 Este filme se tornou um fenômeno tão popular que até dá um certo (e confesso esnobe) constrangimento assisti-lo ou até mesmo assumir tê-lo visto. É quase como assumir assistir aos domingos o programa do Gugu, ou dar algum crédito ao famigerado Domingão do Faustão... Mas uai, gosto de filmes de qualquer natureza, e claro que a cinebiografia da irritante dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano não passaria batida por mim. E se as milhares de pessoas estiverem certas? E se aqueles elogios na imprensa (inclusive a revista Set) não forem um deslavado jabaculê? Caraca, o primeiro sinal de que não estava errado foi que as mais de duas (!!!) horas de película me pareciam oito! Uma pieguice rala, a que nem interpretações afinadas como as do eterno Beija-Flor Ângelo Antônio ou da talentosíssima Dira Paes conseguem dar um verniz menos enfadonho. E começa bem, com uma vidinha rural, moda de viola tocando no radinho de pilha, mas daí pra descambar ao lugar-comum é um pulo. Claro que com patrocínios como os que tiveram não dá pra alguém falar mal daquele maniqueísmo típico de qualquer telenovela. Quem sabe está aí a chave para o inusitado sucesso. A "inteligência" média ama assistir a algo de que já sabe o final. Talvez como a psicologia infantil, que permite rever o mesmo desenho animado inúmeras vezes, assim o infante se sente seguro. Segure o riso, se for capaz, para a aparição de um ônibus com logo da prefeitura de Marta Suplicy em plena década de 80! Falando nisso, triste é imaginar que após o sucesso, pessoas de passado tão humilde se submetem a subir a palanques políticos em troca de polpudos cachês como revelaram os recentes escândalos. Escreve o que eu digo, ou melhor, dá um control C e depois um control V nisto: Não me faça gargalhar imaginando uma indicação ao Oscar, e se porventura o lobby da Columbia for absurdamente forte, não há a mínima chance de a estatueta dourada vir ao Brasil em 2006! Se os yankees já são fechadíssimos a qualquer outra parte do mundo, imagina se vão digerir um roteiro picado e óbvio sobre dois latinos desconhecidos que possuem como único mérito terem vendido milhares de cópias de música muito ruim. E não caia você no conto de que, gostando ou não da dupla, o filme se segura por si. Volta e meia o telespectador é incomodado pelos gritos esganiçados deles, o que distrai a atenção exatamente nos pontos em que a trama ameaça se perder por completo. Fora o lamentável fato de uma criança morrer em um acidente, nada de realmente extraordinário. E nesse ponto, a gota d'água do desinteressante é a partir do casamento com a Zilu, interpretada por uma caricata Paloma Duarte de grampinhos na cabeça, bem diferente daquela emergente que hoje exibe na páginas da revista Caras todo o seu mau gosto ao pintar notas musicais em dourado na parede da sala. Há histórias de vida tão mais relevantes...
 Este filme se tornou um fenômeno tão popular que até dá um certo (e confesso esnobe) constrangimento assisti-lo ou até mesmo assumir tê-lo visto. É quase como assumir assistir aos domingos o programa do Gugu, ou dar algum crédito ao famigerado Domingão do Faustão... Mas uai, gosto de filmes de qualquer natureza, e claro que a cinebiografia da irritante dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano não passaria batida por mim. E se as milhares de pessoas estiverem certas? E se aqueles elogios na imprensa (inclusive a revista Set) não forem um deslavado jabaculê? Caraca, o primeiro sinal de que não estava errado foi que as mais de duas (!!!) horas de película me pareciam oito! Uma pieguice rala, a que nem interpretações afinadas como as do eterno Beija-Flor Ângelo Antônio ou da talentosíssima Dira Paes conseguem dar um verniz menos enfadonho. E começa bem, com uma vidinha rural, moda de viola tocando no radinho de pilha, mas daí pra descambar ao lugar-comum é um pulo. Claro que com patrocínios como os que tiveram não dá pra alguém falar mal daquele maniqueísmo típico de qualquer telenovela. Quem sabe está aí a chave para o inusitado sucesso. A "inteligência" média ama assistir a algo de que já sabe o final. Talvez como a psicologia infantil, que permite rever o mesmo desenho animado inúmeras vezes, assim o infante se sente seguro. Segure o riso, se for capaz, para a aparição de um ônibus com logo da prefeitura de Marta Suplicy em plena década de 80! Falando nisso, triste é imaginar que após o sucesso, pessoas de passado tão humilde se submetem a subir a palanques políticos em troca de polpudos cachês como revelaram os recentes escândalos. Escreve o que eu digo, ou melhor, dá um control C e depois um control V nisto: Não me faça gargalhar imaginando uma indicação ao Oscar, e se porventura o lobby da Columbia for absurdamente forte, não há a mínima chance de a estatueta dourada vir ao Brasil em 2006! Se os yankees já são fechadíssimos a qualquer outra parte do mundo, imagina se vão digerir um roteiro picado e óbvio sobre dois latinos desconhecidos que possuem como único mérito terem vendido milhares de cópias de música muito ruim. E não caia você no conto de que, gostando ou não da dupla, o filme se segura por si. Volta e meia o telespectador é incomodado pelos gritos esganiçados deles, o que distrai a atenção exatamente nos pontos em que a trama ameaça se perder por completo. Fora o lamentável fato de uma criança morrer em um acidente, nada de realmente extraordinário. E nesse ponto, a gota d'água do desinteressante é a partir do casamento com a Zilu, interpretada por uma caricata Paloma Duarte de grampinhos na cabeça, bem diferente daquela emergente que hoje exibe na páginas da revista Caras todo o seu mau gosto ao pintar notas musicais em dourado na parede da sala. Há histórias de vida tão mais relevantes...Dois Filhos de Francisco
- Brasil 2005 De Breno Silveira com Ângelo Antônio, Dira Paes, Paloma Duarte, Dablio Moreira 119' Drama
DVD - Edição bem pobrinha de extras, provavelmente saída de Sítio Novo. Hehehe. Vem com escassos erros de filmagem, documentário sobre os cantores entre outras desnecessidades, visivelmente foi lançada às pressas para a época natalina e tentar (hehehehe parte 2) conter as vendas dos piratas. Aliás, pensando bem, pra guardar historicamente, a edição pirata seria mais interessante. Pensou contar pra seus filhos que o presidente da época, blábláblá?
Cotação:
 
 
 

 


 
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Não conheço mesmo nada do filme, à excepção de ter sido o filme submetido aos Óscares pelo Brasil.
ResponderExcluirMas depois do que escreveste, acho que é melhor ficar por aqui.
Abraços.
Pois é, eu vi no cinema e tal. Achei foi uma grande chupação de Tina. Meninos pobres, sofrem o pão que o diabo amassou e o filme ainda acaba com um grande show, com eles cantando a música carro-chefe da carreira...
ResponderExcluirSe pelo menos os atores principais tivessem o talendo da Angela Basset a coisa já não seria tão ruim...
tb acho a mesma coisa!!!sobre o post!!!
ResponderExcluirEmbalado por tantos "este filme é ótimo" e pela indicação a indicação ao Oscar, acabei conferindo este filme. Se não cheguo a achar tão revoltante como você, estive longe de me emocionar genuinamente (e todo mundo me dizendo que o filme era para se debulhar em lágrimas). Também duvido que esteja entre os nominados para o prêmio máximo de Hollywood. Terça-feira está aí para não nos desmentir. Muito original este seu sistema felino de cotação! Grande abraço!
ResponderExcluirOps! Onde está escrito "cheguo", favor ler "chego". Foi mal!
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