24 de janeiro de 2008

O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei

Me pareceu aqueles filmes de sacanagem antigos, que tinham a ingenuidade de tentar criar uma historinha. Entre uma cena e outra bacana se era obrigado a agüentar muito blábláblá. E bota blábláblá nisso... Dezenas de personagens, muitos deles sem dizerem ao que vieram só pra fazerem volume nas grandes cenas de batalha... Espetacularmente bem produzido, me causou incomodo o velho Peter Jackson, dono de títulos hardcore como Fome Animal, fazer algo com tantas sequencias de luta sem um pingo de sangue. Sentimentalismos baratos a granel, com aqueles garotos hobbits, de barba feita aparente, agindo como garotinhas da pré-escola. Pra piorar, a cada plano aberto aparentam um tamanho diferente. E precisa-se comentar que de costas eles possuem cabelo de cor e corte diferente? Aquele que faz o drogado em Lost tem um dos erros de continuidade mais gritantes. Suas sobrancelhas hora estão descoloridas, hora pretas!!! Parece besteira, mas tanto cuidado técnico e uns deslizes ridículos. Da história em si, esta terceira parte pelo menos é “menos pior” que a anterior, chatíssima! Três horas e tralalá pra não dar em nada... De repente surgiam homens de orelhas pontudas discutindo e logo em seguida saíam correndo. Alguns minutos depois, outros proferiam sei lá o quê e lá iam correr de novo com espadas em punho. Sucessivamente. E os tais hobbits 180 minutos sentados numa árvore comicamente fake? Aliás, há duas (!?!) dúvidas pungentes, talvez pelo suplício ter me causado certa sonolência, aonde ficou o personagem de Christopher Lee, que me parecia tão importante e simplesmente não dá as caras em O Retorno do Rei? E qual a função do insosso Orlando Bloom naquilo tudo? Um verdadeiro elogio ao marketing e a imaturidade intelectual das platéias, com o manjado recurso de roteiro (visto inúmeras vezes nas três partes) dos personagens que morrem, mas depois de um tempo estão vivos. Na boa, sendo otimista, se pegassem todo aquele material e reeditassem as nove horas e tralalá (!!!) em 1h30 teríamos um grande filme... Tá valendo a máxima de Billy Wilder explicando qual a única regra para se fazer um filme: Não aborrecer!

***


Vale uma nota! Como alguém que achou tão estúpido uma trilogia de metragem gigantesca suportou assisti-la até o final? Porque sou deveras teimoso, o tempo está sobrando e achava que até a terceira parte todo o hype poderia se justificar. Também estou consciente que quando assistidos em tela grande filmes épicos possuem sabor diferente. Também é bom ver tamanho sucesso de bilheteria com distanciamento do oba-oba causado por milhões em marketing! O rei está nu!


O Senhor do Anéis – O Retorno do Rei – The Lord of the Rings – The Return of the King
- EUA 2003 De Peter Jackson Com Elijah Wood, Ian McKellen, Viggo Mortensen, Liv Tyler 200’ Aventura


DVD - Os que assisti (emprestados) fazem parte de uma caixa rococó, cada qual duplo em widescreen, mas de extras banais pra caramba. Nossa, e de pensar que por um triz (com boa fé no gosto das massas) gastei meu rico dinheirinho nisso... Eles incluem propagandas de um jogo com gráficos toscos (personagens que parecem usar uma peruca de papelão!!!) da Eletronic Arts como se fosse extra! Dá pra rir em algumas entrevistas do elenco falando com seriedade sobre a obviedade de alguma mensagem “escondida” no roteiro. Sei... Só eles perceberam o paralelo com cobiça, união dos povos etc... O cúmulo do terceiro disco é um documentário malandro da National Geographic forçando a barra em comparações com personalidades da história mundial. Ok, chifre em cabeça de cavalo é unicórnio. Fui burro em não perceber a referência...

Cotação:

2 comentários:

  1. Até que enfim não sou o único a achar esse filme espetacular...

    Edilson

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  2. Já que a pessoa do primeiro comentário achou tão ruim assim o FILME SENHOR DOS ANÉIS O RETORNO DO REI. Me explique porque ele é vendedor de 11 Oscar?

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