17 de junho de 2008

Akira

Esta animação tornou-se Cult já em sua época de lançamento. Ao estrear no Brasil com 4 anos de defasagem estava consagrada no mudo inteiro. Ainda abriu o mercado para muitas outras produções japonesas e seu mangá original (na verdade uma tradução do colorizado norte americano) ganhou versão em português pela Editora Globo, tornando-se um dos primeiros quadrinhos do gênero aqui. É de enlouquecer qualquer garoto com suas gangues de motoqueiros rebeldes, drogas sintéticas, possessões e seitas apocalípticas em uma Tókio futurista. Claro que muito daquilo, o fundo político, por exemplo, é de difícil compreensão pelos mais jovens, mesmo assim, Akira é tão bem produzido que há motivos suficientes na tela para não se desgrudar do sofá. Estruturalmente temos o conflito clássico de dois amigos de infância que passam a se odiar junto a seu amadurecimento, a parte inovadora fica por conta da visão realista do futuro a partir dos rumos pessoais e governamentais que forem tomados. Sem um personagem central no comando da ação, Neo-Tokyo (Tókio após a 3ª Guerra Mundial) assume o lugar de cenário e protagonista, de aparência tão repelente e encantadora quanto a metrópole de Blade Runner. Se antes era Cult, não há como não bradá-lo como clássico, até porque, além de permanecer um espetáculo fantástico, pouca coisa tão elaborada surgiu em vinte anos. Com leves mudanças do mangá original muito bem costuradas, está em pé de igualdade com outras grandes ficções científicas, o que o faz ser reverenciado até por quem não tem o costume de assistir animações. Tanto tempo depois nos promove uma alegria saudosista, com muitos pontos melhor compreendidos agora, e também porque as TVs atuais, com áudio dividido em canais e a mídia DVD (com as vozes japonesas originais) dão a impressão de finalmente se conhecer a obra completa. A parte triste é que embora sonhássemos com isso, se descobre que nunca, nem de raspão, nos tornamos parecidos com Kaneda. E ficamos longe de ter uma moto tão bacana quanto à dele.

Akira – Akira

- Japão 1988 De Katsuhiro Ôtomo 124’ Animação/Ficção Científica


DVD - Uma das ausências mais sentidas em DVD parece ter valido a pena! A Focus o lançou em uma lata limitada cheia de “brindes” e extras em comemoração a seus 20 anos!!! Também comercializa o DVD simples em widescreen, o que é uma pena já que a maioria dos bônus (muito bons) está no outro disco, com a versão fullscreen. A embalagem especial contém os dois discos separados, sendo que o em tela cheia serve para mostrar a qualidade em que o filme foi comercializado no passado, e o outro totalmente restaurado. O que mais incomodava nas cópias em VHS era que só existiam dubladas em português, descartando o trabalhão que foi gravar as vozes em japonês antes dos desenhos serem feitos para a sincronia ser total. Os extras são muitos documentários sobre cada passo de sua feitura, entrevista com Ôtomo, videoclipe, Trailers, spots de TV, glossário interativo, storyboards, e no fim deles uma fantástica galeria com pôsteres, desenhos, acetatos, capas do mangá de vários países, inclusive do Brasil, e capas da trilha sonora, LCD, VHS, etc. Ah sim, e as aberturas antigas de He-Man, She-Ra, O Elo Perdido e a Flauta Mágica. Tudo legendado! Os “brindes” são dois cartões, camiseta tamanho G e pôster gigante com a arte moderna. Detalhe que a imagem dele é a mesma usada na capa do DVD widescreen, sendo que no outro optaram inteligentemente pelo desenho do Kaneda conforme era no VHS. As únicas coisas ruins, mas muito ruins, são áudio e legendas não puderem ser trocados durante o filme e 4 (!!!) anúncios antipirataria toda vez que se inicia a película. Se voltarmos ao menu de áudio durante o filme, ao retornarmos volta-se ao inicio, e somos obrigados a ver os anúncios de novo, e eles não podem ser pulados, retrocedidos pausados nem nada! A dica é usar o menu de capítulos.

Cotação:

8 comentários:

  1. nem tudo é perfeito no mundo das latas,a lata do he-man veio com uma camisa tamanho P
    e eu tambem fiquei pra lá de nervoso com os anuncios anti pirataria do dvd de akira,não dá pra adiantar ou pular,fiz o mesmo q vc e voltei ao inicio dos anuncios,foi legal assistir falado em japones

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  2. É, falando em japonês é outra história... Alessandro, mas o G do Akira parece M... De qualquer forma jamais a usarei! :P

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  3. "Cavaleiros" só estreou por aqui em 1994.
    E esse blog é bom demais, que continue assim.

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  4. Esse filme eu já vi muitas vezes em locadoras e em ecomentários, mas nunca assisti, ta aí, vou procurar para assistir.

    até
    Gustavo Ganso

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  5. Procure mesmo! Valerá a pena! Lógico que hj em dia ele já foi muito imitado e referenciado, mas acho que o impacto ainda está lá! :)

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  6. eu vi foi um dos piores lixo foi tanta divilgaçao como super mam oretorno mas nao presta sem nexo

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  7. fabio, reveja depois de um tempo, com menos ansiedade causada pela excessiva divulgação. Comigo costuma dar certo: Ou passo a gostar ou detesto de vez.

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