12 de setembro de 2008

Crime na Mansão Sombria

Logo de cara se nota que, enquanto o cinema americano fazia coisas do tipo ...E O Vento Levou, a Inglaterra ainda estava na idade da pedra em questões técnicas. O filme é de 1940, mas parece ser de 1800 e pouco. Não que a reconstituição de época seja espetacular, mas por precariedade de produção e a qualidade da cópia se desmanchando também não ajuda muito. Em compensação, artisticamente, a partir do roteiro, dá de 10 a zero em muito do que saiu de Hollywood naquela época. Longe do conservador código Hayes, os ingleses ousavam mais na violência, embora fora de quadro. Tod Slaughter, ator já era consagrado nos palcos londrinos como vilão, assumia na tela a persona malvada com bom humor, quase que uma caricatura de si mesmo. Pode soar exagerado, mas combina com o teor farsesco da trama. Na história, impostar mata herdeiro para assumir seu lugar, sem saber que na verdade ganhará apenas dívidas. Sente-se quase que obrigado a assassinar pra conseguir alguns dobrões. Com muitos personagens e subtramas interessantes, várias delas não se encaixam ou acabam mal explicadas. Talvez o motivo seja que, a metragem original dele foi drasticamente encurtada ao ser exibido nos EUA, com leis de moral e conduta muito mais rígidas. Infelizmente, as versões que rodam o mundo com os trabalhos de Slaughter são as de lá.

Crime na Mansão Sombria – Crimes at the Dark House

- Inglaterra 1940 De George King Com Tod Slaughter, Sylvia Marriott, Hilary Eaves, Geoffrey Wardwell, Hay Petrie, Margaret Yarde, David Horne 68’ Horror


DVD - A London Films (WorksDVD) o distribuiu dentro de uma caixa chamada Ataúde Macabro e avulso contendo outro filme de Tod Slaughter. A imagem está novamente péssima, cheia de rabiscos, com o áudio inconstante, mas logicamente, é uma aquisição válida devido à oportunidade rara de se assistir o ator, primeiro mestre do horror inglês.

Cotação:

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