30 de junho de 2008

Wall-E

Não é todo dia que se vai ao cinema e se depara com um clássico. Um filme que se tem a certeza de que será querido por gerações e gerações. E nem por isso, ou talvez por isso, deixou de seguir caminhos arriscados principalmente em sua estrutura. Atitude cada vez mais condenada pelos engravatados de Hollywood nestes tempos de refilmagens, adaptações caretinhas de quadrinhos pra nerd bater palma e quaisquer outras favas contadas. Adulto e profundo a ponto de nos fazer continuar com ele na cabeça horas depois, infantil e divertido a ponto de a maioria das (muitas!) crianças presentes na sala ficarem caladinhas até o fim. Esse domínio da platéia, muito comum entre grandes atores do teatro, demonstra o quanto os roteiros da Pixar estão cada vez mais apurados. Wall-E é um pequeno robô, o último da sua espécie, que sobrevive na Terra a fim de limpar todo o lixo existente. Todos os humanos estão em órbita, por séculos, esperando o dia em que tudo voltará a ser um prado verdejante. A maquininha vive aqui relativamente só, embora seu relacionamento com uma barata faça seus dias menos vazios. Outra distração é uma velha fita VHS do musical Hello Dolly!, que como em muitos filmes de nossas vidas, lhe será bastante útil futuramente. Num belo dia, chegará outro robô, moderníssimo, vasculhando cada centímetro do velho planeta, e não se sabe se por suas formas arredondadas, ou pela esperança do fim da solidão, Wall-E cairá de amores por ele, sem deixar de ser incrivelmente útil em sua pequeneza. Parece um filme comum? Espere para ver o que ainda virá, com maquinas conspirando, humanos entregues aos prazeres digitais, vilões mal definidos numa raríssima falta de maniqueísmo em animações. E claro, detalhes filosóficos que ainda me farão pensar por mais alguns dias. Quem sabe? Em alguns pontos há um deslize de ritmo, e estranha ser principalmente no corre corre final. Nada que não o faça um dos melhores longas deste ano. Saindo do cinema vi uma garotinha de uns 5 anos falando pro papai o quanto os humanos eram gordos, e que também pudera, comiam McDonalds o tempo todo! Só isso já não valeu o ingresso?

Wall-E – Wall-E

- EUA 2008 De Andrew Stanton 103’ Animação/Ficção Científica


*** Em cartaz ***

Cotação:

2 comentários:

  1. Olá,
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