22 de maio de 2008

Frankenstein Tem Que Ser Destruído

Peter Cushing mata, chantageia e até estupra, sem perder a habitual classe, tentando fazer o que nem o melhor aluno de Freud conseguiu: Arrumar completamente o cérebro humano. O Barão de Frankenstein chega ao 5º filme quase como vilão de folhetim. Agora não se contenta apenas em criar um homem a partir de restos de cadáveres roubados, ou transmutando almas em prol dos avanços científicos. Quer consertar miolos a todo custo como se fosse vital para si! Doa a quem doer, literalmente. Um espetáculo muito feliz da junção de talentos, tanto na direção de Terence Fisher quanto na produção da Hammer Films. Acima da média de qualquer horror já feito, tem o áudio e a fotografia como forte elemento narrativo. Toma proveito de forma proporcional dos figurinos e cenografia. Tudo, absolutamente tudo, em tons pastel frios para destacar o vermelho de móveis e objetos da pensão onde se desenrola a história macabra. Aquele vermelho escuro, tão típico do veludo quanto da Hammer. Esse capricho artístico se vê também na construção hábil de roteiro e personagens, não abrindo mão do genuíno inglês. Sem exageros, tem algumas seqüências verdadeiramente geniais, sendo considerado um dos mais violentos do estúdio. Como pequenos exemplos, a cena dos crânios sendo cerrados ou o desespero causado pelo cano d’água estourado no quintal revelando o morto ali enterrado. É um dos poucos filmes baseados no barão de Mary Shelley onde o destaque não fica na criatura, mas no barão, enfim escancarada sua monstruosidade. O estupro envolvendo Cushing e a belezura Verônica Carlson causa estranheza por jamais ser comentado pelos personagens depois. Conta-se que não estava no roteiro, e os atores até teriam se oposto a filmá-la, sendo convencidos pelo chefão que alegou querer ver os distribuidores norte americanos felizes.

Frankenstein Tem Que Ser Destruído – Frankenstein Must Be Destroyed

- Inglaterra 1969 De Terence Fisher com Peter Cushing, Freddie Jones, Simon Ward, Veronica Carlson, Thorley Walters, Maxine Audley, George Pravda 101’ Horror


DVD - Outro fantástico lançamento da Warner em termos gráfico, preservando a aparência original de seu material. Em contrapartida, o resumo da contracapa parece ter sido escrito por um aluno da escolinha do professor Raimundo. Faz pouco sentido. A imagem está excelente, mas o único extra é o trailer sem legendas em português. Provavelmente deve ser o trailer para o mercado americano. Não o veja antes de assistir ao filme, já que muitas cenas (inclusive do fim!!!) são mostradas.

Cotação:

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