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14 de maio de 2008

O Diabo Feito Mulher

Marlene Dietrich é a vagabunda lendária que por um golpe de “sorte” ganha uma bolada e some no meio do deserto. Lá comanda uma espécie de fazenda que acoberta criminosos. Tem ainda a incrível habilidade de cantar com o cigarro da boca dando boas baforadas sem encostar nele. Está saborosamente fatal, principalmente quando deixa seu véu de mulher pérfida cair diante da paixão pelo mocinho. Paixão não correspondida, aliás, já que logo nas primeiras seqüências ele tem sua noivinha morta e desflorada. Parte até tal rancho para vingar o crime, aproximando-se da durona Dietrich apenas para descobrir quem é o assassino. Um dos pistoleiros é vivido por George Reeves, ator que interpretou Superman no seriado da TV. Nos anos 50 Hollywood já tinha deixado os nativos relativamente em paz no bang bang, aparecendo apenas um pele vermelha enfeitando o cenário da delegacia. O que também pode demonstrar certo descompasso na direção do alemão Fritz Lang (de Metrópolis) em explorar um gênero tão americano. O velho oeste é só um cenário propicio a uma trama com homens malvados fazendo justiça com as próprias mãos. No meio desta gente perversa chega a ser engraçado eles convivendo no mesmo espaço (a tal fazenda) cheios de regras e cordialidade por boa parte da fita.

O Diabo Feito Mulher – Rancho Notorious

- EUA 1952 De Fritz Lang com Marlene Dietrich, Arthur Kennedy, Mel Ferrer, Gloria Henry, William Frawley, George Reeves 85’ Faroeste


DVD - Outra vídeo cacetada em forma de DVD, a começar pela capa. A Caribe Home Video (?) deu destaque ao galã Mel Ferrer, que no filme aparece em papel pequeno, ao invés da diva Marlene Dietrich. Na contracapa incontáveis erros de digitação, inclusive repetindo nomes do elenco. Falando em digitação, assim como fizeram em A Louca Corrida do Ouro, nas legendas a letra “L” aparece como “I”, o que irrita. Mas bem pior é a qualidade da imagem, sem nitidez alguma, nem contrastes... Está pior que VHS, e o áudio em inglês consegue perder em qualidade à dublagem antiga em português. A versão na nossa língua merece ser ouvida em alguns momentos para se relembrar quando películas clássicas eram exibidas na Sessão da Tarde da TV Globo. Em som semelhante ao do vinil, a mesma dubladora da Mulher Maravilha no desenho Super Amigos faz a voz da estrela germânica.

Cotação:

18 de fevereiro de 2008

De Volta Para O Futuro Parte III

É o patinho feio da trilogia, não porque seja muito inferior aos anteriores, mas porque com a ação se passando no Velho Oeste se cai na real do quão norte americanas e distantes são as aventuras do jovem McFly. Se nos já globalizados 80 éramos todos, de certa forma, muito parecidos, um bang bang (gênero fora de moda reabilitado na época por êxitos como Dança com Lobos e Os Imperdoáveis) expõe o distanciamento cultural. É como se aquilo tudo não nos disse-se nada. Ou sei lá, poderia se passar em marte! Diminui a magia imaginativa de podermos estar lá também! O cientista louco de Christopher Lloyd, mesmo careteiro e insuportável, agora conduz a ação e até chega a ganhar uma esposa. Assim tira-se qualquer suspeita da amizade daquele velhote com o garoto. É bacana em um momento crucial a solução vir de uma cena clássica de faroeste assistida por Fox na Parte II, quando ele foi aos 1985 alternativos. Era só um detalhe besta no outro filme, mas coube inteligentemente aqui! As cenas de correria a cavalo são puro Indiana Jones, não deixando suspeitas de quem está por traz de ambos os filmes. E películas com finais duplos sempre decepcionam, né? É difícil de engolir um trem voador como máquina do tempo, embora os produtores ainda quisessem lucrar posteriormente com uma série em desenho animado.

De Volta Para O Futuro Parte III – Back To The Future Part III

- EUA 1990 De Robert Zemeckis Com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Mary Steenburgen, Lea Thompson, Thomas F. Willson, Elisabeth Shue 118’ Ficção Científica


DVD - Toda a trilogia foi comercializada em Box ou DVDs simples separados. Recentemente foi relançada em um Box diferente, daqueles em que todos os discos são acomodados em estojo de espessura igual a um comum. É estranho e desconfortável manuseá-los, mesmo com a vantagem de ocupar menos espaço na estante. Cada filme vem com os (muitos) extras iguais, mas específicos para cada um, sendo que os dois primeiros contêm making off da época e um atual. De resto, destaque para erros de gravação e algumas cenas deletadas. No menu principal chama atenção a imagem em movimento do notório relógio da prefeitura (sim, aquele danificado por um raio em 1955). Dependendo do filme aparece, assim como o designer do menu, nos respectivos anos 1985, 2015, 1885.

Cotação:

9 de fevereiro de 2008

A Louca Corrida do Ouro

Divine é a mocinha com sotaque castelhano neste destrambelhado faroeste repleto de anti-heróis. Com humor quase sempre vindo da escatologia, é uma rara participação do ator em outro filme que não seja de seu amigo John Walters. Aqui, sob a batuta de Paul Batel (colega de Roger Cormam) voltava, depois de Polyester, a fazer par romântico com Tab Hunter. Produzido na época de extremo sucesso de produções grosseiras (do tipo Porky’s), deixa qualquer um literalmente comendo poeira no quesito falta de sutileza, mas ganha pontos por seu roteiro bem amarrado repleto de referências cinematográficas, principalmente aos clichês do western espaguete. Fabuloso como Divine grotescamente entretém e cativa com sua Rosie Velez, desprovida de qualquer caráter. E Tab Hunter, antigo galã adolescente 50’s, envolvido em alguns escândalos sexuais com outros garotos já naquela época, mantém a postura de astro já com idade avançada. Um clássico do mau gosto com elenco predominante “queer”, algumas vezes reprisada na TV, mas provavelmente sem um terço do filme, já que há alguma nudez que não lembro ter visto na Sessão da Tarde.

A Louca Corrida do Ouro – Lust in The Dust
- EUA 1985 De Paul Batel Com Divine, Tab Hunter, Lainie Kazan, Cesar Romero, Henry Silva 83’ Comédia


DVD - Nossa! Uma verdadeira videocassetada! A capinha (que eu juraria ser Xerox colorido) tem a arte mais amadora que já vi. A lombada nem cabe no lugar certo pra você ter idéia. Pelo menos mantiveram a imagem em widscreen, e tem uma faixa de áudio com uma dublagem tipo fundo de quintal. Ah, a legenda do filme foi feita por alguém que estava com defeito no teclado já que a letra “l” é substituída todo o tempo pelo “i” maiúsculo!!!!!! Há as biografias (bem resumidas) de Hunter e Cesar Romero (o Coringa da série de TV Batman) com o nome grafado com Z!

Cotação:

13 de dezembro de 2007

Era Uma Vez No Oeste

Duas personagens femininas vão parir um novo mundo: A estrada de ferro e a prostituta Jill (Claudia Cardinale). Enquanto que a primeira põe à própria sorte os mais variados tipos tão desajustados quanto corajosos, a segunda os trata como uma madrinha, quem sabe uma fada madrinha de um reino muito distante... Embalado pela espetacular trilha de Ennio Morricone (servindo a maioria das vezes como único diálogo), acompanha-se uma contenda (que só se revelará no final) enquanto os novos rumos são traçados pela água e terra. Os dois elementos são constantes, sendo a terra o caminho desbravado pela locomotiva até alcançar o mar. A água, também mostrado em muitos momentos relacionado ao papel da Claudia Cardinale, não poderia ser arquétipo melhor à esperança. Belíssimo (e reverente) último suspiro dos clássicos faroestes, regido pelo mestre Sergio Leone por (feliz) imposição da Paramount. Em cada frame nada é gratuito neste trabalho artesanal que desnuda o a imaginação sabe sobre os bravos que peitaram o desafio de colonizar a América. Do argumento engenhoso assinado por Dario Argento (!!!), Bernardo Bertolucci e o próprio Leone à competente edição com um ritmo lento e árido como o deserto, um dos melhores espetáculos que já tive a honra de poder assistir. Absurdamente arrebatador, mesmo com quase três horas de duração, ao final é inevitável a vontade de aplaudir e logo depois rever tudinho!!! A raiva que dá, quando se depara com uma obra prima deste porte, é porque não assisti antes? Por estúpido preconceito com bang-bangs... Fabuloso!

Era Uma Vez No Oeste – Once Upon A Time in The West
- EUA/Itália 1968 De Sergio Leone Com Henry Fonda, Charles Bronson, Claudia Cardinale, Jason Robards 165’ Faroeste


DVD - Há duas versões, a dupla (tido como um dos melhores lançamentos em DVD) e esta pobrinha, em apenas um disco. O único extra é uma faixa de comentários de pesquisadores, técnicos e gente como John Carpenters e Claudia Cardinale, que lamentavelmente foram gravados separadamente. Cada hora ouve-se um deles. Mesmo assim, o filme está com uma imagem pra lá de cristalina em Widescreen Anamórfico. Vêem-se cada poro da pele dos atores, quase os grãos da areia... O áudio em 5.1 deixa os silêncios (amplificados por ruídos naturais) da abertura muito mais angustiantes.

Update: Só depois descobri um easter egg logo no menu principal.


Cotação: