17 de dezembro de 2008

Ensaio de Um Crime

Archibaldo é um menino tão rico quanto estranho. Prefere ficar dentro do armário vestido com as roupas da mãe do que usufruir de todos os brinquedos que o dinheiro dos pais pode lhe comprar. Numa bela noite, sua educadora, bisbilhotando a revolução mexicana na janela, leva um balaço, cai morta de pernas pro alto (literalmente!), e o guri passa a acreditar que tem poderes mágicos graças á caixinha de música que ouvia. Quando vira adulto, Archie (para os íntimos) passa a associar a musiquinha que ouvia naquela hora com o trágico primeiro momento sexualmente excitante de sua vida. Dali a querer ver de novo uma mulher de pernas de fora sangrando é um pulo! Narrado em imenso flashback pelo protagonista a um delegado, tem um senso de humor mórbido e folhetinesco, com muitas reviravoltas a cada dez minutos. Interpretado de forma exagerada como se fosse uma telenovela (ehr...) mexicana, Buñuel discorre sobre a psique humana e sua persistência em buscar os prazeres sentidos na infância com sabor de melodrama assinado por Glória Magadan. Tanto o ricaço protagonista, que se diz entre santo e criminoso, quanto as vítimas em potencial, que não foram crianças tão felizes quanto ele, todos procuram algo que jamais lhes pertenceu.

Ensaio de Um Crime - Ensayo de un crimen

- México 1955 De Luis Buñuel Com Ernesto Alonso, Miroslava Stern, Rita Macedo, Ariadna Welter, Eva Calvo, Enrique Díaz 'Indiano', Enrique García Álvarez 89’Comédia/Suspense


Cotação:

Um comentário:

  1. Gosto de Bunuel, vi esse por causa de Carne Trêmula do Almodovar, sou daqueles que um filme me leva a outro. Como o La dolce me trouxe ao Cinemorama. Adorei!

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