14 de outubro de 2008

O Lobisomem de Londres

O ser mitológico mais incompreendido do cinema ainda está por ganhar um filme que preste. A Universal, em sua época áurea no gênero, fez o que pode já que por mais popular que seja, não há nenhum clássico da literatura a ser adaptado como Drácula ou Frankenstein. Optou-se curiosamente por uma trama que anteveria a febre das produções com cientistas loucos mutados da década de 50 e pinceladas de O Médico e o Monstro, estrondoso sucesso com John Barrymore em 1920. Cientista inglês é atacado por um lobisomem ao viajar ao oriente procurando uma rara flor que floresce apenas ao luar. A planta se revelará o único antídoto (paliativo) para a maldição. O resto seria de total banalidade, com o médico enfurnado em seu laboratório quando não está atacando mocinhas indefesas, se não houvesse um toque de brilhantismo, de extrema humanidade. Casado com uma linda jovem, e muito ocupado com descobertas científicas, vê sua relação ruir com a chegada de um ex namorado de infância da garota. A primeira transformação total vem justo num rompante de ciúmes, quando os velhos amigos saem pra passear e ele fica imaginando o que poderia estar acontecendo. Paralelamente há um homem suspeito de olho na tal flor que consegue florescer artificialmente em Londres. Outra peculiaridade são os muitos momentos cômicos, sinal de que a platéia da metade da década de 30 não era tão ingênua como se imagina ou o estúdio não confiava tanto assim neste monstro. Pode-se levar em conta também que o país estava saindo da aterradora crise causada pelo crash da bolsa de 29, uma das explicações para tanto sucesso das películas de horror alguns anos antes. A transformação da criatura (de aparência engraçada, quase fofa pra atualidade) merece algumas linhas porque nem sempre funciona, mas às vezes dá muito certo . Na primeira vez pode-se chamar de verdadeiro milagre técnico, conseguido facilmente apenas nos dias de hoje com o auxílio de computador: Editar uma seqüência feita com a câmera em movimento.

O Lobisomem de Londres – Werewolf of London

- EUA 1935 De Stuart Walker Com Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson, Lester Matthews, Lawrence Grant, Spring Byington, Clark Williams 75’ Horror


DVD- Os direitos autorais são logicamente da Universal, mas a London (WorksDVD) comercializou em “sessões duplas” junto a outros do estúdio. Com imagem muito boa, incluíram A Mulher Fera de Londres, feito quase dez anos depois e os trailers de A Filha de Drácula, O Filho de Drácula e Drácula (de Bela Lugosi) também presentes nos respectivos filmes.

Cotação:

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