6 de abril de 2008

Drácula – O Demônio das Trevas

Se não fosse a costumeira confusão entre Mina e Lucy, este seria um Drácula tão fiel ao romance de Bram Stoker quanto o de Francis Ford Coppola. Dizem, aliás, que é o primeiro a usar o lance do amor de outras vidas, não presente no livro, assim como a forte associação com o príncipe histórico Vlad Tepes. Ambas as inovações aparecem na produção de 92 e são os principais motivos de críticas negativas a ele. É estranho que mesmo tão fiel comeu algumas frases clássicas, do tipo “crianças da noite! Que doce música elas fazem.”. Por ser uma produção para a TV inglesa, que posteriormente foi exibida nos cinemas (inclusive no Brasil), peca pela fotografia escachada, quase luz de padaria. Isso, junto à direção de arte pobre, deixa o castelo do conde parecendo casa de tia velha, toda limpinha, iluminada, cheia de bibelôs... O que definitivamente compromete o clima de horror. Outro exemplo de falta de recursos financeiros são alguns cachorros da raça pastor alemão (!!!) tentando se passar por lobos. Aparecem alegres, balançando o rabinho, e os atores apavorados! Descontando a cara de índio cherokee do Jack Palance vê-se que está bem no papel, já que sua canastrice combina com um personagem tão poderoso quanto prepotente, e ainda caprichou no sotaque romeno. Tanto ele quanto todo o filme ficam a milhas do glamour sombrio dado por Christopher Lee e a Hammer, mas longe (desculpe o trocadilho!) do diabo trash que pintavam os antigos guias de VHS.

Drácula – O Demônio das Trevas – Dracula

- Inglaterra 1973 De Dan Curtis Com Jack Palance, Simon Ward, Nigel Davenport, Pamela Brown, Fiona Lewis, Murray Brown 100’ Horror


DVD - Não há nada além do filme, mas está com relativa boa qualidade de copiagem. O fullscreen se explica por ter sido originalmente produzido para a TV, ou seja, nãos e perde nada da imagem. Há uma hilária dublagem em espanhol, além do áudio original em inglês.

Cotação:

4 comentários:

  1. Adorei o castelo do conde ( sem luxo só ruinas)e aquele ajudante comedor de ratos do Drácula é o mais assustador do filme. A cena do navio que ele começa a dar aquela risada esquisofrênica para os marinheiros, é memorável.
    Comprei esse filme em uma banca de jornais e vinha junto com "Bruxa a Face do Demônio" por uma bagatela. Esse mês encontrei Nosferato de 1979(refilmagem alemã), fiquei maravilhada.

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  2. Mariazinha, que inveja! Faz tempo isso? Nunca achei o Nosferato de 79 em DVD.

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  3. Não faz nem um mês. Comprei em uma banca de jornal na rua das Laranjeiras no centro do Rio. Foi lá que encontrei Phenomena, O Circo dos Vampiros, A orgia noturna dos vampiros e outras maravilhas deslumbrantes.
    Acho difícil que ele tenha outro, mas se tiver eu compro e depois a gente conversa. Fica na torcida...

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  4. Quanto á fisionomia "cherokee" de Palance, talvez se devesse, em parte, á recontrução facial que teve após um acidente de avião. Também achei estranho Palance como nobre romeno. Porém, tive uma surpresa ao constatar que na vida real Chamava-se Vladimir(!)Palahniuk, e era filho de ucranianos. Era um eslavo de origem, portanto. Um bom começo para interpretar o conde.

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