25 de maio de 2007

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

O ponto mais interessante deste filme, querido por 9 entre 10 pessoas que o assistiram, é ser ambientado em um universo particular e absolutamente comum. Seus matizes vermelhos e verdes não nos deixam dúvidas logo de cara de que vemos algo particular, como são os sonhos ou qualquer outra coisa que só ocorra nas nossas cabeças. Cúmplices aceita-se o mundo de Amélie cercado de pequenos prazeres. Compartilha-se o cotidiano da jovem que não sabe (ou não quer) conviver com outras pessoas. Demonstra ótima habilidade em criar subterfúgios quando precisa (ou quer) se relacionar afetivamente com humanos. Uma das causas para que se você for ansioso só achar um mimo lá pela terceira vez que o assistir... O principal mérito não está na fotografia, cenografia ou qualquer outro rebuscamento já observado na filmografia de Jeneut, mas em emocionar sem pieguismo ou dramalhões. Nos joga na cara o real/artificial isolamento que todos vivemos. Amélie é complicada porque quer, por opção? Desde pequena inventou uma doença cardíaca e assim foi se isolando ou se ajustando ao seu redor. Como qualquer outro personagem. Delicadamente adulto, este primeiro filme do diretor após a tentativa Hollywoodiana frustrada com Alien – A Ressurreição, fala diretamente sobre a fidelidade com a criança que já fomos um dia. Uma vez encontrei o raro jogo para Playstation One de O Ladrão de Sonhos, outro de seus trabalhos. Um subproduto do gênero para Amélie seria fabuloso!

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain – Le Fabuleux Destin D’Amélie Poulain

- França 2001 De Jean-Pierre Jeneut Com Audrey Tautou, Matheu Kassovitz, Serge Merlin 122’ Romance/Comédia


DVD - Oh! Temos extras! Todos crus, embrulhados num menu que nada mais que um slide show da personagem principal. Uma extensa entrevista de Jean-Pierre Jeneut feita para o lançamento do disco e o teste que colocou Audrey Tautou no mapa cinematográfico são os principais destaques.

Cotação:

18 de maio de 2007

OldBoy

Mais um filme que se não tivesse caído nas graças de Quentin Tarantino, jamais aportaria no Brasil: OldBoy, a segunda parte da trilogia do coreano Chanwook Park sobre (basicamente) a vingança. Isto é, o rótulo comercial, aderido por boa parte da imprensa para definir a obra é a vingança, o que não deixa de ser simplificar de mais. Importa pouco ver o pobre Oh Dae-su resolver seus problemas com quem quer que seja que o tenha aprisionado em um quarto de hotel vagabundo e após 15 anos o ter libertado perto de inúmeras questões que vão sendo apresentadas. Claro, banhadas por uma violência gráfica espetacular, herança do roteiro originalmente explorado em um mangá de mesmo nome. Dia destes li uma entrevista onde Tarantino dizia o quão engessado é o cinema “made in Hollywood”, cheio de regras que nunca serão quebradas a fim de não decepcionar a cada vez mais sonâmbula platéia média. Taí o trunfo dos filmes que vêm da Ásia. Absorvem os trabalhos americanos (a própria fotografia de OldBoy é bem parecida com a de Clube da Luta) em muitos pontos, mas quebram a tal linha citada pelo diretor de Kill Bill. Até quando seus roteiros optam por soluções mais óbvias, a forma em que as imagens são mostradas sempre nos deixa boquiabertos. Não é o caso deste filme absolutamente surpreendente do inicio ao fim. E de tão bem feito, mesmo cheio de surpresas e reviravoltas rocambolescas há substância suficiente para ser visto e revisto inúmeras vezes. Se for pra citar um deslize, dá pra apontar o final ambíguo. Não a solução da trama em si, mas a seqüência final. O que perto das duas horas fantásticas que passamos não é nada!

OldBoy
- Coréia 2003 De Chanwook Park Com CHOI Min-sik, YOO Ji Tae, KANG Hye-jung 120’ Suspense/Policial


DVD - A Europa Filmes lançou duas versões de Old Boy. Uma dupla, e a simples, que foi a que adquiri. Simples é apelido! Menu nojento estático e mais nada de extra. Mas se a ausência de extras fosse o problema maior nesta edição nem me importaria tanto. Dói ver a qualidade péssima da imagem e áudio. Parece DVD pirata! Sem falar nas legendas em francês que aparecem na tela em alguns momentos sem que possamos retirá-las... Vale sonhar com a edição tripla (!!!) lançada pela Tartasian nos EUA. Vem até com alguns fotogramas de 35 mm.

Cotação: