21 de junho de 2008

A Múmia (1932)

Como alusão à luta desesperada pelo amor perdido, este representante da época de ouro da Universal Studios tem lá seu charme. Como horror, está tão pútrido quanto a múmia brilhantemente interpretada por Karloff, o Inominável. Até porque, era o primeiro filme americano dirigido pelo fotógrafo alemão Karl Freund, o que por si já justifica tanto capricho visual numa história bem fraquinha. Há planos demais em poucos minutos, o que era raro naquela época. Também foi responsável pelo pouco de ousadia que Drácula (1931) tinha, a fotografia de algumas tomadas com a câmera em movimento. Já sua carreira de diretor duraria pouco após esta múmia. Óbvio que para colecionadores e cinéfilos é um filme imperdível, que confirma o talento de seu ator principal Boris Karloff, o farrapo apaixonado, o monstro de boas intenções. Ainda traz em seu roteiro inúmeros elementos que seriam explorados a exaustão no gênero nas décadas consecutivas, como o amor de outras vidas, a maldição milenar, etc. Para nós, neste longínquo 2008, usar múmias como pretexto para assustar também soa a algo despropositado. Mas em 1932 fazia apenas 10 anos que o túmulo de Tutancâmon havia sido descoberto, e desde então, ano a ano, os jornais estavam repletos de noticias sensacionalistas a respeito. Uma verdadeira múmia-mania! Cada pessoa envolvida na descoberta que morria imediatamente a imprensa noticiava com estardalhaço a possível maldição da múmia. Zita Johann, a mocinha de traços exóticos, foi outra que teve carreira curtíssima em Hollywood. Dedicou-se ao teatro simplesmente porque desprezava o cinema.

A Múmia – The Mummy

- EUA 1932 De Karl Freund Com Boris Karloff, Zita Johann, David Manners, Edward Van Sloan, Bramwell Fletcher, Leonard Mudie, Noble Johnson 73’ Suspense


DVD - Da coleção “Universal Studios Home Of The Original Monsters”, tem a capinha padronizada, verde imitando pedra, mas menu muito bacana. Pena o áudio não estar com tanta qualidade quanto a imagem do filme. Como os outros da série há um esforço do estúdio em colocar extras interessantes. Aqui temos o trailer, grande galeria de imagens, um documentário muito bom sobre o filme e faixa de comentário do historiador Paul M. Jensen. Esta faixa, ao contrário dos outros da série, não é das mais interessantes, pois Jensen tem comentários muito técnicos, muitas vezes simplesmente descrevendo o que é mostrado.

Cotação:

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