27 de fevereiro de 2008

A Dança dos Vampiros

Não faltam méritos nesta sátira aos filmes da Hammer. Extremamente reverente a um estilo de horror específico de uma época, consegue dialogar com o afeto saudosista das platéias. Parece nos perguntar o que faríamos se todo aquele imaginário que se aprendeu no cinema fosse verdadeiro. No leste europeu mais triste e realista que já se viu desenrola-se verdadeira chanchada sanguinolenta enquanto Alfred, jovem caçador de vampiros, aprende o quão estranho é o mundo dos adultos e suas discrepâncias. De quebra, assim como o diretor, conhece o amor de sua vida, Sharon Tate mais gélida do que se pode esperar do objeto do desejo de um conde da Transilvânia. Nas décadas 40 e 50, subseqüentes à era de ouro da Universal, quando os filmes de monstros se saturaram, a alternativa foi lucrar ridicularizando tais criaturas até o resgate da Hammer com A Maldição de Frankenstein. É uma grande diferença. A genialidade aqui está além do humor refinado, mas no flerte honesto com o horror gótico gerando um trabalho na mesma linhagem dos de Terence Fisher, ou qualquer outro estrelado por Christopher Lee no estúdio inglês. Coincidentemente (?), seria o mesmo Polanski, com produção do tosco William Castle, que daria início a outra fase do gênero, muito mais sutil, em O Bebê de Rosemary.

A Dança dos Vampiros – The Fearless Vampire Killers or: Pardon Me, But Your Teeth Are in My Neck

- EUA 1967 De Roman Polanski Com Roman Polanski, Sharon Tate, Alfie Bass, Jack MacGowran, Ferdy Mayne 107’ Comédia


DVD - Gerações inteiras só o conhecia, como muitos outros, pelas reprises nas madrugas da Globo. Edição mais do que bem vinda por poder assisti-lo sem intervalos, vozes originais, além da tela em proporções verdadeiras. De extras o trailer original e uma engraçada curta para divulgá-lo à época chamado “Vampiros - Curso para Iniciantes”.

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