28 de novembro de 2007

King Kong (2005)

Lamentavelmente esta corajosa segunda versão do clássico de 33 não teve a mesma repercussão que os 3 trabalhos anteriores de Peter Jackson. Eu mesmo torci o nariz por algum tempo principalmente porque é uma história manjadíssima. A versão de 76, com Jéssica Lange, foi reprisada á exaustão na TV por toda a nossa infância. Lembro da campanha da Globo em 1985 quando ele foi estrear Tela Quente, a “nova” sessão de filmes do canal, junto com outros sucessos do tipo Alcatraz. Um cara fazia mímicas e vozes em off tentavam descobrir qual era o filme. Essa onda pega! Outro repelente foi a duração de mais de 3 (!!!) horas. Ah sim! A massificação de O Senhor dos Anéis me deixou com os pés atrás também! Preconceitos de lado, passei 187 minutos (que pareceram 60 graças ao roteiro brilhantemente elaborado) envolvido com o que há de melhor no cinema de fantasia dos grandes estúdios. Tipo, se velhas raposas como George Lucas ou Steven Spielberg ainda tivesse algum interesse além de engordar seus cofrinhos, como faziam no inicio das suas carreiras, estariam assinando coisas assim! Ok, a história já estamos carecas de saber, inclusive o final, mas há tantos elementos novos, complementares, que deixam a experiência única! Naomi Watts com o papel que antes foi de Fay Wray não está mais do que sensacional! Até Jack Black,que todos acusaram a principio como falha na escalação de elenco, se justifica, usando em detrimento da história sua indisfarçável petulância natural. Somam-se a isto efeitos especiais (a cargo da Weta) do mais alto padrão, que nos fazem crer que realmente estamos diante de Nova York dos anos 30, com toda miséria causada pelo Crash em meio á sua esplendorosa arquitetura art decó. Raramente há furos dos efeitos, ou sinais de gratuidade. Exceto a manada de dinossauros correndo atrás da equipe, que além de exagerada torna-se cansativa. E uma das principais falhas, justo na imagem emblemática da cultura pop envolvendo o macacão: Quanto ele carrega a mocinha nas mãos fica evidente que uma animação substitui a atriz, assim como ficava claro no original que era uma bonequinha. Mas quanto ao protagonista, o macaco digital em si, é tanto realismo que quando levado à cidade e apresentado como a 8ª maravilha do mundo, sua expressão é tão desesperadora, que o filme quase se torna dolorosamente insuportável de ser assistido. E o fim, no topo do Empire State, quando tudo parece bem e se ouve pela primeira vez o som dos aviões tente não sentir um nó na garganta...

King Kong – King Kong
- EUA 2005 De Peter Jackson Com Naomi Watts, Jack Black, Adrien Brody, Thomas Kretschmann 187’ Aventura


DVD - Uma luva de papelão envolve esta edição dupla. O que dá um ar chique ao produto e claro o encarece. Não que o filme não mereça cada centavo investido nele, mas seu conteúdo é um tanto quanto decepcionante para o que se poderia esperar. Não há faixa de comentário do diretor nem tão pouco trailer original. Peter Jackson aparece no segundo disco apresentando o material, basicamente os diários da produção, antes exibidos no site Kong Is The King e dois documentários. Um sobre a criação da Ilha da Caveira e o mais bacana sobre Nova York na década de 30. Talvez a explicação seja que nos EUA há cerca de 5 edições incluindo a Blue Ray. O que é uma grandíssima sacanagem com o dinheiro alheio essas infinitas edições definitivas.

Cotação:

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