28 de abril de 2008

O Exorcista

Filha de estrela de cinema ausente começa a manifestar estranhas atitudes se dizendo ser o diabo. Filme batidíssimo desde o seu lançamento, retumbante sucesso, primeiro (e um dos poucos) gore a ser indicado a Oscars. Bebendo diretamente na fonte de O Bebê de Rosemary, usando o capeta como vilão, ajudou as produções com pretensões assustadoras a serem cada vez mais explícitas, tal e qual o cinema erótico do período. Livre das pressões de outrora e vivendo num tempo discutivelmente liberal para os americanos, arrastou multidões ao cinema gerando duas seqüências, um recente (e ridículo) preqüel e centenas de pessoas sugestionáveis se dizendo também tomadas por espíritos do mal. Visto hoje parece um tanto carnavalesco devido principalmente à super exploração da temática e o coisa-ruim ter se tornado alvo dos espertalhões das religiões evangélicas. Pra alguém se assustar terá que ser extremamente sensível. Não se pode deixar de valorizar seu pioneirismo. É provável que sem O Exorcista não houvesse, por exemplo, Evil Dead com seus pútridos adolescentes dando moradia ao tinhoso. Mas está velho e superado! E suas mais de duas horas causam não muito mais do que bocejos. Esta versão reeditada com 11 minutos a mais se mostra um oportunismo sem tamanho, porque se percebe que as tomadas extras não tinham sido deletadas por imposição do estúdio ou coisa que o valha, mas porque eram desnecessárias. Ela foi relançada com estardalhaço nos cinemas 90’s tendo o subtítulo “A Versão Que Você Nunca Viu”, com anúncios na TV e tudo. Mostravam como principal novidade a pequena Reagan descendo as escadas como se fosse uma aranha. No ponto da história em que acontece isso nem estava tão possuída assim pra fazer tal malabarismo.

O Exorcista – The Exorcist

- EUA 1973 De William Friedkin com Linda Blair, Ellen Burstyn, Max von Sydow, Lee J. Cobb, Jack MacGowran, Jason Miller, Reverend William O'Malley 132’ Horror


DVD - Como já disse, esta é a versão “Que Você Nunca Viu”, a alardeada edição com 11 minutos a mais. Na seção (mal feita) de capítulos há indicações onde os enxertos estariam. Tanto a faixa de comentários do diretor, como qualquer trailer presente não têm legendas em português. E o material de divulgação se resume a esta nova versão, não ao filme dos anos 70. Tudo muito broxante.

Cotação:

2 comentários:

  1. ¬¬'
    Ah não Miguel. Com Exorcista você me ofende. É óbvio que parece fraco, ele não tem fortes pretenções a gore.

    A tensão é muito bem criado por Friedkin e sua direção de arte, com o vermelho quase sempre presente de alguma forma na tela. Aqueles flashes do coisa-ruim.

    Além disso, seu momento realmente gore é excelente. É marcante e real, talvez por isso tenha marcado o cinema. Chocou, sei lá.

    Exorcista só não é melhor nesse estilo de terror, mais puxado pro psicológico, que O Iluminado.

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  2. Bem, não neguei estas qualidades. Apenas o acho envelhecido, exagerado... Mesmo aqueles flashes, com maquilagem teatral não me convencem mais. Acho chato.

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