30 de junho de 2008

Abril Despedaçado

A máxima de que se deve aprender com nossos erros nem sempre é verdadeira. Como o caso deste sucessor de Central do Brasil. Walter Salles ouviu tanto que seu defeito tinha sido o sentimentalismo e/ou pieguismo, que aqui não nos permite nenhum sentimento além de admirar fotografia, produção de arte, etc. Essa frieza faz com que embora seja um filme que se assista facilmente, soe vazio. O empenho estético não é refletido em momento algum nas atitudes dos personagens ou na manipuladíssima edição. O que era pra ser amostra de amadurecimento artístico resultou em pedantismo técnico. Uma atualização visual do que já foi mostrado em alguns filmes que tiveram o sertão nordestino como cenário. Em 1910, duas famílias vizinhas de nordestinos fazem a gerações uma espécie de jogo pela disputa de terras. O filho mais velho de uma tem que matar o da outra família. Enquanto os adultos forçam para que se siga o quase ritual macabro, há estranheza e falta de sincronia entre os jovens. Entre os jovens, o galã Rodrigo Santoro, demonstrando esforço interpretativo, apesar de seus traços fisionômicos destoarem de qualquer outro do elenco. Ainda sobre os atores, não dá pra entender como uma terra tão grande como o nordeste só produziu um ator com o biótipo típico local. A onipresença de José Dumont faz com que logo de cara tudo pareça déjà vu.

Abril Despedaçado – Abril Despedaçado

- Brasil 2001 De Walter Salles Com Rodrigo Santoro, Ravi Ramos Lacerda, José Dumont, Rita Assemany, Wagner Moura, Luiz Carlos Vasconcelos 105’ Drama


DVD - Pelo menos a Imagem preservou desta vez a tela em sua proporção original. Só que é outro exemplo de filme brasileiro lançado de qualquer jeito. Seus extras não passam de restos de material promocional, todos muito curtos e polidos.

Cotação:

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