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8 de outubro de 2008

Pesadelo Mortal

O título medíocre em português esconde logo de cara um elemento importante do filme. Cigarette Burns, ou queimadura de cigarro, refere-se àquelas marcas redondas que aparecem no canto da imagem de um filme para o projetor saber que está na hora de trocar o rolo, e que acabam denunciando que algo de importante acontecerá. Antigamente eram visíveis até na TV, mas com a digitalização ficaram relativamente raras. Milionário cinéfilo (Udo Kier) contrata dono de cinema que só passa cults para que ele encontre uma produção européia lendária. Tal filme muito chocante, teria sido exibido apenas uma vez no começo da década de 70, e causado histeria coletiva na platéia ao ponto de todos terem se matado e colocado fogo na sala. A prova de que ele existiu é que o ricaço guarda na mansão um souvenir das filmagens, o anjo que teve as asas arrancadas diante da câmera. Este instigante e original argumento, serve para John Carpenter, cineaste irregular, encontrar o equilíbrio perfeito com bem dosada violência explícita. Com estrutura de velha história detetivesca, a busca do protagonista pela fita mais escabrosa de todas é um paralelo interessante à sede dos fãs do gênero horror por cada vez mais e mais. Feito para a TV na série Mestres do Terror, é de lamentar sua duração curta.

Pesadelo Mortal - John Carpenter's Cigarette Burns

- EUA 2005 De John Carpenter Com Norman Reedus, Udo Kier, Gary Hetherington, Christopher Britton, Zara Taylor, Chris Gauthier 59’ Horror


DVD- A Paris Filmes comercializa no Brasil alguns episódios da série Mestres do Terror separadamente, já que cada episódio conta uma história independente. No caso deste, vem com inúmeros trailers tanto dos outros trabalhos quanto de produtos da distribuidora. Vários documentários sem edição dos bastidores mostram o quanto a equipe canadense se sentiu honrada em trabalhar no projeto, e entrevistas curtas com elenco, roteiristas e o diretor. Carpenter, de ovos virados, dá um banho de grosseria com o péssimo repórter.

Cotação:

15 de maio de 2008

Drácula (2006)

Bacana quando não se espera nada e pelo menos somos entretidos por alguns minutos. Mas há jeito de se esperar alguma coisa desta enésima versão da obra de Bram Stoker, atual, e ainda mais feita para TV? Na maior parte do tempo consegue ser bem fiel, seu ineditismo está no foco da trama mostrando os fatos paralelos que teriam ocorrido a Lucy não descritos no livro, ao invés de Mina como heroína principal. O vilão é muito mais Lorde Arthur Holmwood, sempre pouco explorado nas incontáveis versões cinematográficas. Às vésperas de contrair matrimônio com Lucy, ele descobre ter herdado sífilis de sua finada mãe durante a gestação. No desespero para consumar as bodas, entra numa seita diabólica que envia Jonathan Harker aos Cárpatos para trazer Drácula! O resto a gente já sabe o que acontece, né? O final é sutilmente diferente, mas não compromete pela requintada produção e capricho cênico. O elenco desconhecido pode ser feio, mas convence, embora seja quase inevitável compará-los com o cast escolhido por Coppola em 1992. Principalmente o Drácula, afetadamente freak demais para seduzir qualquer mulher que seja.

Drácula – Dracula

- Inglaterra 2006 De Bill Eagles com Marc Warren, Dan Stevens, Sophia Myles, Tom Burke, Stephanie Leonidas, Benedick Blythe 89’ Horror


DVD - É da Fox, e como os lançados para Locação não há extras. Mas a boa qualidade da copiagem, e filme mantido em widescreen, pode não ser mais do que obrigação, mas é sempre bem vindo.

Cotação:

6 de abril de 2008

Drácula – O Demônio das Trevas

Se não fosse a costumeira confusão entre Mina e Lucy, este seria um Drácula tão fiel ao romance de Bram Stoker quanto o de Francis Ford Coppola. Dizem, aliás, que é o primeiro a usar o lance do amor de outras vidas, não presente no livro, assim como a forte associação com o príncipe histórico Vlad Tepes. Ambas as inovações aparecem na produção de 92 e são os principais motivos de críticas negativas a ele. É estranho que mesmo tão fiel comeu algumas frases clássicas, do tipo “crianças da noite! Que doce música elas fazem.”. Por ser uma produção para a TV inglesa, que posteriormente foi exibida nos cinemas (inclusive no Brasil), peca pela fotografia escachada, quase luz de padaria. Isso, junto à direção de arte pobre, deixa o castelo do conde parecendo casa de tia velha, toda limpinha, iluminada, cheia de bibelôs... O que definitivamente compromete o clima de horror. Outro exemplo de falta de recursos financeiros são alguns cachorros da raça pastor alemão (!!!) tentando se passar por lobos. Aparecem alegres, balançando o rabinho, e os atores apavorados! Descontando a cara de índio cherokee do Jack Palance vê-se que está bem no papel, já que sua canastrice combina com um personagem tão poderoso quanto prepotente, e ainda caprichou no sotaque romeno. Tanto ele quanto todo o filme ficam a milhas do glamour sombrio dado por Christopher Lee e a Hammer, mas longe (desculpe o trocadilho!) do diabo trash que pintavam os antigos guias de VHS.

Drácula – O Demônio das Trevas – Dracula

- Inglaterra 1973 De Dan Curtis Com Jack Palance, Simon Ward, Nigel Davenport, Pamela Brown, Fiona Lewis, Murray Brown 100’ Horror


DVD - Não há nada além do filme, mas está com relativa boa qualidade de copiagem. O fullscreen se explica por ter sido originalmente produzido para a TV, ou seja, nãos e perde nada da imagem. Há uma hilária dublagem em espanhol, além do áudio original em inglês.

Cotação:

21 de janeiro de 2008

Encurralado

Óbvio que ganhar rios e rios de dinheiro não é crime, se for por meios lícitos, por tanto, este não é um defeito da filmografia de Steven Spielberg. Subverter lógicas plausíveis em favor da lágrima fácil já é outra história. E este cineasta extremamente popular (esco?) estava bem longe do que vemos hoje quando executou Encurralado. Feito para a TV norte-americana no inicio da década de 70 com parcos recursos financeiros e de tempo (duas semanas) criou uma pequena pérola do suspense. Calcado na meticulosidade de um Hitchcock, mas sem o mesmo refinamento clássico, tem como principal mérito o argumento original, baseado em um conto curto da revista Playboy. É de um caminhão antiquado o papel de soberano assassino das estradas. O atual Spielberg, aquele que não perde a chance de dizer que a vida ideal é um comercial de margarina, com papai, mamãe e filhinhos sorridentes, já dá seu olá aqui. Afinal, tudo o que o pobre Dennis Weaver quer é chegar a seu lar, em crise conjugal, para deixar mal entendidos em pratos limpos. Seus planos podem ir por água abaixo se um caminhoneiro tão misterioso quanto furioso conseguir se vingar de sua ultrapassagem aparentemente banal. De final inevitavelmente previsível faz até quem não entende ou não tem interesse por carros, corridas, ou similares, trincar os dentes sem concessões ao humor.

Encurralado – Duel
- EUA 1971 De Steven Spielberg Com Dennis Weaver, Lucile Benson, Eddie Firestone 89’ Suspense


DVD - Uma longa entrevista atual com Spielberg relembrando o que significou para sua carreira esta estréia na TV é o principal atrativo dos extras. Mais curioso é um outro chamado Steven Spielberg e a TV, que disseca as origens do pai de E.T., inclusive o segmento The Eye de Night Gallery feito em 1969 e estrelado por Joan Crawford com algumas imagens raras dos bastidores. De resto especial sobre o autor Richard Mastheson, trailer de quando foi lançado nos cinemas e extensa galeria.

Cotação:

27 de março de 2006

Janela Indiscreta (1998)

Dá pra se deparar com esta verdadeira heresia cinematográfica sem se perguntar o porquê de sua existência? O que havia de errado com o ultraclássico de Hitchcock que o fez merecer uma refilmagem 44 anos depois? A presença do ator Christopher Reeve encabeçando o elenco no papel antes de James Stewart talvez indique alguma coisa já que deve ser raro um roteiro onde o protagonista fique paralisado o tempo todo. Assinando também a produção executiva, o eterno Superman teve neste telefilme (do canal especializado Hallmark) seu último trabalho em longa metragem, o que também explica, provavelmente, o fato da situação física do personagem ganhar muito mais destaque agora. Seu visível esforço em viver e a esperança de um dia tudo voltar ao normal chega a emocionar. Confesso que após ter visto o DVD á venda, ter dado umas risadinhas internas pela ousadia do projeto, à noite não consegui dormir imaginando o que teriam feito com plot tão genial. No dia seguinte fui correndo compra-lo sem esperar absolutamente nada além de um desaforo em forma de celulóide. Darryl Hannah no papel antes de Grace Kelly não é de forma alguma promessa de qualidade já que na época de Kill Bill assumiu que já topou participar de telefilmes horrorosos em troca de estadias em hotéis. Sua filmografia é gigantesca de coisas absurdas. A garota topa tudo mesmo! Infelizmente é impossível assisti-lo sem fazer comparações com a obra original, o que acaba tirando boa parte dos méritos dessa correta adaptação. Lamenta-se a atenção dada apenas à janela do criminoso, e não ao microcosmo geral que é o prédio. Vê-se uns dois ou três outros vizinhos, levando água a baixo a referência original ao cinema como um todo. Diga-se de passagem, a politicamente correta década de 90 deu-nos vizinhos gays, e claro, o voyeur tem alguma tecnologia a seu favor, chegando a ameaçar o assassino via e-mail. Digna de nota a trilha sonora de David Share que espertamente flerta com a original de Franz Waxman ao invés de simplesmente imita-la. Acima da média em produções originais para a TV, esta Janela não chega a ofender nossa inteligência nem magoar nosso amor á obra de Hitchcock, o que já não é pouco.

Janela Indiscreta (Rear Window)
- EUA 1998 De Jeff Bleckner com Christopher Reeve, Daryl Hannah, Robert Foster 102’ Suspense


DVD - Nada versus nada! Menuzinho mal e porcamente animado, seleção de cenas e áudio com a versão dublada no caso de você ser analfabeto. Ux, e dezenas de trailers de produções classe Z que aposto (e prometo!) nunca assistir.

Cotação: