14 de agosto de 2008

O Labirinto do Fauno

Este espetacular filme (literalmente falando) é imbuído de mitologia cristã em doses bem maiores do que qualquer grande épico assinado por Cecil B. Demille. O uso de figuras pagãs, por tanto, só aumentam o estranhismo entre a cabeça de uma menina em situação de perigo e a realidade. Guillermo del Toro retornava a falar do horrores da Guerra Civil Espanhola, conforme fez em A Espinha do Diabo, mas agora com roteiro próprio melhor acabado, apostando durante todo o tempo na quebra de expectativas da platéia. Tão bem acabado que pesa pouco seus muitos efeitos especiais nem sempre bem feitos. Em 1944, mesmo com a Guerra Civil acabada, capitão mantém-se fiel aos seus princípios fascistas vivendo na zona rural com soldados, enquanto rebeldes começam a fechar o cerco. Nesse cenário conturbado chega a menina Ofélia, filha da nova esposa do militar que se encontra gravidez de risco. Após ficar viúva, a mulher viu no casamento submisso a chance dar uma vida mais cômoda à garota, não considerando a postura sórdida do marido. Já Ofélia, como toda criança em meio à brutalidade que a cerca, faz brotar esperança ao criar um mundo mágico um pouco menos (!) assustador. Mais mágico é o fato de que ao final têm-se a sensação de ter assistido a um curta-metragem, embora possua quase duas horas.

O Labirinto do Fauno – El Laberinto del fauno

- Espanha/México/EUA 2006 De Guillermo del Toro Com Ivana Baquero, Sergi López, Maribel Verdú, Doug Jones, Ariadna Gil, Álex Angulo 118’ Drama


DVD - A Warner o distribui em edição franciscana, com menus estáticos e apenas um making of como extra. Na contracapa não há menção à faixa de áudio com comentários do diretor, talvez porque economizaram deixando de legenda-la em português.

Cotação:

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