a Hammer, especializado em terror. Já havia feito lá The Nanny, também lançado em DVD no Brasil pela Fox. Maquiavelicamente hilária desde sua primeira aparição, faz com que este trabalho irregular seja visto e revisto centenas de vezes. Com absurdo domínio das técnicas de sua profissão, Davis aproveita cada vírgula do roteiro para destilar toda maldade inimaginável de uma mãe para os filhos, sem perder o doce sorriso em seus lábios. Quando menos se espera lá está ela pedindo, por exemplo, pra futura nora se afastar um pouco porque não suporta odor corpóreo, ou manda o filho caçula esconder a noivinha quando a policia chegar para que não pensem que mantém um bordel ali entre muitas outras pérolas. Um clássico kitsch da perversidade humana.

O Aniversário – The Anniversary
- Inglaterra 1967 De Roy Baker Com Bette Davis, Sheila Hancock, Christian Roberts, James Cossins, Elaine Taylor, 94’ Comédia


DVD - Odeio e amo estes lançamentos de filmes B pelos grandes estúdios americanos como a Fox. Claro que é bacana terem sido lançados digitalmente nestas terras tropicais e por isso os amo. Detentoras dos direitos já na época do lançamento, dão pouca bola a eles em edições burocráticas. Quase um favor. Este faz parte da série (medonha) Fox Classics, que começa errando pela capinha marrom, só reproduzindo mal e parcamente o pôster atravessado. Antigamente isso era desculpa para se abrir a embalagem e se deparar com um mimo, um cartão com o mesmo pôster. De extra mesmo temos o trailer original. Mamãe os mandaria ao inferno!

Cotação: