Mostrando postagens com marcador Japão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Japão. Mostrar todas as postagens

28 de outubro de 2008

A Batalha dos Monstros

Ocidentais adoram teorizar sobre o sucesso dos monstros gigantes dos filmes japoneses. Se a do trauma causado pelas bombas atômicas americanas em Hiroshima e Nagasaki estiver correto, este A Batalha dos Monstros ganha sabor de paz na Terra total! Para conquistar de vez as platéias dos EUA há dois personagens ocidentais importantes, e não apenas cenas enxertadas no país do Tio Sam como a Toho fez com os do Godzilla. Dois garotos curiosos (um japonês e outro inexplicavelmente norte americano), entram numa nave espacial que imediatamente os leva a outro planeta, mais precisamente Tera, o 10º do Sistema Solar. A armadilha foi criada por duas habitantes locais que pretendem comer seus cérebros e assim adquirir todo o conhecimento necessário (!!!) para a conquista da Terra. O roteiro não especifica em momento algum porque com tantos cientistas coisa e tal, escolheram dois garotinhos, mas enfim... Lógico que serão salvos por Gamera, a tartaruga gigante que cospe fogo por todos os orifícios e é uma espécie de Godzilla, mas com personalidade menos volúvel do que ele. Desde a sua primeira produção é amiga das criancinhas e ponto! Aqui enfrentará Giron, um dos seus famosos arquiinimigos, misto de serrote com tubarão e toupeira. E dá-lhe pancadaria em cenários de papelão hiper coloridos... Ingênuo, brega e hilário! Espere para a mensagem pacifista final e não caia na gargalhada se conseguir.

A Batalha dos Monstros – Gamera tai daiakuju Giron (Attack of the Monsters)

- Japão 1969 De Noriaki Yuasa Com Nobuhiro Kajima, Miyuki Akiyama, Christopher Murphy, Yuko Hamada, Eiji Funakoshi, Kon Omura, Edith Hanson 80’ Ficção Científica


DVD - Oportunidade única! Dois filmes de Gamera num mesmo DVD. A London (WorksDVD) incluiu A Batalha dos Monstros e Destruam Toda a Terra no box Sci-Fi, juntamente a outras 18 perolas retrô, incluindo o primeiro da tartaruga gigante. Todos agora são encontrados em pequenas lojas a preços pra lá de camaradas. A imagem está bem ruim em fullscreen e o áudio dublado de qualquer jeito em inglês, mas numa produção deste tipo qualquer qualidade se torna luxo inimaginável.

Cotação:

11 de outubro de 2008

King Kong Vs Godzilla

Foi o evento do ano sem dúvida! O confronto dos monstros gigantes mais famosos de todos os tempos e ainda por cima ambos pela primeira vez em cores. Como King Kong era bem mais popular no Japão do que o conterrâneo Godzilla, os personagens evidenciam uma torcida por ele, mas a gente acha os dois uma graça e torce para que nenhum saia muito ferido. Por incrível que pareça, a idéia deste crossover surgiu de um produtor americano que tendo seu projeto “King Kong Vs Frankenstein” recusado pelos estúdios de Hollywood foi bater na porta dos japoneses da Toho. Embora os créditos iniciais indiquem que o macaco está sob autorização da RKO, há substanciais mudanças com o que conhecemos no clássico de 31. A começar, lógico, pela troca do bonequinho em stop motion por um homem numa fantasia ridícula. A técnica é usada apenas nos closes, sendo que a figura original aparece nas fotos do departamento de divulgação enfrentando Godzilla em tosca montagem. Ele também não vivia mais na Ilha da Caveira, mas numa outra onde japoneses da raça negra dançam coreografias fáceis. É levado à civilização graças a um ambicioso e atrapalhado empresário do ramo farmacológico e pra não ficar tão em desvantagem com o lagartão que cospe fogo, King Kong fica super forte ao entrar em contato com a rede elétrica, ou levar raios na cabeça... Com carinhos de brinquedo, navios, etc. fingindo ser de verdade, e as sempre engraçadas cenas de multidões em pânico garantem a diversão. Lamentável que estes filmes só chegam até o ocidente com dublagem em inglês e a adição de atores americanos, mas em meio ao samba do criolo doido do roteiro, o que há pra reclamar? Talvez do broxante final do embate...

King Kong Vs Godzilla – Kingu Kongu tai Gojira

- Japão/EUA 1962 De Ishirô Honda Com Tadao Takashima, Kenji Sahara, Yu Fujiki, Ichirô Arishima, Jun Tazaki, Akihiko Hirata, Mie Hama, Akiko Wakabayashi, Akemi Negishi, Senshô Matsumoto, Senkichi Omura 91’ Ação


Cotação:

7 de agosto de 2008

Cega Obsessão

Estudo hardcore sobre a cegueira da paixão incondicional, a evidente servidão do algoz diante das recusas do ser preterido. Tem ecos de vários outros de mocinhas aprisionadas, quase um subgênero dos romances, ou histórias de amor para adultos, sem finais tão óbvios. Como em Nunca Fui Santa, Ata me! e O Colecionador, desconfia-se pouco de que as tentativas da garota em fugir vão acabar em suplicas de afeto eterno. Pelo contrário, há sempre reviravoltas aqui e ali, e muitas vezes o final feliz tem sabor discutível. No caso deste exemplar nipônico, espera-se um radicalismo maior e não nos decepciona. Doentio em sua estética discorre ainda sobre a figura materna (onipresente) na vida de um homem adulto, muito mais do que discussões sobre caminhos relevantes da arte. Tema, aliás, que acabou diluído entre tantos emaranhados psicológicos. O enredo é basicamente sobre modelo de pouco sucesso que se submete a fazer trabalhos (fotos e esculturas) de nudez, despertando a atenção de artista plástico cego. Junto a sua possessiva mãe, seqüestra a beldade a fim de que pose só para ele. Apenas com três atores e um grande e bizarro cenário com mórbidos pedaços de corpos de argila, consegue nos fazer pensar ininterruptamente em meio à claustrofobia incessante. É um grande filme, artesanal, muito mais preocupado em apontar sentimentos do que declarar verdades sombrias.

Cega Obsessão – Môjû

- Japão 1969 De Yasuzo Masumura Com Eiji Funakoshi, Mako Midori, Noriko Sengoku 84’ Drama/Suspense


DVD - Impossível não reparar de cara o erro grosseiro no nome da distribuidora Magnus Opus, mas graças ao interesse dela temos inúmeros filmes que nem em uma próxima encarnação seriam lançados no Brasil. O longa tem imagem de escopo original, legendas boas e o esforço dos esforços em extras. Em uma produção rara como Obsessão Cega, até o material em texto se torna precioso. Há também o dramático trailer de cinema, biografias e um videozinho em texto ridículo de outros lançamentos. O ponto ruim é seu preço elevado, sendo que o disco vem acondicionado numa embalagem plástica de péssima qualidade, semelhante à usada pelos camelôs. Nem dá pra fechar direito.

Cotação:

21 de abril de 2008

Cowboy Bebop: O Filme

Emaranhado de referências a Hollywood clássica, parece ter sido criado por uma mente perturbada de algum seguidor do Timothy Larry! Se não fosse lá pela meia hora final toda a história ficar absurdamente bizarra e confusa, seria uma obra prima não só da animação, mas do cinema como um todo. A apresentação dos personagens é de uma eficácia desconcertante. Há um assalto medíocre a uma destas bibocas que ficam abertas até tarde e vendem de macarrão instantâneo a pilhas alcalinas. Os ângulos são os mesmos de câmeras de segurança só que com resolução boa, até Spike adentrar no local mais blasé do que se espera de quem vá resolver o crime. Depois de alguma porrada, e com uma velha senhora de refém sob a mira de um revolver, ele deixa claro: “Se quiser atirar fique há vontade. A vida dela não me diz respeito! Sou um caçador de recompensas, não um herói!”. Pronto, o mundo também ficará aos cuidados deste anti-herói fumante que não se importa com o mundo. E precisaremos de ajuda graças às ameaças de um terrorista chamado Vincent (inspirado adivinha em quem?) envolvido com metafísica e nanotecnologia contando com o amparo de experientes hackers! Embalado por uma espetacular trilha sonora assinada por Yoko Kano, tão eclética e autêntica que se chega a duvidar que uma mesma pessoa a tenha criado!

Cowboy Bebop: O Filme – Kaubôi bibappu:Tengoku no tobira (Cowboy Bebop: The Movie)

- Japão, 2001 De Shinichirô Watanabe 116’ Ficção Científica/Animação


DVD - Depois do parto que foi seu lançamento nos cinemas, em momento Tim Maia (“Será que vem?”), a Columbia resolveu distribuí-lo diretamente em DVD. A versão dublada em português teria sido feita também de forma conturbada, mas as vozes antes ouvidas na exibição do canal Locomotion estão lá. Há alguns extras bem caretas e curtos, que não fazem jus ao espetáculo cinematográfico do filme.

Cotação:

26 de março de 2008

Ju-On – O Grito

Para o bem ou para o mal, filmes de horror asiáticos são frutos de nosso tempo. Como os de gangues de adolescentes, praias com garotas de biquíni, monstros cósmicos marcaram épocas passadas. E mesmo com os norte-americanos se esforçando para desgastar a fórmula em remakes desnecessários, que só servem para atestar a absurda ignorância de sua platéia média, não há como negar que no mínimo presenciamos cenas muito inusitadas. São filmes tradicionais em sua essência como todo povo japonês parece ser, pertencentes a subgêneros (no caso, as casas mal assombradas), contando histórias distintas, mas estranhamente convergentes. Talvez para o ocidente cause estranheza o uso exaustivo de fantasmas cabeludos de cara pálida, tão comuns à cultura local, que aparentam coexistir num mesmo plano, muito mais do que plágios infinitos. Ju-On trata-se de um das mais assustadoras e inteligentes produções jamais feitas. Principalmente porque, para dar medo, não se apóia apenas no que é exibido na tela, mas do que nossa mente absorverá daquilo. Seu roteiro estruturado caoticamente de forma não linear faz com que a experiência tome força depois de assisti-lo. Tentando compreender o quebra cabeça, revisitamos mentalmente aquela sombria casa. Ataca desta forma nossa pressuposta certeza inconsciente de que nosso lar é o lugar mais seguro do mundo. Isso, claro, para quem usar alguns neurônios até na hora do cinema. O que não é se esperar pouco em se tratando de um público que preguiçosamente exige coisas fáceis.

Ju-On – O Grito – Ju-On

- Japão 2003 De Takashi Shimizu Com Megumi Okina, Misaki Ito, Misa Uehara, Yukako Kukuri, Takashi Matsuyama, Daisuke Honda, Yuya Ozeki, Takako Fuji 92’ Horror


DVD - Não há nada, nada! Nem as tradicionais filmografias em texto... Pelo menos a Alpha Films manteve a capinha original, embora pareça ridículo adicionar “O Grito” como subtítulo. Seu lançamento, mesmo assim, por se tratar de uma película construída de forma tão geniosa é bem vindo. Antes só havia rodando por aí uma cópia em VCD (!!!) comercializada nos camelôs com legendas em português de Portugal!

Cotação:

7 de março de 2008

Combate Mortal

Sonny Chiba no velho esquema do exército de um homem só! Igualzinho aos bang bangs italianos dos 60 ou aqueles terríveis americanos dos 80, do tipo Rambo e afins. Filme pra macho sim senhor! Este é o primeiro de uma trilogia sobre a história real de Sensei Masutatsu Oyama, lendário carateca sul coreano que por acaso foi mestre do próprio Chiba. Chegando ao Japão pós-guerra, em meio a um campeonato milionário de artes marciais, surpreenderá a todos com suas técnicas exclusivas de caratê. Seus dons o levarão à desgraça, quase como um Midas da pancadaria, o que lhe fará repensar sobre o verdadeiro sentido de sua filosofia. No meio do caminho há a inevitável mocinha que antes da paixão será estuprada por nosso herói (?) só porque se veste como americana confundindo-a com uma prostituta! Amor á primeira vista é isso aí! Entre todos os valentões, a pobre ex-donzela vive com um costureiro efeminado que na primeira oportunidade a sós com Oyama tentará uma mal sucedida investida amorosa. A história é chatinha, dramática ao extremo, com direito a filhinho de capanga morto excomungando o carateca, mas de resultados cinematográficos muito bons. As cenas de luta são editadas freneticamente, filmadas de forma ágil de pontos de vista originais. Não parecem de mentirinha. Outro recurso bacana é a câmera fora do tripé, trepidante, dando a sensação de jornalismo nos momentos em que o coro come. Falando em couro, há pelo menos três seqüências antológicas: Chiba ao encarar um yankee demonstra sua força estraçalhando garrafas de Coca-Cola, quando arrebenta o braço deste mesmo cara e vê-se o estrago em raio-x e a impagável briga com um touro enfurecido. Arranca os chifres na porrada!

Combate Mortal – Kenka Karate Kyokushinken (Champion of Death/ Karate Bullfighter)

- Japão 1975 De Kazuhiko Yamaguchi Com Sonny Chiba, Masashi Ishibashi, Jirô Chiba, Mikio Narita, Yumi Takigawa 83’ Ação



DVD - Não sei se é azar meu ou se é regra, mas todos os DVDs de luta, porrada ou similares possuem qualidade não muito além da porca! Veja este aqui, há dois menus, o principal e outro pra se escolher as cenas e só! Se quisermos legendas ou não é só clicar em on ou off no menu principal mesmo e boa! A qualidade da imagem está abaixo do VHS, sem a mínima definição. Pelo menos se encontra em widescreen, há casos em que o fullscreen se assemelha a quando se dá zoom 4 vezes no DVD Player. Ah, e o áudio jamais em sua língua original, são dublados em inglês. Tristes regras!

Cotação:

27 de fevereiro de 2008

Gammera, O Monstro Invencível

Explosão atômica e os ienes de Godzilla despertaram Gammera, a tartaruga gigante! Junto com o réptil famoso e Mothra, a mariposa carnavalesca, formam a santíssima trindade dos monstros super crescidos que ameaçam Tóquio eternamente. Quem já foi criança algum dia a princípio achará tudo uma graça. Dos aviões de brinquedo, cidades inteiras miniaturizadas fingindo ser de verdade ao alerta antibélico, na cola da então vigente guerra fria, é puro nostalgia.. Sem falar do menino, que embora Gammera mande tudo ao espaço entre labaredas e porrada, ainda acredita se tratar de uma criatura boazinha. A principal curiosidade (e defeito) é que esta copia, dublada em inglês, trata-se de hibrido multinacional, tal e qual o Power Rangers da TV. Lançada no mercado americano um ano depois do japonês faz uso de enxertos com com atores americanos. E aí mora o perigo! Enquanto as cenas originais são sérias, e por isso engraçadas, o elenco ocidental está quase esbarrando no humor proposital tipo A Praça é Nossa. E a ação destrutiva que se desenrola na terra do sol nascente é relativamente pouca perto das dezenas de seqüências passadas na ONU num blábláblá que deixa o filme parecer interminável. A gente já sabe que os russos são malvados, e que Gammera é invencível pero no mucho...

Gammera, O Monstro Invencível – Daikaijū Gamera (Gammera, the Invincible)

- Japão/EUA 1966 De Noriaki Yuasa e Sandy Howard Com Albert Dekker, Eiji Funakoshi, Michiko Sugata, Harumi Kiritachi, Dick O'Neill 86’ Ficção Científica


DVD - Vem no mesmo DVD de O Alerta do Espaço, o que dá um novo sentido à expressão filme B nesta era digital. Assim como o outro tem imagem e áudio terrivelmente sofrível.

Cotação:

21 de fevereiro de 2008

Interstella 555 – The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem

Cinco amigos de uma galáxia distante passam o tempo tocando música até que empresário ganancioso os seqüestra para ganhar inúmeros discos de ouro no Planeta Terra. Com este argumento de ficção científica chinfrim concretizou-se um dos projetos mais ousados da atualidade, praticamente o último filme mudo que se tem notícia. E é anda por cima é um musical em desenho animado gerado a partir de um disco de música eletrônica... Pagou seu preço como exercício ante a estável narrativa verbal cinematográfica, sendo recebido com extrema frieza depois do hype gerado pelos quatro clipes do Daft Punk que o antecederam. Tendo no comandado o mestre Leiji Matsumoto (do animé clássico Patrulha Estrelar), o longa dá continuidade aos “capítulos” lançados a cada nova faixa de trabalho do álbum Discovery, assim como qualquer canção pop em épocas de MTV. Ferramenta ideal para se criar super stars como os pobres Crescendolls da película. Não é realmente fácil de ser assistido! Por mais que o visual seja detalhadíssimo, e o estilo das cores e traços vulgarmente combinarem com o som 70’s a falta de diálogos o faz funcionar muito melhor para ser o DVD que fica rodando enquanto a gente faz alguma coisa do que filme em si para ser visto no cinema. Pelo menos o que se olha de relance proporciona quase uma alegria infantil!

Interstella 555 – The 5tory of the 5ecret 5tar 5ystem

- França/Japão 2003 De Kazuhisa Takenouchi 65’ Musical/Animação/Ficção Científica


DVD - Tal e qual um CD de áudio, lançado praticamente idêntico ao que foi lá fora. O que explica os menus estarem só em inglês e francês. Há um batalhão de extras, e os menus randômicos completam o clima retrô high-tec do filme. Muito ruim os botões que dão acesso ao material bônus não conterem descrições em texto do que se trata... Bacana a seleção de capítulos parecendo um jukebox: Não se precisa ver o filme em tela cheia, mas no topo deixando todas as outras cenas (clips) á disposição.

Cotação:

18 de fevereiro de 2008

O Alerta do Espaço

Sushi/rocambole envolvendo vedetes, criancinhas em perigo, alienígenas, transmutação, superaquecimento global e mais um monte de disparates em clima kitsh verdadeiramente 50’s! Dita como a primeira ficção científica japonesa a cores, O Alerta do Espaço pode surpreender quem espera só mais um trash com alienígenas em trajes ridículos. Sim! Os alienígenas em trajes ridículos marcam presença de forma memorável! Mas o roteiro repleto de personagens interessantes que aparecem e somem, e uma trama que vai se transformando quase que como um caleidoscópio surreal, faz dele um filme que merece ser assistido de forma mais séria. Detalhe: os atores (entre eles Bontarô Miyake, de Tora! Tora! Tora!) estão ali interpretando de forma honesta e vivaz e o tal alerta do título, que a inicio é sobre uma poderosa bomba que está para ser inventada pelos terráqueos, respalda em momentos aflitivos. Muito semelhantes ao que se imagina que será quando o aquecimento global chegar ao seu ápice. Vai de ficção científica a filme catástrofe de forma nada sutil mas imaginativa. Quero acreditar que aqueles animais sofrendo não estejam envenenados de verdade...

O Alerta do Espaço – Uchûjin Tôkyô ni arawaru (Warning From Space / The Cosmic Man Appears in Tokyo / The Mysterious Satellite)

- Japão 1956 De Koji Shima Com Keizo Kawasaki, Toyomi Karita, Bin Yagasawa, Bontarô Miyake, Mieko Nagai, Kiyoko Hirai, Isao Yamagata 88’ Ficção Científica


DVD - A Works DVD tem feito maravilhas lançando preciosidades em DVD que podem ser baixadas facilmente em sites que disponibilizam filmes sem copyrights, mas.... Podia dar uma restauradinha nos arquivos, né? Aqui compramos um DVD (com menus caprichados) e levamos dois filmes, com imagem inferior inclusive à época do VHS. Há momentos que simplesmente é necessário usar a imaginação para se descobrir o que está passando na tela.

Cotação:

13 de fevereiro de 2008

Hiroshima Meu Amor

De título incômodo pela simples associação do amor aos horrores de uma bomba atômica, este representante da Nouvelle Vague é querido por nove entre dez pessoas que conseguiram assisti-lo após 30 minutos. Contempla-se aqueles corpos nus quase que com vergonha ao vê-los entrecortados ás mais assombrosas imagens do sofrimento humano. Há algo de sórdido naquele casal que se entrega perdidamente aos prazeres carnais na cidade infinitamente marcada pela guerra. Muito discutido em sua época, é um elogio à persistência, ao vigor da memória, da sobreposição de acontecimentos, do que pode sobreviver a partir de atitudes egoístas. Algo de muito estranho acontece quando Emmanuelle Riva, de dentes tristes anteriores aos avanços da medicina odontológica, relembra seu patético e trágico passado como se referisse ao futuro. Momentos passam, são recontados, esquecidos, perdidos... Realizado com empenho estético por Alain Resnais, em mãos menos sensíveis teríamos um bom romance do tipo Julia, ou filmes de blábláblá pra aspirantes a intelectuais chamarem de genial. Convence em sua dificuldade.

Hiroshima Meu Amor – Hiroshima Mon Amour

- França/Japão 1957 De Alain Resnais Com Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Pierre Barbaud 90’ Romance


DVD - A gente sempre desconfia de distribuidoras como a Continental que lançam pérolas perdidas do cinema a preços exorbitantes sem se preocuparem com a qualidade material. Este tem uma pavorosa capa em baixa resolução com nitidez forçadamente feita no Photoshop. Segundo a mesma o áudio do filme é “Franclês”, veja só! Em fullscreen (!!!), pelo menos não percebi os costumeiros erros gramaticais na legenda. Contém entrevistas da época com Riva e Resnais.

Cotação:

25 de abril de 2006

Encontros e Desencontros

Sofia Coppola após tentar a sorte como atriz (e se dando mal) achou seu caminho na direção! Perdoe-me pela frase clichê, mas li tanto isso em qualquer crítica sobre este Encontros e Desencontres que simplesmente não resisti. Espere só estrear Volver, o novo Almodóvar pra você ler que é o trabalho mais maduro do espanhol... Voltando ao trabalho da picorrucha do Francis, era tanta ansiedade que a primeira vez nem consegui assistir direito. Com calma, e se há um filme que exige calma é este, não teve como não me juntar ao coro dos que acham um dos melhores filmes do gênero comédia romântica. Diria mais, tratasse de um dos raros filmes adultos vindos de Hollywood nos últimos tempos. Normalmente se dá a alcunha de adulto a qualquer coisa de sacanagem, deveria ser diferente. Quando se cresce não se descobre dolorosamente que paixão avassaladora, amor eterno, par perfeito, outra metade são balelas? Que amor é muito mais companhia, tolerância, aprendizado e não necessariamente envolve tórridas cenas de sexo, beijos lascivos etc e tal? Então, é com este mundo adulto e concreto que Encontros e Desencontros flerta sem perder a ternura. E Bill Murray continua ótimo fazendo questão de ser Bill Murray, não há quem negue!

Encontros e Desencontros (Lost in Translation)
- EUA 2004 De Sofia Coppola com Bill Murray, Scarlett Johansson, Fumihiro Hayashi 96’ Comédia


DVD - Assim, é meigo, com os marcadores dos botões sendo florzinhas, mas poderia ser melhor. Só o menu principal é animado com uma visão noturna de Tókio, mais bela do que nunca. Tem um documentário (longo) interessantíssimo sobre as filmagens, onde se descobre o esquema quase clandestino das filmagens que só valoriza a experiência que acabamos de passar com o filme, entrevistas com Murray e Sofia, algumas cenas deletadas, clipe e na íntegra a participação de Bob (ou Bill) no Matthew’s BestHitTV.

IMDB:
http://us.imdb.com/title/tt0335266/


Site: http://www.lit-movie.com/

Cotação:

12 de outubro de 2005

Steamboy

E confesso logo de cara que a premissa de Steamboy nunca me alegrou muito. Depois do choque de Akira em 1991 (pra variar, demorou quase meia década para estrear aqui) não me empolgava a Inglaterra vitoriana, o século 19, revolução industrial, etc . Mas poxa, é do Katsuhiro Otomo, o cara fodão que nos deu Akira e nunca mais fez nada só seu. Não custa ver... Só pra te localizar, caso você não tenha nascido a tempo de viver a febre Akira na década de 80. Gosto por mangá a gente sempre teve, mesmo antes que isso fosse moda. Antes, muito antes de Cavaleiros do Zodíaco, só tínhamos Jaspion na TV e nas bancas nada. Aí a editora Globo lançou uma obra prima chamada AKIRA. Papel cuchê, colorido (era uma tradução do lançado nos EUA) custando os olhos da cara quinzenalmente. E quantas vezes passei fome no intervalo pra garantir a edição da quinzena. Infelizmente nunca completei a coleção. Aliás, reza a lenda que nem a editora a completou. Mas daí veio a notícia de um filme daquele universo fantástico de motos possantes rasgando ruas de uma Tóquio tão futurista quanto decadente, gangues se drogando com pílulas incríveis, telecinese. Era demais para um adolescente! Eu quero até hoje uma jaqueta igualzinha à do Kaneda com os dizeres Bom para a saúde, péssimo para a educação! E se passaram 14 anos e nada... Até Steamboy, claro! Lançado diretamente em VHS e DVD no Brasil, o novo longa de Otomo poderia ser apenas mais um filme de gênio, que mesmo não sendo bom, ainda está bem acima da média. Ledo engano, meu caro! Ao final de seus 126 minutos de duração estava aplaudindo sozinho no sofá de minha casa. Incrivelmente o mestre conseguiu superar seu trabalho anterior não só em técnica de animação, mas principalmente em um roteiro empolgante muito bem amarrado. Em comum com o filme de 88 notei algo que me levou ao que li nos mangás. As duas últimas páginas sempre eram com longos textos de Otomo dissertando sobre sua arte e, certa vez, contou que o grande motivo que o fez tornar-se desenhista foi que, quando pegava o trem até sua escola, ficava observando os veios e ferrugens no vagão e tentava reproduzir depois com lápis e papel. Ninguém faz texturas como ele. Mesmo se a história tivesse afundado em um assunto tão distante de nós, ainda assim o espetáculo visual arrebatador já teria valido cada centavo gasto no disquinho. Mas como já disse antes, a história é forte, e política no ponto certo. Apoiada em uma base familiar, vemos o começo da era científica, em um mundo onde poucos são confiáveis e muitos, gananciosos. A mensagem antibélica encontra contraponto exato na socialista. Espantosa, em meio a tudo aquilo, a transformação que a tempestuosa Scarlett (filha, veja só, do dono das empresas H'Ohara!!!) sofre. É óbvio desde sua primeira cena que acabará legal e ao lado do inventivo Ray, mas a sutileza do caminho a ser percorrido raramente foi vista no cinema antes. Enfim, uma ousadia em forma de película que deu mais do que certo, uma evolução cinematográfica narrativa e técnica. "Do risco é que vem o progresso" é um dos primeiros diálogos . Alguma dúvida?

Steamboy - Steamboy

- Japão, 2005 De Katsuhiro Otomo 126' Drama/Aventura

DVD - Poucos mas bons extras, destacando entrevista (curtíssima) com o diretor, conversa em três telas com animadores e seqüências com os vários estágios de produção de algumas cenas.



Cotação: