13 de dezembro de 2007

Era Uma Vez No Oeste

Duas personagens femininas vão parir um novo mundo: A estrada de ferro e a prostituta Jill (Claudia Cardinale). Enquanto que a primeira põe à própria sorte os mais variados tipos tão desajustados quanto corajosos, a segunda os trata como uma madrinha, quem sabe uma fada madrinha de um reino muito distante... Embalado pela espetacular trilha de Ennio Morricone (servindo a maioria das vezes como único diálogo), acompanha-se uma contenda (que só se revelará no final) enquanto os novos rumos são traçados pela água e terra. Os dois elementos são constantes, sendo a terra o caminho desbravado pela locomotiva até alcançar o mar. A água, também mostrado em muitos momentos relacionado ao papel da Claudia Cardinale, não poderia ser arquétipo melhor à esperança. Belíssimo (e reverente) último suspiro dos clássicos faroestes, regido pelo mestre Sergio Leone por (feliz) imposição da Paramount. Em cada frame nada é gratuito neste trabalho artesanal que desnuda o a imaginação sabe sobre os bravos que peitaram o desafio de colonizar a América. Do argumento engenhoso assinado por Dario Argento (!!!), Bernardo Bertolucci e o próprio Leone à competente edição com um ritmo lento e árido como o deserto, um dos melhores espetáculos que já tive a honra de poder assistir. Absurdamente arrebatador, mesmo com quase três horas de duração, ao final é inevitável a vontade de aplaudir e logo depois rever tudinho!!! A raiva que dá, quando se depara com uma obra prima deste porte, é porque não assisti antes? Por estúpido preconceito com bang-bangs... Fabuloso!

Era Uma Vez No Oeste – Once Upon A Time in The West
- EUA/Itália 1968 De Sergio Leone Com Henry Fonda, Charles Bronson, Claudia Cardinale, Jason Robards 165’ Faroeste


DVD - Há duas versões, a dupla (tido como um dos melhores lançamentos em DVD) e esta pobrinha, em apenas um disco. O único extra é uma faixa de comentários de pesquisadores, técnicos e gente como John Carpenters e Claudia Cardinale, que lamentavelmente foram gravados separadamente. Cada hora ouve-se um deles. Mesmo assim, o filme está com uma imagem pra lá de cristalina em Widescreen Anamórfico. Vêem-se cada poro da pele dos atores, quase os grãos da areia... O áudio em 5.1 deixa os silêncios (amplificados por ruídos naturais) da abertura muito mais angustiantes.

Update: Só depois descobri um easter egg logo no menu principal.


Cotação:

3 comentários:

  1. Tenho este título na minha coleção e garanto que ele é um dos melhores westen já produzidos. O diretor Sérgio leone nos oferece um verdadeiro espetáculo cinematográfico. Com cenas grandiloquentes e poéticas, nos remete a uma premissa básica como qualquer westen que se preze "vingança", mas leone conta a história de forma tão esplêndida e marcante que perguntamo-nos um bom diretor faz a diferença. Com narrativa lenta e árida como o deserto o filme se revela na sua inteireza com um Henry Fonda (brilhante) mais cruel do que nunca, uma Cláudia Cardinale (linda e atuando divinamente bem) um Charles Bronson (sempre calado, mas eficiente) uma trilha sonora assinada por Ênio Morricone (fabulosa) e um argumento maravilhoso de Argento, Betolucci e do próprio Leone e um silêncio por vezes assustador do velho oeste e dos bravos e silenciosos lutadores.Uma obra prima espetacular que recomendo para quem curte e não curte faroeste.

    ResponderExcluir
  2. Ricardo, mas você tem o duplo? Só achei a edição dupla uma única vez na vida e custava uma fortuna!

    ResponderExcluir
  3. Infelizmente não Miguel, a edição que tenho é a simples com comentários de John Carpenter, John Milius e Alex Cox. Dos pesquisadores Christopher Frayling e do Dr. Sheldon Hall e do elenco e equipe de produção. Esta edição é apenas um disco.

    ResponderExcluir