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6 de novembro de 2008

Vaidosa

Bette Davis é a garota da alta sociedade com todos os homens aos seus pés, mas que precisa casar com ricaço por interesse. O marido (Claude Rains espetacular!) passará anos a fio com seus olhinhos de cachorro sem dono convivendo com os galanteadores à volta de sua esposa. Quase libertina em prol da bajulação masculina, deixará marido e filhinha por uma vida cheia de prazeres. Até que com muitos anos nas costas, pegará uma terrível doença que a deixará muito velha, espantando qualquer pretendente da sua frente. Davis se esforçará pra provar que uma mulher só é bela quando amada. O filme muito divertido como os dramalhões mais felizes feitos na era de ouro de Hollywood derrapa logo de cara quando aparece um grupo de conquistadores de fraque tecendo elogios à beleza de Fanny Tells e quem desce a escadaria é Bette Davis. Talentosíssima, mas longe de ser famosa por seus atributos físicos. Outro incomodo é que estávamos na primeira metade da década de 40, com as mulheres pegando no batente graças á segunda Guerra Mundial, assim sendo, a história é contada para elas com mais leveza e humor do que o tema merecia. Há exemplo de Scarlet Ohara, a personagem central é mostrada da tenra idade à maturidade absoluta, prepare-se para um show de interpretação de Bette Davis até sob pesadíssima maquiagem. Sem medo de ficar muito feia em cena, arrasa em frases espirituosas enquanto desfila por cenários rococós em figurinos espalhafatosos. Assim fica difícil não acabar gostando de Mr. Skeffington.

Vaidosa – Mr. Skeffington

- EUA 1944 De Vincent Sherman Com Bette Davis, Claude Rains, Walter Abel, Marjorie Riordan, John Alexander, Jerome Cowan, Dorothy Peterson, 145’ Drama


DVD - A Warner trata qualquer lançamento como um produto especial, mesmo produções menores. Pelo menos nos clássicos é a melhor entre as grandes distribuidoras. Vaidosa também tem a capa e menus reproduzindo o material promocional da época, trailer original e um documentário curto com estudiosos falando sobre Davis. Ruim é que eles jamais legendam faixas de comentários, no caso do diretor Vincent Sherman. O detalhe é que não há citação de tal extra nem na embalagem nem opção de selecioná-lo no menu a não ser que o troquemos pelo em inglês. A dublagem presente, que pode interessar a senhoras fãs de Davis, parece ser recente, já que a voz da atriz não é feita pela grande Ida Gomes que aprendemos a amar nas reprises da TV.

Cotação:

22 de outubro de 2008

À Meia Luz (1944)

Ingrid Bergman nos presenteia talvez com a interpretação mais fofa de sua vida. Tão desprotegida que dá vontade de gritar que seu marido é um bandidão tentando fazê-la de louca pra botar as patas na fortuna da tia morta. Nitidamente, e com insuspeita classe, esse filme da época das trevas Hollywoodiano faz proveito do espírito de Rebecca. Está presente o casarão, o quadro da finada entre outras pitadas do sucesso recente de Hitchcock, embora suas raízes não sejam um livro, e sim uma produção teatral inglesa também de 1940. Seu clima de eterno desamparo, com luzes instáveis e o fog londrino escondendo o horizonte, assume na segunda metade postura muito mais policial do que suspense, e nessa virada o personagem de Joseph Cotten ganha força abrupta demais, mas é um alívio que desponte alguém que ajude a mocinha. Charles Boyer, a esta altura consagrado como grande, parece ter no papel de vilão mor a chance de parecer perfeito usando sua antiquada interpretação típica do cinema mudo, cheio de caras e bocas. Coroando o elenco de luxo está Angela Lansbury como a petulante empregadinha do tipo cama e mesa, seu primeiro personagem adulto. Dirigido por George Cukor (gigante responsável por incontáveis clássicos nos mais diversos gêneros) é bastante prazeroso na franca nobreza cinematográfica.

À Meia Luz – Gaslight

- EUA 1944 De George Cukor Com Ingrid Bergman, Charles Boyer, Joseph Cotten, Dame May Whitty, Angela Lansbury, Barbara Everest, Emil Rameau 114’ Suspense


DVD - Outro espetacular lançamento da Warner com a capinha e menus reproduzindo o pôster original. Contendo lado A e B, traz como extra nada menos do que a versão feita na Inglaterra quatro anos antes, trailer do americano e documentário apresentado por Pia Lindström, a filha menos famosa de Ingrid Bergman. A curiosidade máxima fica por conta do filmete com a entrega do Oscar de 1944, no qual à Meia Luz saiu vitorioso nas categorias atriz e direção de arte (Decoração). Na época, sem TV, o prêmio da Academia era bem artificial. Aliás, bem mais artificial.

Cotação:

6 de junho de 2008

Escola de Sereias

Verdadeiro biju com todo o rococó que só a Metro conseguia imprimir em suas películas. A história é incrivelmente bobinha nas sutilezas amorosas: Compositor de uma big band (Red Skelton) decide parar de compor seus boogie woogies de tão apaixonado pela futura esposa, uma nadadora bonitona interpretada por Esther Williams, quem mais? Acreidta que seu afeto combinaria mais com operas e canções mais nobres. O empresário então arma um plano para separar o casal de pombinhos ao qual ela cai feito um pato, trocando a ensolarada Califórnia por seu antigo emprego numa escola só para moças. E o humor será tirado daí, quando ele para reparar o mal entendido se matriculará na respeitada instituição feminina, tomando proveito de brecha nas normas. Há muitos números musicais, em sua maioria latinos, habilmente inseridos na história. Quando as alunas, adolescentes sapecas, convencem a careta professora de piano a tocar um ritmo quente sul americano prepare-se para o frenético Tico-tico no Fubá! Skelton ao contrário de outros trabalhos está tão terno quanto engraçado. Teria sido assessorado por Buster Keaton, o que provavelmente aliado ao bom roteiro colaborou no resultado tão agradável, com menos caretas. Não ria se puder na seqüência da aula de balé, quando aparece vestido a caráter. A direção do colégio, doida para mandar aquele estranho no ninho embora, incumbiu a rigorosa professora de lhe dar os deméritos suficientes para a expulsão. Memorável! O filme ainda conta com a nata musical da época, como o contratado do estúdio Xavier Cugat e sua orquestra tal e qual em muitas outras produções e a estrela do trompete Harry James com sua crooner contumaz Helen Forrest. O esmero do gran finale, com um apuradíssimo nado sincronizado, chega a emocionar pela inocência perdida entre a humanidade.

Escola de Sereias – Bathing Beauty

- EUA 1944 De George Sidney Com Esther Williams, Red Skelton, Basil Rathbone, Bill Goodwin, Carlos Ramírez, Xavier Cugat Orchestra, Harry James and His Music Makers, Jacqueline Dalya, Ethel Smith, Nana Bryant 101’ Musical


DVD - Uma luxuosa luva de papelão embala a caixinha, mas como diz aquele velho ditado, por fora bom violão por dentro pão bolorento! Lançado pelo selo Flash Movies, com distribuição da Works, não dá pra correr a abertura do programa do Amaury Junior toda vez que se insere o disco. Os menus são pavorosamente amadores, dando inexplicável destaque a Harry James. Como extra as biografias de Williams, Cugat, Skelton e Basil Rathbone, sendo que os botões de Williams e Cugat estão trocados! A parte boa é estão inclusos mais dois Soundies, aquela espécie de avô do videoclipe, o mais puro american way pós-guerra. O filme está com imagem bem ruim, escuro e sem nitidez, o que nos faz perder todo esplendor do berrante Technicolor.

Cotação: