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23 de outubro de 2009

O Inquilino

Roman Polanski atua e filma sobre algo que conhece bem: o desconforto de ser estrangeiro num ambiente hostil. É desfecho da chamada trilogia do apartamento, precedido por Repulsa ao Sexo (65) e O Bebê de Rosemary (68).

Jovem polonês que mora na França só alugará o apartamento se a antiga inquilina não sobreviver. A garota, que só é vista toda enfaixada no hospital, inexplicavelmente pulou da janela.

Os outros moradores, claro, são uns velhos estranhíssimos, que impõe inúmeras regras e têm hábitos suspeitos pelas trevas da madrugada. Residindo lá, o pacato e submisso protagonista passará do deslocamento à loucura total.

Tentando se manter alheio às intrigas e grosserias, se afastará da realidade enquanto cria um pouco seguro universo particular. Aos poucos passará a crer que ele e a suicida são a mesma pessoa, ou que isso é imposto pelos vizinhos.

A derrapada (de leve) está em tentar explicar demais, dá certeza de que tudo acontece dentro da cabeça e não que ele foi morar num coven. Ao mesmo tempo, há incontáveis coisinhas que tinham peso mas são deixadas pelo meio do caminho.

Com estrutura de noir (o trabalho anterior de Polanski foi Chinatown, 74), é muito bem sucedido em interpretações, clima claustrofóbico apoiado por direção de arte irrepreensível, mas o maior trunfo é a exploração do medo pessoal. Muito pouco visto no cinema, até porque não é fácil expor o distúrbio psicótico onde o portador é a vítima, não o criminoso.


O Inquilino - Le locataire

- França 1976 De Roman Polanski Com Roman Polanski, Isabelle Adjani, Melvyn Douglas, Jo Van Fleet, Jacques Monod, Lila Kedrova, Shelley Winters , Josiane Balasko 126’ Horror



Cotação:

16 de janeiro de 2009

Noite Alucinante 3

E assim, cai o pano da forma épica que o desfecho de uma trilogia inovadora como foi Evil Dead merece. Ash como no final do anterior, entre no portal por acidente indo parar na Idade Média. Lá irá se transformar no herói que o Necronomicon apregoava existir, mas também o causador de grandes transtornos ao despertar a fúria do Exército das Sombras. Não tendo no título original “Evil Dead”, nem o número 3, leva muito mais a sério a cronologia do que o episódio anterior, embora não seja nada fiel na cena que serve de ponte entre eles. Num flashback, algumas sequências foram refeitas, com Bridget Fonda sendo Linda, a namorada possuída. Diversão garantida para quem não levar tudo tão a sério ou não esperar o mesmo horror de antes. Aliás, sua violência está mais gráfica, assumindo de vez sua inspiração em desenhos tipo Perna Longa ou nos velhos episódios de Os Três Patetas. A ambiciosa produção faz com que mesmo com mais grana as dificuldades sejam semelhantes ao de 1982, feito por Sam Raimi com um punhado de dólares em 16 mm. Não que a mente do diretor seja pouco fértil ao ponto de deixar de executar alguma de suas idéias malucas por falta de dinheiro ou recursos tecnológicos da época. O tal exercito das sombras, por exemplo, é parte fantoche, parte atores fantasiados e parte stop-motion e mesmo assim é um raro momento mágico entre as fitas de aventura. Sabor puro de Sessão da Tarde!

Noite Alucinante 3 – Army of Darkness

- EUA 1992 De Sam Raimi Com Bruce Campbell, Embeth Davidtz, Marcus Gilbert, Ian Abercrombie, Richard Grove, Timothy Patrick Quill, Michael Earl Reid, Bruce Thomas, Bridget Fonda 96’ Comédia/Horror


Cotação:

2 de outubro de 2008

Era Uma Vez no México

Como final de trilogia, é grandioso o bastante. Como filme, parece uma colcha de retalho de seqüências extravagantes para Robert Rodriguez exercitar seus malabarismos tecnológicos. É muito mais uma conquista técnica do diretor do que outra coisa. Atrapalha aquela pequena multidão em cena, cada qual querendo alguma coisa que só fará sentido lá pela segunda ou terceira vez que se assiste. Banderas, com a chapinha em dia, tem presença forte como o Mariachi protagonista, mas em meio a tanta gente teve seu personagem diluído. Esquisito é que o passado mostrado nos flasbacks não pertence ao filme anterior da saga, e os três têm pouquíssimo em comum, fora o personagem principal. Sua violência é cartoonesca o suficiente para não chocar ninguém, sendo que Johnny Deep, o agente do FBI pilantra, consegue perfeitamente virar o jogo e se tornar muito simpático aos nossos olhos, numa reviravolta exemplar de roteiro e atuação. Mesmo separado por mais de uma década do primeiro da série, aquele que teria custado apenas 7 mil dólares, tem muito mais a alma barata dele do que o seu sucessor, A Balada do Pistoleiro.

Era Uma Vez no México - Once Upon a Time in Mexico

- EUA 2003 De Robert Rodriguez Com Antonio Banderas, Salma Hayek, Johnny Depp, Mickey Rourke, Eva Mendes, Danny Trejo, Enrique Iglesias, Cheech Marin, Willem Dafoe 102’ Ação


DVD- Essencial para quem gosta de cinema, com Rodriguez explicando em horas de extras como fazer um filme barato parecer uma super produção. Assistir à película com seus comentários abre um novo universo, concretamente revelador. Entre os documentários, vemos a garagem onde produz, dissertando sobre o fim do negativo e até a receita passo a passo de Porco Pibil, o prato que se der certo faz o agente Depp matar o cozinheiro para que tal experiência seja única. Para quem tem DVD-Rom há ainda dois joguinhos simples em flash.

Cotação:

12 de agosto de 2008

Encarnação do Demônio

O dia em que veríamos um novo José Mojica Marins nos cinemas parecia não chegar nunca! Mas chegou, com baixo orçamento como se esperava e uma inacreditável distribuição da Fox. Se tudo correr bem, ou seja, tiver bilheteria satisfatória, talvez a filmografia nacional escape da atual arapuca favela - elenco da Globo - drama. Há tela pra todo tipo de platéia. Embora a entrada custando quase duas notas de 10 Reais, sabe-se que esta platéia só pode vir da classe média. Diante do caos crônico, assistir uma nova desventura do coveiro mais famoso do mundo ganha status de momento histórico em nossas vidas! Mojica continua sendo único, criador de uma mitologia 100% nacional, diretor à base de boas idéias executadas a duras penas, sob o olhar de viés de um publico cada vez mais acostumado ao óbvio e ululante. Infelizmente o roteiro escrito por Dennison Ramalho, tendo como base argumento do cineasta, faz concessões a essa vertente de entretenimento fácil. Se no filme anterior (Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, 1967) havia uma trama bem certinha onde personagens bem delineados giravam em torno do protagonista que buscava a mulher superior, agora temos o Zé do Caixão exibindo sua crueldade a torto e a direito, e só! São tantas garotas em tão pouco tempo que a motivação principal da esposa que gerará seu filho vira pó. Encarnação do Demônio parece confirmar os roteiros mal estruturados como o defeito mor do cinema daqui, não se sabe se por pressa ou falta de recursos, parecem receber pouco tratamento. A edição (só na base do picadinho!) também não nos dá tempo suficiente para que haja empatia com qualquer das vítimas a ponto dos crimes nos importarem. Entre muitas boas sacadas, os fantasmas dos filmes anteriores reaparecem em preto e branco conforme foram fotografados no passado. O grande Jece Valadão faz um policial caolho fabuloso e de tabela nos faz indagar porque filmes brasileiros desprezam tantos atores típicos da mídia. Sua morte, com o trabalho incompleto, forçou a várias (ótimas) trucagens para não eliminar o ator. Mesmo inserindo um substituto, em momento algum o resultado lembra o absurdo de Bela Lugosi em Plan 9 from other Space. Ainda no elenco (de uma forma geral bem coeso e esforçado), há dois ícones das nossas telas que merecem atenção: Cristina Aché e Helena Ignez. José Celso Martinez Corrêa, diretor de teatro, tem presença over desnecessária, em um inferno de resultado idem. Lá, convence pouco que pessoas têm seus olhos e boca costurados (de verdade!) por um capeta que usa luvas cirúrgicas, assim como a presença da morte representada de maneira bem óbvia por garota muito magra de capuz negro. Como fim de trilogia, não é a chave de ouro que merecia, como cinema, embora com seus defeitos, ainda é bem superior à maioria das tranqueiras que os norte-americanos desovam em nossas telas todas as semanas.

Encarnação do Demônio - Encarnação do Demônio

- Brasil 2008 De José Mojica Marins Com José Mojica Marins, Giulio Lopes, Milhem Cortaz, José Celso Martinez Corrêa, Jece Valadão, Helena Ignez, Rui Resende, Eduardo Chagas, Cristina Aché, Thais Simi, Cléo De Páris 98’ Horror


*** Em cartaz ***

Cotação:

29 de julho de 2008

A Balada do Pistoleiro

Contratado pela Columbia, Robert Rodriguez dá continuidade à saga do Mariachi, agora transformado em justiceiro implacável. Muitos e muitos dólares depois, perdeu o frescor, mas ganhou em técnica e humor. É o primeiro grande filme estrelado pelos maiores astros latinos da atualidade, Antônio Bandeiras e Salma Hayek. Banderas assume o papel do músico, consciente de sua função de matador, e já lendário entre os botecos mexicanos. O ator original, Carlos Gallardo, surge como companheiro em duas ou três cenas, assim como parte do elenco anterior, amador e, portanto muito feio ou de estética mal cuidada. Aqui fica evidente que Rodriguez não é grande diretor, mas um hábil e astuto homem de cinema. Há soluções criativas por todos os lados, e o filme é divertido ao ponto de nos prender a atenção, embora também tenha amigos demais em papéis sem função à história que ganham destaque por alguns minutos e depois desaparecem. Por mais frenética que seja a trama, esta superpopulação resulta em lentidão. Mais que uma seqüência, também pode ser encarado como remake, com várias tomadas vistas no anterior agora com recursos financeiras para serem mais bem executadas. Tanto faz qual deles se assistirá primeiro, aliás, mesmo o próximo (Era Uma Vez no México), que encerra a trilogia do Mariachi, são histórias independentes que se passam no mesmo cenário, mas mostram a evolução pessoal do personagem principal.

A Balada do Pistoleiro – Desperado

- EUA 1995 De Robert Rodriguez Com Antonio Banderas, Salma Hayek, Carlos Gallardo, Joaquim de Almeida, Cheech Marin, Steve Buscemi, Quentin Tarantino, Danny Trejo, 106’ Ação


DVD - Lançado no mesmo disco que El Mariachi, com cada qual em um lado. Assim como o outro, há a faixa de áudio de Rodriguez, trailer, e o documentário “Escola de Cinema em 10 minutos” (Anatomia de um tiroteio). Lamentavelmente, exceto no filme, também não há legendas em português.

Cotação:

El Mariachi

Contado em tom de fábula, a estréia em longa metragem de Robert Rodriguez também está cercada de mitos. A princípio, teria custado sete mil dólares, com parte deste dinheiro conseguido graças a ele ter servido de cobaia à uma nova vacina. Por mais pobre que visualmente seja, só em negativo 16 mm (mais tarde estendido para 35) teria gastado o dobro disto, mas enfim, lendas são lendas... Para total apreciação, é preciso embarcar no clima de brincadeira entre amigos, estilo ao qual Rodriguez continuou sendo fiel mesmo quando passou a trabalhar para um grande estúdio americano, a Columbia. Com câmera frenética, cortes certeiros e roteiro de coincidências absurdas, nos remete a velhos cartoons do tipo Papa Léguas ou a qualquer western-espaguete produzido por algum Sergio Leone subnutrido do México. Ainda versa sobre a morte das tradições na figura do Mariachi sem emprego graças às facilidades tecnológicas. Carlos Gallardo (também produtor e responsável pelos efeitos especiais) vive perambulando de cidade em cidade à procura de lugares que lhe paguem por sua arte quando é confundido com o bandido Azul. Ambos usam um estojo de violão idêntico, só que o malvado o recheia com todo tipo de arma. Acidentalmente, o cantor se tornará o mais feroz matador que a fronteira mexicana já viu. Parece um argumento fácil e realmente é. A graça fica na forma em que foi contando, realmente original.

El Mariachi – El Mariachi

- México/EUA 1992 De Robert Rodriguez Com Carlos Gallardo, Consuelo Gómez, Jaime de Hoyos, Peter Marquardt, Reinol Martinez, Oscar Fabila 81’ Ação


DVD - Lançamento antigo da Columbia, contem El Mariachi e sua continuação (A Balada do Pistoleiro) em cada lado do disco. Assim como todos os filmes de Rodriguez, ele cuida pessoalmente de seu material extra, portanto, há sempre muito que se esperar. Aqui há a costumeira e reveladora faixa de áudio dele, trailer americano, e o primeiro documentário “Escola de Cinema em 10 minutos” visto em muitos dos seus DVDs. Lamentavelmente, exceto no filme, não há legendas em português em nada. Destaque para o primeiro curta-metragem “Bedhead”, feito com seus irmãos pequenos.

Cotação:

24 de maio de 2008

As Filhas de Drácula

A Hammer Films não afundou por incompetência artística, mas por falta de recursos mesmo. Veja este As Filhas de Drácula, de sua época de vacas magras tem um roteiro engenhoso misturando várias temáticas exploradas em outras de suas produções, resultando um filme bem divertido e original. Mas os tempos eram outros, e se artisticamente não era pobre, não se pode dizer o mesmo dos cenários reaproveitados de não sei quantos outros filmes. Atirando para todos os lados ainda contrataram Mary e Madeleine Collinson, muito populares na época por serem as primeiras gêmeas a aparecer na capa da revista Playboy. Claro que era apenas chamariz porque seu talento ficava a desejar, tanto que foram dubladas como se percebe muito bem. Em contrapartida temos Peter Cushing em uma das melhores interpretações de sua vida! Ele é um insano caçador de bruxas obrigado a hospedar suas sobrinhas após terem ficado órfãs. Engraçado como a santa inquisição nesses filmes clássicos sempre é mostrada de forma mais violenta que os seres infernais em si. Uma das adolescentes cairá na teia maligna de nobre descendente dos Karnstein, e o diabo será descobrir qual delas é merecedora da estaca no peito já que são idênticas. Tida como a terceira parte da trilogia de Karnstein, há apenas uma rápida aparição da Condessa Mircalla, criação de Sheridan Le Fanu. Ou seja, tem ainda menos relação com Carmilla – A Vampira de Karnstein (Vampire Lovers, 1970) do que o precedente Luxúria dos Vampiros (Lust For a Vampire, 1971). Agora, menos ainda com o Conde Drácula! O nobre da Romênia nem ao menos é citado. A adaptação do título Twins of Evil (Gêmeas do Mal) foi alterado graças à distribuição internacional da AIP nos EUA como Daughters of Dracula, e conseqüentemente Les Services de Dracula, etc.

As Filhas de Drácula – Twins of Evil

- Inglaterra 1972 De John Hough com Peter Cushing, Dennis Price, Mary Collinson, Madeleine Collinson, Damien Thomas 87’ Horror


DVD - Cada novo disco que vai se achando lançado há algum tempo pela Works DVD nos dá a sensação de termos ficado um pouco órfãos como as garotas da película. A distribuidora sempre primou pela qualidade dos filmes comercializados, widscreen, legendas corretas, e na medida do possível (o que não é o caso de As Filhas de Drácula) algum extra. Pior que não surgiu nenhuma outra parecida no mercado que agrade tanto fãs de cinema não convencional.

Cotação:

15 de abril de 2008

Carmilla – A Vampira de Karnstein

Os tempos eram outros, e a Hammer estava no vermelho. Não o vermelho do sangue que Drácula tanto degustou e que fez a fama do estúdio inglês, mas vermelho financeiro e era preciso modernizar seus monstros. Quem ainda iria ao cinema ver castelos góticos com tantos hippies gritando a chegada da nova-era? Uma condessa diabólica e sua família de vampiros que de tempos em tempos desperta parecia ser o motivo ideal para mostrar o antigo sexo frágil em busca dos seus desejos, de preferência, claro, usando esvoaçantes camisolas transparentes. Joseph Sheridan LeFanu lançou o romance Carmilla antes de Bram Stoker dar ao mundo Drácula e embora seja menos famoso que o sucessor traz o diferencial da protagonista feminina. De extremo erotismo lésbico, é um divisor de águas no estilo rococó da Hammer com violência mais explícita e farta exibição de seios femininos, sem perder a classe costumeira ao diretor Roy Baker. A produção de visível pobreza não compromete nem se reflete danosamente no desenrolar da história divertida fazendo bom uso da óbvia apologia ao cristianismo como todo filme de sugadores de sangue que se preze. O estúdio faria mais duas películas com Mircaela/Carmilla (Luxuria de Vampiros e As Filhas de Drácula), mas fora a personagem, não há relação entre eles, nem mesmo o elenco, portanto não tem lógica chamá-los de trilogia. Este alçou à categoria de estrela sua atriz principal, a polonesa Ingrid Pitt, considerada tão iconográfica para o horror quanto Christopher Lee ou Peter Cushing, só pra citar dois nomes da Terra da Rainha. Mas não é a única celebridade do elenco! Temos ainda a sexy Kate O’Mara, implorando tragicamente pra ser vampirizada depois de noites de amor com Pitt. Cult até o talo!

Carmilla – A Vampira de Karnstein – The Vampire Lovers

- Inglaterra 1970 De Roy Ward Baker Com Ingrid Pitt, George Cole, Kate O’Mara, Peter Cushing, Dawn Addams, Madeline Smith, John Forbes-Robertson 90’ Horror


DVD - Um dos primeiros a ser distribuído pela London Films (Works DVD) tem uma arte de capa bem bacaninha, mas parece não indicar a importância de seu conteúdo já que ainda o achamos ele até por cinco reais. Está com a imagem em tela cheia com problemas de brilho e contraste, bem diferente dos outros que lançaram da Hammer. Na contracapa diz que vem com o trailer do cinema, mas no menu principal está escrito que se trata de Drácula, Príncipe das Trevas. Ao se clicar, surpresa! É na verdade é o de Drácula no Mundo da Minissaia! Aliás, nunca comercializado em DVD.

Cotação:

30 de março de 2008

A Morte do Demônio

Amador, grosseiro, cheio de falhas porcas, mas incrivelmente espetacular! Sam Raimi, que, quem diria, lucra agora basicamente produzindo adaptações meia-boca de horror asiático, além de comandar nada menos que a cine série do Homem-Aranha, fez esta escachada película ainda na chamada tenra idade. Com uma câmera 16 mm na mão, e um punhado de dólares, colocou amigos do colégio para trabalhar neste misto de Halloween, Madrugada dos Mortos, O Exorcista e claro, O Massacre da Serra Elétrica. Da mistureba de sucessos de bilheteria surgiu a chanchada gore estapafúrdia e assustadora, que como se não bastassem as previsíveis continuações, ainda nos deu Ashley J. Williams, ou simplesmente Ash! Se houvesse eleições para o herói mais idiota do cinema, por um triz o título não seria dele! Interpretado por Bruce Campbell (também produtor), é o cara errado, tomando as atitudes erradas nas horas mais erradas ainda! O amigo todo podre, com os olhos brancos esbugalhados, e ele resolve dar água, o acalmando com palavras do tipo: “Tudo vai ficar bem!”. Há tantas outras cenas memoráveis, assustadoras e engraçadas que o colocam num patamar acima da média como forma de arte. Não é só um filme de horror pavoroso em sua total falta de humor proposital, mas genialmente bem estruturado, com a câmera sempre em ângulos típicos de histórias em quadrinho, com uma trilha sonora flertando com o clássico, driblando todos os defeitos (técnicos, é bom avisar) imagináveis com uma originalidade histérica. Quase, quase um filhote do acasalamento entre Orson Wells e Ed Wood...

A Morte do Demônio – The Evil Dead

- EUA 1981 De Sam Raimi Com Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor, Betsy Baker 85’ Horror


DVD - Está em fullscreen, mas acho que isto é normal devido à bitola originalmente usada. Há alguns extras muito interessantes, e raros, o que me faz ficar triste quando o acho a preço de banana, em puro encalhe das lojas! O principal bônus, não mencionado na embalagem (!!!) é um apanhado de muitas seqüencias (legendadas) dos bastidores, que pela precariedade comprovam o teor amador da produção. Ponto negativo a mecânica do DVD, que logo de cara inicia o filme. A legendada é outra coisa mal feita. Parece que pegaram um monte de frases e salpicaram aqui e ali, quase nunca ao mesmo tempo em que são ditas.

Cotação:

7 de março de 2008

Combate Mortal

Sonny Chiba no velho esquema do exército de um homem só! Igualzinho aos bang bangs italianos dos 60 ou aqueles terríveis americanos dos 80, do tipo Rambo e afins. Filme pra macho sim senhor! Este é o primeiro de uma trilogia sobre a história real de Sensei Masutatsu Oyama, lendário carateca sul coreano que por acaso foi mestre do próprio Chiba. Chegando ao Japão pós-guerra, em meio a um campeonato milionário de artes marciais, surpreenderá a todos com suas técnicas exclusivas de caratê. Seus dons o levarão à desgraça, quase como um Midas da pancadaria, o que lhe fará repensar sobre o verdadeiro sentido de sua filosofia. No meio do caminho há a inevitável mocinha que antes da paixão será estuprada por nosso herói (?) só porque se veste como americana confundindo-a com uma prostituta! Amor á primeira vista é isso aí! Entre todos os valentões, a pobre ex-donzela vive com um costureiro efeminado que na primeira oportunidade a sós com Oyama tentará uma mal sucedida investida amorosa. A história é chatinha, dramática ao extremo, com direito a filhinho de capanga morto excomungando o carateca, mas de resultados cinematográficos muito bons. As cenas de luta são editadas freneticamente, filmadas de forma ágil de pontos de vista originais. Não parecem de mentirinha. Outro recurso bacana é a câmera fora do tripé, trepidante, dando a sensação de jornalismo nos momentos em que o coro come. Falando em couro, há pelo menos três seqüências antológicas: Chiba ao encarar um yankee demonstra sua força estraçalhando garrafas de Coca-Cola, quando arrebenta o braço deste mesmo cara e vê-se o estrago em raio-x e a impagável briga com um touro enfurecido. Arranca os chifres na porrada!

Combate Mortal – Kenka Karate Kyokushinken (Champion of Death/ Karate Bullfighter)

- Japão 1975 De Kazuhiko Yamaguchi Com Sonny Chiba, Masashi Ishibashi, Jirô Chiba, Mikio Narita, Yumi Takigawa 83’ Ação



DVD - Não sei se é azar meu ou se é regra, mas todos os DVDs de luta, porrada ou similares possuem qualidade não muito além da porca! Veja este aqui, há dois menus, o principal e outro pra se escolher as cenas e só! Se quisermos legendas ou não é só clicar em on ou off no menu principal mesmo e boa! A qualidade da imagem está abaixo do VHS, sem a mínima definição. Pelo menos se encontra em widescreen, há casos em que o fullscreen se assemelha a quando se dá zoom 4 vezes no DVD Player. Ah, e o áudio jamais em sua língua original, são dublados em inglês. Tristes regras!

Cotação:

22 de fevereiro de 2008

Pequenos Espiões

Muitos diretores inventivos a certa altura da vida esbarraram na armadilha de querer fazer filmes para que seus filhos vejam. Projetos para “toda família” quase sempre são pleonasmos para muita água com açúcar, mensagens engrandecedoras, porém, de resultado geral tolo. A classe média americana, gorda de tanto mandar brasa em seus calóricos Big Macs, simplesmente adora! E lá se vai um ex quase gênio da tela grande. Deu certo calafrio saber que o novo trabalho de Robert Rodriguez, o inventivo autor de El Mariachi, era direcionado aos petizes! Mas que grata surpresa! Não há aquela visão estúpida que adultos têm de crianças. É quase como se Charles Schulz, o criador do Snoopy, tivesse criado um filme de espionagem... Os inúmeros efeitos especiais não ofuscam os atores ou tentam disfarçar falhas do roteiro, rocambolesco o suficiente para não dar espaço às melancolias baratas. Há uma idéia, de que a família pode ficar junta preservando a individualidade de cada um, e isso será provado durante uma história cheia de adrenalina. Foi um fabuloso começo!

Pequenos Espiões – Spy Kids

- EUA 2001 De Robert Rodriguez Com Alexa Vega, Daryl Sabara, Antônio Banderas, Carla Gugino, Alan Cummig , Cheech Marin, Danny Trejo, Tery Hatcher 88’ Aventura


DVD - Lamentavelmente a Imagem Filmes distribui no Brasil filmes da Miramax... E como sempre, aqui também optou por imagem em Fullscreen, o que além de tirar muito da graça dos enquadramentos propositadamente antiquados (como qualquer filme de espionagem 60’s que se preze) ainda expõe algumas falhas do Chromackey. Há alguns extras, mas nem de perto lembram os DVDs de filmes de Rodriguez lançados depois pela Columbia. A máxima falta de nexo foi a inclusão do trailer de Didi e A Luz Azul. Duvideodó que uma criança inteligente que assista a Pequenos Espiões vá querer ver esse trash brazuca.

Cotação:

Pequenos Espiões 2 - A Ilha dos Sonhos Perdidos

Os irmãos Carmen e Juni Cortez cresceram mais um pouco e tornaram-se dois espiões respeitadíssimos na sua agência. Mas não foram só eles! Muito mais maduro Robert Rodriguez chega quase ás raias da genialidade em se tratando de um filme direcionado às crianças!!! Dá saudades daqueles filmes que passavam ininterruptamente na Sessão da Tarde da década de 80. Os monstros digitais são tão marcantes quanto os em stop motion que a gente viu em clássicos como Fúria de Titãs, As Sete Faces do Doutor Lao, O Mágico de Oz, Jasão e o Velocípede de Ouro, entre muitos outros! A pista principal está no título, uma óbvia alusão a criança abandonada por todos nós ao conseguirmos nossos 32 dentes de que nos são de direito! Volta-se a sonhar com cientistas loucos, seres mitológicos, o poder da mente perante recursos externos, civilizações perdidas, naves espaciais e a possibilidade de que há sempre um mundo mais prazeroso... É o melhor da trilogia, de roteiro melhor acabado e de uma falta de maniqueísmo desconcertante. Irresistível não aderir aquele clichê: “Imperdível! Um filme para todas as idades”. Até porque, deve-se ser inteligente o suficiente para mantermos todas as idades dentro da gente...

Pequenos Espiões 2 - A Ilha dos Sonhos Perdidos – Spy Kids 2 The Island of Lost Dreams

- EUA 2002 De Robert Rodriguez Com Alexa Vega, Daryl Sabara, Antônio Banderas, Carla Gugino, Alan Cummig , Cheech Marin, Danny Trejo, Ricardo Montalban, Mike Judge, Steve Busceni 99’ Aventura


DVD - As costumeiras faixas de áudio de Rodriguez sempre são inspiradoras pelo desprendimento em que revela alguns segredos. Temos mais um curta que ele normalmente coloca nos DVDs de seus filmes chamados “Escola de cinema em 10 minutos”, além de inúmeros making offs, cenas deletadas, erros de gravação e uma visita à casa de Alexa Veja, a atriz preferida de muitas crianças. Aliás, há um vídeo clip com ela cantando a música tema do filme já exibido nos créditos finais.

Cotação:

Pequenos Espiões 3D – Game Over

Seria toda a terceira parte das trilogias cinematográficas defeituosas? Este é um dos filmes mais mal acabados do diretor, com sua existência apenas para justificar a série como trilogia e exibir os inventos tecnológicos do cineasta. Provavelmente sem Pequenos Espiões 3D Game Over não teríamos obras primas como Sin City. Passado boa parte em cenários virtuais, torna-se bastante maçante e ainda possui um péssimo ator como Stallone de vilão convertido em três personagens. Bastante econômico, agora a história é protagonizada apenas por Juni Cortez, que entra dentro de um vídeo game para resgatar sua irmã Carmen. Nós deste lado precisamos usar aqueles óculos de papelão com “lentes” verde e vermelha para acompanhar satisfatoriamente tudo o que acontece na tela, mas nem sempre o efeito tridimensional funciona, nem se explica como uma pessoa que já usa óculos de verdade pode os usar... Bacana quando o menino (ótimo!) precisa escolher um membro da família para ajudá-lo na aventura e opta pelo avô tetraplégico. Dentro do game o ator Ricardo Montalban, deficiente de verdade, volta a andar graças aos efeitos digitais bastante satisfatórios, e ao sair do jogo, com a possibilidade de perder tais funções pede ao neto que continue olhando pra ele como um herói, mesmo na cadeira de rodas.

Pequenos Espiões 3D – Game Over – Spy Kids 3D Game Over

- EUA 2003 De Robert Rodriguez Com Alexa Vega, Daryl Sabara, Antonio Banderas, Carla Gugino, Sylvester Stallone, Alan Cummig , Cheech Marin, Danny Trejo, Ricardo Montalban, Mike Judge, Steve Busceni, Salma Hayek, George Clooney 85’ Aventura


DVD - Com toda a história existindo apenas para se brincar com o 3D ainda há uma versão em disco simples lançada no mercado sem este recurso. O que só piora tudo! O lançamento duplo vem com dois óculos de papelão importados com o logo da Troublemaker Studios, o que acho chique pra caramba! No primeiro disco a versão 2D e os extras, e no segundo disco a 3D, com o efeito funcionando até jogo Mega Race, um dos mais legais a explorarem as possibilidades do DVD. Os outros bônus são faixa de áudio, mais um “Escola de Cinema em 10 Minutos” e três clipes de Alexa Vega cantando ao vivo na pré estréia.

Cotação:

19 de fevereiro de 2008

De Volta Para O Futuro

A grande sacada desta aventura é ter como base o fetiche de todo adolescente em imaginar como eram seus pais quando tinham a sua mesma idade. Michael J. Fox é o sortudo em questão que acidentalmente terá essa vontade saciada indo parar exatamente na época em que seus pais estão para se conhecer. Como em toda filme produzido por Hollywood no inicio dos 80 espere para que mal entendidos gerem inúmeras situações absurdas tal e qual as películas da década de 30. A primeira vez que assisti era criança, não adolescente, e achei burro ele ir ao passado sendo que o título falava em futuro. No mínimo deveria ser De Volta Ao Presente! Minha opinião a respeito não mudou, embora esteja maduro o suficiente para isto não atrapalhar meu julgamento sobre um trabalho engenhosamente bem executado. Tão impecável que a viagem temporal torna-se absolutamente crível! O desconforto é o mesmo de qualquer outro produzido por Spielberg: É tanto esforço gasto no espetáculo técnico que os atores estão à deriva. Se Michael J. Fox convence como adolescente peralta, Christopher Lloyd está digno para animar festas infantis e Thomas F. Willson, como o vilão Biff, estridente demais para quem tem certeza do que diz... Há um descompasso assombroso nas interpretações e isto prejudica o resultado final a quem prestar mais atenção ou for mais exigente. É a técnica em atrito à arte, ao humano. O fim virou uma pérola dos materialistas anos de Ronald Reagan no poder, quando se acreditava que apenas os yuppies de gravata e carrão na garagem é que eram felizes.

De Volta Para O Futuro – Back To The Future

- EUA 1985 De Robert Zemeckis Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Crispin Glover, Thomas F. Willson 115’ Ficção Científica


DVD - Toda a trilogia foi comercializada em Box ou DVDs simples separados. Recentemente foi relançada em um Box diferente, daqueles em que todos os discos são acomodados em estojo de espessura igual a um comum. É estranho e desconfortável manuseá-los, mesmo com a vantagem de ocupar menos espaço na estante. Cada filme vem com os (muitos) extras iguais, mas específicos para cada um, sendo que os dois primeiros contêm making off da época e um atual. De resto, destaque para erros de gravação e algumas cenas deletadas. No menu principal chama atenção a imagem em movimento do notório relógio da prefeitura (sim, aquele danificado por um raio em 1955). Dependendo do filme aparece, assim como o designer do menu, nos respectivos anos 1985, 2015, 1885.

Cotação:

18 de fevereiro de 2008

De Volta Para O Futuro Parte II

Vistos logo em seguida, há várias discrepâncias com o filme anterior. Ele começa do mesmo ponto em que parou o outro, mas foi feito na verdade com mais de quatro anos de diferença. Portanto, nos deparamos de cara com a futura ganhadora do Oscar Elisabeth Shue, no papel de namorada de Michael J. Fox, usando uma peruca ajeitada por algum cabeleireiro de mau humor. A atriz original recusou os trabalhos para cuidar de sua mãe doente. A decepção fica no futuro vislumbrado: 2015 são muito mais 80 do que minha memória havia guardado e aparecem pouco. E que época estranha onde só há Pepsi! Repare na gracinha que está Elijah Wood (O Frodo de O Senhor dos Anéis), na cena do bar temático, com uns 7 aninhos. Mesmo com personagens já conhecidos, a história não é muito diferente, apenas com mais reviravoltas. Se há mais do mesmo, a ação, como reza a cartilha de qualquer seqüência Hollywoodiana, é freneticamente superior. As interpretações infelizmente continuam díspares, com cada ator parecendo fazer seu próprio filme. Aliás, Fox está constrangedor como sua filha. Fica-se na dúvida se é filha ou McFly terá um filho transex! Ao voltar à década de 50 o roteiro esbarra na genialidade, quando o herói tem contato com o eu dele vivenciando os acontecimentos do filme anterior. Em contrapartida, mesmo se assumindo quase como um desenho Looney Toons, há soluções fáceis demais e a correria ininterrupta do roteiro não consegue disfarçar alguns furos.

De Volta Para O Futuro Parte II – Back To The Future Part II

- EUA 1989 De Robert Zemeckis Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Crispin Glover, Thomas F. Willson, Elisabeth Shue 108’ Ficção Científica


DVD - Toda a trilogia foi comercializada em Box ou DVDs simples separados. Recentemente foi relançada em um Box diferente, daqueles em que todos os discos são acomodados em estojo de espessura igual a um comum. É estranho e desconfortável manuseá-los, mesmo com a vantagem de ocupar menos espaço na estante. Cada filme vem com os (muitos) extras iguais, mas específicos para cada um, sendo que os dois primeiros contêm making off da época e um atual. De resto, destaque para erros de gravação e algumas cenas deletadas. No menu principal chama atenção a imagem em movimento do notório relógio da prefeitura (sim, aquele danificado por um raio em 1955). Dependendo do filme aparece, assim como o designer do menu, nos respectivos anos 1985, 2015, 1885.

Cotação:

De Volta Para O Futuro Parte III

É o patinho feio da trilogia, não porque seja muito inferior aos anteriores, mas porque com a ação se passando no Velho Oeste se cai na real do quão norte americanas e distantes são as aventuras do jovem McFly. Se nos já globalizados 80 éramos todos, de certa forma, muito parecidos, um bang bang (gênero fora de moda reabilitado na época por êxitos como Dança com Lobos e Os Imperdoáveis) expõe o distanciamento cultural. É como se aquilo tudo não nos disse-se nada. Ou sei lá, poderia se passar em marte! Diminui a magia imaginativa de podermos estar lá também! O cientista louco de Christopher Lloyd, mesmo careteiro e insuportável, agora conduz a ação e até chega a ganhar uma esposa. Assim tira-se qualquer suspeita da amizade daquele velhote com o garoto. É bacana em um momento crucial a solução vir de uma cena clássica de faroeste assistida por Fox na Parte II, quando ele foi aos 1985 alternativos. Era só um detalhe besta no outro filme, mas coube inteligentemente aqui! As cenas de correria a cavalo são puro Indiana Jones, não deixando suspeitas de quem está por traz de ambos os filmes. E películas com finais duplos sempre decepcionam, né? É difícil de engolir um trem voador como máquina do tempo, embora os produtores ainda quisessem lucrar posteriormente com uma série em desenho animado.

De Volta Para O Futuro Parte III – Back To The Future Part III

- EUA 1990 De Robert Zemeckis Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen, Lea Thompson, Thomas F. Willson, Elisabeth Shue 118’ Ficção Científica


DVD - Toda a trilogia foi comercializada em Box ou DVDs simples separados. Recentemente foi relançada em um Box diferente, daqueles em que todos os discos são acomodados em estojo de espessura igual a um comum. É estranho e desconfortável manuseá-los, mesmo com a vantagem de ocupar menos espaço na estante. Cada filme vem com os (muitos) extras iguais, mas específicos para cada um, sendo que os dois primeiros contêm making off da época e um atual. De resto, destaque para erros de gravação e algumas cenas deletadas. No menu principal chama atenção a imagem em movimento do notório relógio da prefeitura (sim, aquele danificado por um raio em 1955). Dependendo do filme aparece, assim como o designer do menu, nos respectivos anos 1985, 2015, 1885.

Cotação:

10 de fevereiro de 2008

Matrix

Talvez os mais novos não saibam o que era não só o cinema, mas a cultura pop em geral antes de 1999! Por algum motivo, talvez o novo milênio que se aproximava, Hollywood mirou seus holofotes a filmes reflexivos, que discutiam verdades e mentiras de nossa mente. Clube da Luta, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, O Show de Truman, todos do mesmo ano! Nenhum fez o estardalhaço de Matrix, que foi surgindo muito mais de boca a boca (pelo menos no Brasil) do que por campanha de marketing. A Internet em seus primeiros passos, nem se cogitava campanhas virais como as de hoje. Dá pra garantir que de tão ousado nem o estúdio apostava muito nele. E todos queriam ver, todos queriam discutir, e volta e meia alguém falava que não entendeu nada. Em plena transição do analógico ao digital, Keanu Reeves ressurgia como um messias deste novo tempo. E dá-lhe um visual cool, e inúmeras referências clássicas a qualquer coisa que os irmãos Wachowski teriam consumido até então. Detratores apontam este ser o ponto fraco do projeto, tamanha obviedade de algumas delas. Do surrado Platão, bíblia até os (então desdenhados) filmes made em Hong Kong. Os caras foram os primeiros a junta-las e dar um novo refresco. Se há um mérito legítimo nos caras está neste ineditismo. E sim, mostrar a fome em informática (efeitos digitais, internet, etc.) em algo real, e não apenas uma brincadeira de nerds espinhentos. Os efeitos assustadores de tão perfeitos estavam ali só pra ilustrar a história, e quase uma década (!!!) depois ainda impressionam. Há um roteiro bem amarrado para disputar interesse com eles. O que envelheceu foram os figurinos, exaustivamente copiados, estão quase que risíveis de tão cafonas e artificiais. As próprias seqüências desnecessárias, que tiveram campanha de marketing muito feroz, ajudaram nisso, e até a abafar suas inúmeras qualidades. Mercantilismos à parte, este por si só se completa como o filme definitivo da geração 90’s. Houve algo tão inventivo desde então?

Matrix - Matrix
- EUA 1999 De Andy e Larry Wachowski Com Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss, Joe Pantoliano, Hugo Weaving, Gloria Foster 136’ Ficção Científica


DVD - É um clássico do disquinho digital!!! A gente alugava o VHS e vinha a propaganda logo no começo “What is DVD?”, usando Matrix como exemplo das maravilhas do mundo digital que nos aguardava. Então, é uma edição bem antiga, reimpressa em 2006, o que se perdoa a total falta de legendas nos extras. Até a função de seguir o coelhinho branco durante o filme faz com que elas não apareçam. Mas a cerejinha não está nos extras pra se ver no player, mas na faixa DVD-ROM. Nos tempos pré-históricos da internet, quando ela era na verdade um monte de texto e pouquíssimas fotos, não havia site mais bacana que o de Matrix. Hoje pode parecer até tosco e simplista, mas naquela época: Wow! Enfim, ele está inteirinho (!!!) como estava no ar em 1999 até com os downloads. O screensaver original com os códigos verdes é uma pequena pérola daqueles tempos. Saudosismo puro! Pena não funcionar corretamente nas dimensões atuais dos monitores com o mínimo de 1024 X 764...

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