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17 de outubro de 2008

Diabolik

Nada parece ser mais pop que cinema italiano comercial. Adaptação de personagem de quadrinhos local muito popular, cada frame de Diabolik é um deleite kitsch assinado por Mario Bava, produzido pelo não menos lendário Dino De Laurentiis e trilha sonora (menos swingada do que se espera) de Ennio Morricone. Não uma trama em si, mas um infinito gato e rato do anti-herói (John Phillip Law) com a polícia e a máfia. Com alguns personagens sumindo da ação depois de um tempo, além de seguir divertidamente lógica física inverossímil, dá pra perceber que o roteiro (também de Bava) é uma grande colcha patchwork reaproveitando situações dos quadrinhos. Também engraçado o personagem seguir um estilo James Bond, cheio de apetrechos tecnológicos, mas é um ladrão que não pensa duas vezes em matar quem se colocar à sua frente, mesmo se for apenas um pau mandado do chefão. Seus planos mirabolantes não são para roubar dos ricos e dar aos pobres, mas pra puro e simplesmente enriquecer e dar tudo o que sua amada Eva (Marisa Mell belíssima) quer. O mais próximo do heróico que seus atos fazem é desestabilizar o sistema vigente. Explode vários prédios públicos obrigando o ministro ir à TV pedir aos cidadãos que por amor à pátria declarem novamente seu imposto de renda, já que todos os registros foram perdidos. “Só pode ser piada!” declara um nobre tiozinho enquanto toma sua biritinha num boteco. É esse espírito que o põe muito acima de 9 entre dez versões cinematográficas do gênero, cada vez mais enquadradas na burrice da média intelectual das platéias. O ator Law, falecido em 2008, apareceria como o anjo de Barbarella, outro filme de heróis do mesmo ano.

Diabolik - Danger: Diabolik

- Itália/França 1968 De Mario Bava Com John Phillip Law, Marisa Mell, Michel Piccoli, Adolfo Celi, Claudio Gora, Mario Donen, Renzo Palmer 105’ Aventura


Cotação:

13 de dezembro de 2006

A Máscara de Satã

Ainda dá pra dar boas gargalhadas com uma comédia doida produzida na década de 20 ou 30, segurar a respiração em um suspense datado de 1950 ou derramar lágrimas num dramalhão estrelado por Lana Turner. Mas há dois gêneros que naturalmente criam ferrugem com o passar do tempo: Terror e Pornográfico. Não que películas assim deixem de prestar com os anos, mas mudam seu foco narrativo para as novas platéias. E são justamente os gêneros que mais exigem a identificação do espectador com os personagens. Um dos mais aclamados filmes de terror da década de 60, A Máscara de Satã causou muitos gritos e arrepios naquele período, mas hoje se torna “apenas” um espetáculo saboroso, com sua trama inspirada em Nicolai Gogol em impecável fotografia P&B fazendo a alegria de amantes do verdadeiro cinema. E isso pouco! A estréia (oficial) na direção do italiano Mario Bava foi no Brasil por muitos anos quase uma lenda, inédito em VHS e nunca exibido na TV, pelo menos nos últimos 20 anos. Uma bruxa ao ser assassinada pela inquisição com a jura se vingar da família do líder por toda a eternidade. Assim que consegue se livrar de seu óbito (exatos 200 anos depois) não se faz de rogada. Atente para o brilhante desempenho de Barbara Steele em papel duplo (a bruxa e a princesa Kátia) que a transformaria (junto com a sueca Ingrid Pitt) na principal diva do terror, adorada por fãs da cultura S&M, e góticos em geral. Muito além em qualidade técnica dos trabalhos produzidos na inglesa Hammer, A Máscara de Satã ainda por cima mantém seus efeitos visuais impressionantes.

A Máscara de Satã (Black Sunday/The Mask of Satan/Revenge of the Vampire)
- Itália 1960 De Mario Bava Com Barbara Steele, John Richardson, Ivo Garrani 87’ Terror


DVD - Esta gema rara em terras tapuias está com áudio e imagem tinindo de novos. Nos extras, galeria de fotos com algumas imagens não pertencentes ao filme e biografias de Mario Bava e Barbara Steele. Normalmente texto como extra é um miserê, mas não neste caso devido a pouca informação que temos sobre tais mitos cinematográficos. Ah sim, e o trailer original, uma raridade, arrastado e sensacionalista como eram na época.

Cotação: