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11 de outubro de 2008

King Kong Vs Godzilla

Foi o evento do ano sem dúvida! O confronto dos monstros gigantes mais famosos de todos os tempos e ainda por cima ambos pela primeira vez em cores. Como King Kong era bem mais popular no Japão do que o conterrâneo Godzilla, os personagens evidenciam uma torcida por ele, mas a gente acha os dois uma graça e torce para que nenhum saia muito ferido. Por incrível que pareça, a idéia deste crossover surgiu de um produtor americano que tendo seu projeto “King Kong Vs Frankenstein” recusado pelos estúdios de Hollywood foi bater na porta dos japoneses da Toho. Embora os créditos iniciais indiquem que o macaco está sob autorização da RKO, há substanciais mudanças com o que conhecemos no clássico de 31. A começar, lógico, pela troca do bonequinho em stop motion por um homem numa fantasia ridícula. A técnica é usada apenas nos closes, sendo que a figura original aparece nas fotos do departamento de divulgação enfrentando Godzilla em tosca montagem. Ele também não vivia mais na Ilha da Caveira, mas numa outra onde japoneses da raça negra dançam coreografias fáceis. É levado à civilização graças a um ambicioso e atrapalhado empresário do ramo farmacológico e pra não ficar tão em desvantagem com o lagartão que cospe fogo, King Kong fica super forte ao entrar em contato com a rede elétrica, ou levar raios na cabeça... Com carinhos de brinquedo, navios, etc. fingindo ser de verdade, e as sempre engraçadas cenas de multidões em pânico garantem a diversão. Lamentável que estes filmes só chegam até o ocidente com dublagem em inglês e a adição de atores americanos, mas em meio ao samba do criolo doido do roteiro, o que há pra reclamar? Talvez do broxante final do embate...

King Kong Vs Godzilla – Kingu Kongu tai Gojira

- Japão/EUA 1962 De Ishirô Honda Com Tadao Takashima, Kenji Sahara, Yu Fujiki, Ichirô Arishima, Jun Tazaki, Akihiko Hirata, Mie Hama, Akiko Wakabayashi, Akemi Negishi, Senshô Matsumoto, Senkichi Omura 91’ Ação


Cotação:

19 de junho de 2008

Sob o Domínio do Mal (1962)

As palavras “filme” e “político” lado a lado dão invariavelmente aquela preguiça. A duração de mais de duas horas é outro motivo a se torcer o nariz, mesmo numa produção elogiadíssima e polêmica. Com boa vontade se descobrirá que realmente é bastante político, mas os personagens não discutem nada que já não estejamos carecas de saber em outros filmes do mesmo período. Ou seja, toda a turbulência do período da guerra fria. Se tudo parecer confuso há um lado trash (no bom sentido) realmente empolgante e até engraçado. Soldados são submetidos durante a guerra da Coréia (o Vietnã da época) a lavagem cerebral, o que acarretará muitos anos depois em estranhos sonhos que apontam respeitável sargento como assassino em potencial. Paralelamente, esse mesmo militar sob hipnotismo comete mata pessoas do governo depois do comando de chefe misterioso. Frank Sinatra tentará entender seus sonhos e assim desvendar a trama macabra. Filmado de forma inovadora até para os dias de hoje, tem o roteiro dividido em atos, com subtramas que vão se desenrolando sucessivamente até o final (desculpe o clichê) de tirar o fôlego! Com fama de premonitório e maldito, porque como bem se sabe, alguns de seus acontecimentos seriam revistos na vida real logo depois com os irmãos Kennedy, sua projeção foi proibida pelo também produtor Sinatra até 1989. Ainda levou a carreira do diretor Frankenheimer a uma espécie de limbo, porque por coincidência era o motorista de Bob Kennedy no fatídico dia de seu assassinato, e teria insistido para que se corresse chegariam a tempo do evento, contrariando a vontade do senador. Se no começo parece não convencer toda aquela paranóia anticomunista, militares caricatos, métodos discutíveis de ação, chega-se ao final totalmente apaixonado. Com menos expectativas e já sabendo do que se trata talvez ganhe contornos melhores, bem humorados se assistido uma segunda vez. Angela Lansbury faz talvez a pior mãe já vista no cinema. Simplesmente diabólica!

Sob o Domínio do Mal – The Manchurian Candidate

- EUA 1962 De John Frankenheimer Com Frank Sinatra, Laurence Harvey, Angela Lansbury, Janet Leigh, Henry Silva, James Gregory 127’ Suspense


DVD - Edição miserável, muito provavelmente porque a Playarte é uma empresa independente tradicional no mercado. Lança DVDs como se fossem VHS, apenas com o filme. Está em ótima imagem, com proporções preservadas.

Cotação:

9 de fevereiro de 2008

O Cérebro Que Não Queria Morrer

O suplicio dos filmes B é que para cada idéia estúpida e divertida há que se agüentar muito texto maçante. Para cada lagosta vinda do espaço sideral há páginas e páginas de diálogos suprindo o que os recursos financeiros não possibilitaram fazer. Poucos minutos tornam-se longas horas! Não é de forma alguma o caso deste abacaxi cinematográfico que deveria vir estampado na capinha “Gargalhadas involuntárias garantidas ou seu dinheiro de volta!”. O absurdo começa pelo título já que a beldade, que terá sua cabeça mantida numa bandeja pelo noivo médico, não faz outra coisa a não ser pedir pra morrer... Quando acontece o acidente logo no inicio, o carinha (brincando de ser Deus, já que só um louco pensaria em transplantes de órgãos!!!) entra (em partes já que não se vê carro nenhum acidentado) em meio às chamas e pega a cabeça entre as chamas, sem serrote, sem força, nem nada. Simplesmente enrola no casaco e sai correndo. Os créditos também são divertidos com aquele monte de desconhecidos com sobrenomes parecidos aos de astros hollywoodianos. Ou além disso, como no caso de Bonnie Sharie, a loira stripper que dá porrada (!!!) numa morena que se mete a besta com o macho dela, com aparência de Marilyn Monroe! A propósito, a busca pelo corpo ideal para transplantar a cabeça faz com que o vilão vá atrás de muita mulher bonita em trajes sumários. Mal sabe, que enquanto isso sua amada, insatisfeita por viver numa espécie de tabuleiro de bolo, cria poderes telepáticos chegando a se comunicar com um monstro que está preso no armário. Lixo clássico da melhor espécie! O filme, e a criatura em si...

O Cérebro Que Não Queria Morrer – The Brain That Wouldn't Die
- EUA 1962 De Joseph Green Com Jason Evers, Virginia Leith, Adele Lamont, Bonnie Sharie, Paula Maurice, Marilyn Hanold 82’ Ficção Científica


DVD - Belezinha lançado por uma tal Fantasy Music na coleção Sessão da Meia Noite. No mesmo disco vem A Besta da Caverna Assombrada. Ele é facilmente encontrado para baixar em sites de filmes de domínio público, mas o disco custa tão pouco, e vem com legendas, menu animado (com som de teremim!!!), trailers (dos filmes e da Pequena Loja de Horrores de Roger Corman), que simplesmente o download não compensa!

Cotação:

5 de dezembro de 2007

Bonequinha de Luxo

Este verdadeiro mimo em forma de película parece querer nos dizer o tempo todo que por mais que se fuja do mundo, absolutamente somos incapazes de escapar de nós mesmos. Nunca a mais antiga das profissões foi retratada de forma tão doce e agradável. Pauline Kael disse que quem leu o romance de Truman Capote, ao qual o roteiro se baseia, fica consternado ao ver tudo tão amaciado. Eu não li, mas provavelmente a graça esteja exatamente neste tom cor pastel típico de Black Edwards. A vida da graciosa Holly Golightly (interpretada pela graciosa Audrey Hepburn), que recebe de cavalheiros 50 dólares a cada ida ao banheiro, é só um reflexo de sua alma á deriva dos acontecimentos mundanos. Inédito em VHS, esta edição em DVD no Brasil (país citado em vários momentos) tem o mérito de regatar seu formato original widescreen, e podermos finalmente ouvir as vozes originais dos atores. Toda uma geração só o conhecia pelas reprises nas madrugadas da Globo. Cult imortal faz com que seus extras (leia abaixo) se tornem preciosidades. Por exemplo, diretor e produtor confirmam a história que por muitos anos era só lenda: Marilyn Monroe teria ganhado o personagem de presente do amigo Capote. O que nos faz ficar imaginando que outro (absolutamente outro!) filmes fantástico teria sido. Também curioso o depoimento de Edwards, por mais que o filme pareça cria total dele (inclusive na hilária caricatura racial de Mickey Rooney), destaca com certo orgulho apenas a cena da festa como sua. Some a tudo a trilha camp esplêndida de Henry Mancini (ganhadora do Oscar), figurinos absurdos de Givanchi e um gato fofo que não deve ter nome. Pronto! Um filme para ser visto e revisto para o resto de nossas vidas, genial em sua simplicidade. Surpreendente e feliz como abrir uma caixa de biscoitos e ganhar um anelzinho...

Bonequinha de Luxo – Breakfast At Tiffany’s - EUA 1962 De Blake Edwards Com Audrey Hepburn, George Peppard, Patricia Neal, Mickey Rooney 114’ Romance

DVD - Olha que bizarro! A mesma distribuidora o lançou duas vezes com diferença de pouco tempo. Este é a chamada “Edição de Aniversário” e pelo que percebi, de diferente é só a capinha rosa. Os extras (todos legendados!) possuem entrevista com produtor e diretor, e sobreviventes da festa (!!!) além de Patrícia Neal, a única do cast principal viva. Um documentário curto sobre a joalheria Tiffany’s e outro sobre o que Hepburn representa ao mundo da moda. Ah sim, tem a dublagem original 60’s, pro caso de você, que estava acostumado a ver pela TV, sentir falta, se bem que com imagem tão cristalina, este áudio com chiados tipo vinil não combina em nada.

Cotação: