28 de novembro de 2008

Piaf – Um Hino Ao Amor

140 minutos? Glup! O mito retratado é forte o bastante para nos dar coragem. Com mais acertos do que defeitos, é bem feitinho, filmado como se fosse uma produção norte-americana, claramente pensando nas platéias mundiais acostumadas ao arroz e feijão made in Hollywood. O roteiro abrange a vida toda da cantora, e como não há metragem suficiente para isso, a edição caprichou nos fragmentos. Graças a ela, a maioria das cenas emocionantes acaba perdendo o impacto, além de gerar certa confusão sobre a saraivada de personagens novos que aparecem a todo instante. Como se fica indo e vindo no tempo, isso ainda acaba sendo um Deus nos acuda para quem não é especialista em Piaf. A propósito, a história dá mais atenção à mulher comum que há cantora, o que não deve ser ruim aos franceses que devem conhecer sua carreira de cor e salteado, mas pra gente... Não há uma só cena sobre sua carreira cinematográfica, ou o impacto em sua vida que deve ter causado a gravação do primeiro disco. Marion Cotillard como protagonista foi laureada com o Oscar o que parece ser justo ao vermos Piaf envelhecendo de forma tão precoce, na tenra idade está muito caricata, quase a ponto de irritar. Uma coisa com que foi injustamente atacado é não se referir às famosas tendências lésbicas do “pequeno pardal”, o que é uma tremenda bobagem já que está sim tudo na tela. Fora a conhecida amizade com Marlene Dietrich (que no filme se resume a um aperto de mão) pra bom entendedor sabe como é, né?

Piaf – Um Hino Ao Amor – La Môme

- França 2007 De Olivier Dahan Com Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Greggory, Emmanuelle Seigner, Jean-Paul Rouve, Gérard Depardieu, Clotilde Courau, Jean-Pierre Martins, Manon Chevallier 140’ Drama


DVD- Gostaria que a Europa me explicasse porque um DVD com capa luxuosa em papel especial, usando luva de papelão e estojo que se abre tipo livro, não traz praticamente extra algum embora seja duplo! É pra poder cobrar mais caro? No primeiro disco vem só o filme, e no segundo um making of de meia hora e especial de menos de 10 minutos sobre a caracterização da personagem, versão MP4 e só! Nem trailer, nem mais nada!

Cotação:

27 de novembro de 2008

Lanternas Vermelhas

Acedam as lanternas na segunda casa! O filme de arte por excelência, que comprova que pra ser inteligente não precisa ser chato ou pedante. Com fotografia de deixar qualquer queixo de bom gosto caído, é engraçado e divertido como os mais vulgares dos melodramas femininos. Aliás, se vivêssemos em outras épocas, com certeza alguma Ivani Ribeiro da vida já teria chupinhado seu argumento para uma telenovela. Gong Li é uma jovem universitária que após o pai morrer casa-se com um rico senhor. Como estamos na China de 1920, o homem tem outras três esposas, todas vivendo dentro do mesmo palácio em casas diferentes. Quando ele decide com quem quer passar a noite, ordena que acedam as lanternas na porta da sortuda. Como símbolo de ascensão social, não há o que elas não façam pela honraria. E a mais boazinha ali deve ter vendido a alma ao diabo para preservar a “cara de Buda e rabo de escorpião”. Naquele antro de perfídias sem fim, compartilhamos a angustia da protagonista ao pisar em ovos sem saber em quem confiar. A terceira esposa, cantora lírica, talvez seja a de visão menos estreita por enxergar que na vida tudo é teatro, dependendo de como é a sua atuação você viverá melhor ou pior. Dividido em quatro atos, acompanhando as estações do ano, a fotografia (espetacular) assume as tonalidades condizentes com as emoções desenroladas.

Lanternas Vermelhas – Da hong deng long gao gao gua (Raise the Red Lantern)

- China 1991 De Zhang Yimou Com Li Gong, Caifei He, Cuifen Cao, Jingwu Ma, Qi Zhao, Lin Kong, Jin Shuyuan, Weimin Ding, Cao Zhengyin, Zhihgang Cui 125’ Drama


DVD- Para quem não o assistiu no cinema quando foi lançado, é a oportunidade de finalmente poder contemplar a fotografia na íntegra, com seu escopo original adaptado à medida 4x3. Mas a copiagem foi feita pela Spectra Nova a partir de negativos 35 mm sem passar por nenhuma restauração! A imagem está desbotada e cheia de rabiscos parecendo que estamos diante de Planet Terror. Até as “queimaduras de cigarro” no canto da tela a cada 11 minutos para o projecionista saber a hora de trocar de rolo aparecem. Os extras são apenas textos curtos.

Cotação:

26 de novembro de 2008

A Mansão de Drácula

O roteiro parece fruto de alguma gincana para ver quem conseguia usar mais monstros da Universal em menos metragem. Com evidente desgaste na fórmula, nada faz muito sentido. Drácula procura um conceituado médico porque cansou de ser vampiro. E não é que Talbot, o Lobisomem, teve exatamente a mesma idéia? O doutor, coitado, que vive isolado num velho laboratório cercado por duas ajudantes bonitonas, fará o possível para ajudá-los, mesmo estando mais preocupado em curar a corcunda de uma delas. No meio do tumulto, acabam encontrando o monstro de Frankenstein jogado numa caverna, e quando a trama tomar ares de Dr. Jekyll e Mister Hyde, pode apostar que haverá tentativas de revivê-lo. A enxurrada de efeitos especiais é outra diversão à parte, quase sempre funcionais até para os dias de hoje, exceto o morceguinho com os fios de nylon aparentes. Estapafúrdias há parte, é um trash de classe, produzido pelo estúdio que cravou no imaginário popular as principais criaturas da literatura de horror na década passada. Qualquer crítica é inútil se levarmos em conta seu interesse histórico e o sabor de entretenimento saudosista. Ao contrário do bem sucedido crossover cômico de Abbout e Costello, que contou com Bela Lugosi revivendo Drácula, nenhum dos atores originais está presente, embora Lon Chaney Jr. tenha ficado marcado pelo papel de Lobisomem. O conde da Transilvânia é interpretado por outra lenda do gênero, o longilíneo John Carradine. Por trás da maquiagem de monstro de Frankenstein está Glenn Strange assim como em alguns outros filmes. Hoje em dia é confundido volta e meia com Boris Karloff pela similaridade à primeira vista.

A Mansão de Drácula – House of Dracula

- EUA 1945 De Erle C. Kenton Com John Carradine, Lon Chaney Jr., Martha O'Driscoll, Lionel Atwill, Onslow Stevens, Glenn Strange, Ludwig Stössel, Jane Adams 67’ Horror


DVD- Outro disco da coleção Ataúde Macabro da finada Dark Side (London/Works DVD). A arte da capa e os menus (que chegam a dar calafrios de tão sombrios) estão bem bacanas. Ainda trazem informações técnicas e textos relevantes na contracapa. Acompanha outro filme raro da Universal, A Mansão de Frankenstein, onde curiosamente o iconográfico Karloff assume o papel de cientista louco e não do monstro. Com imagem e o áudio excelentes, acompanha os trailers de A Filha de Drácula, O Filho de Drácula, Drácula (já presentes em outros exemplares da coleção), A Mansão de Frankenstein, Frankenstein Contra O Lobisomem e O Fantasma de Frankenstein.

Cotação:

Interlúdio

Hitchcock tão seguro que parece sapatear como bem entende sobre o que de melhor sabe fazer na vida. Qualquer lógica é subvertida para que o mote principal (de que nada, absolutamente nada, pode abalar o amor) seja preservado até os enervantes minutos finais. Ingrid Bergman faz a desamparada alemã naturalizada norte-americana que se apaixona perdidamente por agente do governo (Cary Grant), embora seu pai esteja preso sob a acusação de nazismo. Ela aceita passar para o lado do Tio Sam ao embarcar rumo ao Rio de Janeiro em missão secreta. O que parecia ser um conto de fadas tropical não demorará a desembocar em terrível pesadelo com Nazistas organizadíssimos (chefiados por Claude Rains, em outra interpretação memorável) em busca de minérios brasileiros. Os pombinhos entrarão numa arapuca política/sexual que tão importante quanto saírem com vida será tentar manter os sentimentos ilesos. Bergman, soberba transitando num cenário carioca kitsch de mentirinha, age constantemente entre a razão e a emoção num jogo do mais profundo e complexo suspense. Com total domínio técnico, o diretor não abre mão do que chamou de “Mac Guffin”, o que traduzindo, seria mais ou menos como os meios narrativos justificando os fins, pouco importando a veracidade. O resultado é tão bem engendrado, dirigido com maestria inigualável, que não há do que reclamar. Poucos filmes do mestre têm uma sucessão de grandes seqüências quanto Interlúdio. Imprescindível.

Interlúdio – Notorious

- EUA 1946 De Alfred Hitchcock Com Cary Grant, Ingrid Bergman, Claude Rains, Louis Calhern, Leopoldine Konstantin, Wally Brown 101’ Suspense


DVD- A qualidade padrão da Continental tanto em áudio, imagem e extras. Biografias básicas e irrisória galeria de imagens como bônus.

Cotação:

25 de novembro de 2008

Até Que Enfim é Sexta-Feira

Pelo menos é honesto. Equivale a uma noitada em discoteca: Se tivermos a sorte de não levar uma garrafada na cabeça qualquer entretenimento é lucro! Diversão supérflua, que não muda a vida de ninguém, e provavelmente será esquecida na próxima balada. Feito na cola evidente de Os Embalos de Sábado à Noite, apontado por ter reacendido a febre das discotecas, é quase um aprimoramento, não necessariamente positivo. Devem ter achado que se a história do antecessor embolava as cenas de dança, pra quê história? Meia dúzia de personagens vivem cada qual seu draminha durante uma noite na boate Zoo. E dá-lhe todos os exageros e cafonices que a época sugeria! Tão anos 70 que até no logo da Columbia a mocinha que segura a tocha cai no ritmo da Disco Music. Entre os personagens, impossível deixar de comentar a diva Donna Summer fazendo a coitadinha que chega a implorar uma chance ao DJ para cantar. Hilária pobrezinha, hilária glamorosa parecendo a Maria Bethania de peruca longa e flor na cabeça cantando Last Dance. O hit, um entre tantos da trilha sonora contagiante, composto e escrito por Paul Jabara (ator presente no filme) papou o Oscar de Melhor Canção daquele ano, batendo inclusive o de Grease. No mais, The Comodors, ainda com Lionel Ritchie em sua formação, anima o grande concurso de dança final que a gente sabe quem vai ganhar desde o comecinho.

Até Que Enfim é Sexta-feira – Thank God It's Friday

- EUA 1978 De Robert Klane Com Donna Summer, Chick Vennera, Valerie Landsburg, Terri Nunn, Ray Vitte, Jeff Goldblum, Debra Winger, Paul Jabara 89’ Musical


DVD- Oh! O pior que eu já vi entre os distribuídos por grandes estúdios, no caso a Columbia. O menu (tem um só!) é padronizado tipo aqueles que acompanham o Nero, e é a partir dele que se escolhe ver o filme, áudio e legendas. Não há nem acesso aos capítulos. Oinc! Oinc!

Cotação:

22 de novembro de 2008

A Maldição da Mosca

Terceiro sobre cientistas que se transformam em mosca e o primeiro deles sem Vincent Price. O ator estava a esta altura compromissado com a American International, produtora de Roger Corman, onde estrelou a famosa série de filmes baseados em Edgar Alan Poe. Com produção muito mais pobre que os anteriores (nem Technicolor foi gasto!) tem no roteiro um inacreditável trunfo sobre os outros. Como o tema de cientista que brinca de ser Deus já estava esgotado àquela época, temos uma família inteira de cientistas loucos! Também não se resume apenas ao teletransporte, mas às criaturas deformes geradas através das tentativas durante os anos que passaram. Assim, com pitadas de A Ilha de Dr. Moreau e até À Meia Luz, consegue ainda hoje dar uns dois bons sustos daqueles graças à estrutura imprevisível. Desde a primeira cena, quando uma garota (trajando apenas calcinha e sutiã!) foge do hospício ao pular da janela (com vidro e tudo), não fazemos idéia de quem é o malvado ou bonzinho ou quem engana quem. Claro que é B e tanto o laboratório quanto todos os cenários são de uma miséria franciscana, e há algumas risadas involuntárias envolvendo os ajudantes do laboratório, dois chineses ali do Paraguai, mas isso tudo lá é coisa que nos faça deixar de assisti-lo?

A Maldição da Mosca – Curse of the Fly

- Inglaterra 1965 De Don Sharp Com Brian Donlevy, George Baker, Carole Gray, Yvette Rees, Burt Kwouk, Mary Manson, Charles Carson, 86’ Horror/Ficção Científica


DVD- A Fox taca a faixinha “Fox Classics em qualquer coisa! Parece a Disney. O ruim é que isso serve para colocá-lo na coleção de capas padronizadas muito feias. Já os menus estáticos são muito bons, o que não disfarça a ausência nem do trailer. O primeiro da série, A Mosca da Cabeça Branca, vinha com o trailer dois primeiros, mais das refilmagens dos anos 80, mas nem fazia menção a esta terceira parte, que por acaso foi filmada na Inglaterra.

Cotação:

21 de novembro de 2008

Sangue Sob o Sol

O humor involuntário fica por conta da caricatura racial. Ou Sylvia Sidney aparenta alguma gota chinesa em seu sangue? Asiáticos de verdade ficam por conta apenas da figuração. Politicamente dá-se um desconto pela época em que o produziram. Fazia quatro anos que Pearl Harbor tinha sido atacado, sendo que alguns meses antes do filme chegar aos cinemas os americanos deram o troco bombardeando Hiroshima e Nagasaki. Há um texto de abertura nos posicionando na história e apontando o “Hitler Japonês”. James Cagney é o intrépido repórter (Não por acaso a profissão que sucedeu a onda dos gangsters após a implantação do código Hayes em Hollywood) que vive no Japão e revela a trama do governo local para invadir os EUA. Enfim, um herói com agá maiúsculo, usando sua astúcia e aulas de caratê em prol da alardeada liberdade norte-americana. Filmado em estúdio, a narrativa se passa numa Tóquio fabulosamente reproduzida, sem fundos pintados ou coisas do gênero, o que lhe valeu o Oscar de direção de arte daquele ano. Sidney, acostumada a ser a vítima perfeita nos filmes de gangster da década anterior, faz aqui a mocinha perigosa típica do noir. Meio americana, meio chinesa (ocupada pelos japoneses alguns anos antes), está a serviço do governo nipônico para usar seus atributos físicos junto ao jornalista. História mundial à parte, embora o excesso de discussões chegue a aborrecer enquanto não se compreende totalmente o que os militares querem, casal central segura as pontas do interesse. Há de se concordar que James Cagney descendo golpes de caratê num japonês de quase dois metros (!!!) é duplamente algo que não se vê todo dia.

Sangue Sob o Sol – Blood on the Sun

- EUA 1945 De Frank Lloyd Com James Cagney, Sylvia Sidney, Porter Hall, John Emery, Robert Armstrong, Wallace Ford, Rosemary DeCamp , Frank Puglia 98’ Ação/Policial


DVD- A Continental o distribui em herética cópia colorizada, o que perde muito da graça da fotografia cheia de sombras e luz. Dá pra resolver, obviamente, tirando a cor da TV. Fora isso, áudio e imagem estão bons. Os extras são as biografias de Cagney, do diretor Frank Lloyd, e uma galeria de pôsteres que mistura pôsteres e capas de DVD internacionais de baixa resolução. O que está muito ruim na realidade é a arte e da capa com um pôster original que nem ao menos se encaixa na lombada do estojo. A impressão da mesma é notadamente uma Xerox colorido.

Cotação:

20 de novembro de 2008

A Última Festa de Solteiro

Hollywood abriu as portas e as pernas ao humor sexual na década de 80 depois do canadense Pork’s ter faturado alto. Repetido à exaustão na TV (com o título A Última Despedida de Solteiro), tenta conquistar a classe média colocando como vilões a família da moça, rica e bem educada sendo que os festeiros são demasiadamente estúpidos para que se compartilhe a “alegria extasiante” de sua existência. Junto a Splash – Uma Sereia Em Minha Vida, do mesmo ano, marca a transição de Tom Hanks da TV para a tela grande e não há, gostando-se ou não dele, como deixar de admirar sua caminhada ao reconhecimento profissional. Aqui umas três ou quatro risadas são provocadas, mas de resto sobram sorrisos amarelo. Principalmente porque filmes de uma piada só, esticada por quase duas horas, exige paciência acima de qualquer bom humor. Como sacanagem, tal e qual seus similares (O Último Americano Virgem, Um Hotel Muito Louco...) agora se mostra bem fraco, ao contrário do que julgava nossa visão infantil daquele tempo. Há um nu frontal feminino, vários peitos femininos, e uma bunda masculina aberta (!!!)... Chulo, careta e muitas vezes preconceituoso, deve agradar ao ser assistido entre amigos (com QIs diversificados) enquanto se toma cervejinhas. Se bem que faria mais sentido entre inimigos...

A Última Festa de Solteiro – Bachelor Party

- EUA 1984 De Neal Israel Com Tom Hanks, Tawny Kitaen, Adrian Zmed, George Grizzard, Barbara Stuart, William Tepper, Wendie Jo Sperber 105’ Comédia


DVD - Produto bem polido da Fox, tiro certo pra quem o achar “da hora!”. O widescreen anamórfico do filme parece estar adulterado porque apresenta granulação acima do normal. Os bônus com qualidade de imagem similar ao VHS, são trailer (única coisa sem legendas), making of, documentário sobre despedidas de solteiro e entrevista da época com Hanks. Detalhe, disso tudo, o material mais longo deve ter 3 minutos!

Cotação:

19 de novembro de 2008

De Volta ao Vale das Bonecas

Fazia tempo que não via algo tão inusitado. Entre a genialidade e a total burrice esquizofrênica, Russ Meyer colocou num liquidificador tudo o que conhecia de cultura popular (incluindo aí muita sacanagem) e apertou a tecla pulsar. Conhecido como um dos principais nomes do cinema sexplotation, que equivale às nossas pornochanchadas, foi encarado pela Fox como a luz no fim do túnel á crise financeira que se encontrava. Nos loucos anos 60, o mundo vivia a mais radical revolução cultural e sexual, o que deixava sem sentido toda pompa das grandes produções hollywoodianas. Graças a isso, o maldito Meyer finalmente trabalharia dentro da capital mundial do cinema a preço de banana, num dos raríssimos casos onde um então diretor independente teve absoluta liberdade para criar sem interferência dos executivos. E ele não se fez de rogado. Como a autora do livro O Vale das Bonecas não liberou os direitos para a seqüência de O Vale das Bonecas de 67, optaram por uma espécie de sátira ao submundo do show business interpretada de forma realista na medida do possível. Trio de roqueiras parte para a Califórnia em busca da fama, sexo descompromissado e drogas! Pelo menos duas playmates no elenco garantem a farta exibição de peitos, embora aqui mais contida do que o cineasta tinha fama. Mas resumir assim parece pouco! Tem um ritmo de edição rapidíssimo, coisa que a MTV só faria décadas depois, além de alguns videoclipes da banda fictícia The Carrie Nations entrecortando a história. Sem perder o fio da meada, os vários personagens se envolvem em situações melodramáticas exageradas e hilariamente baratas de fazer o roteirista da pior novela mexicana já feita corar de vergonha. Como o céu é o limite ao deboche psicodélico, nos surpreende até os momentos finais, violento e criativo que duvidosamente será esquecido por quem o assistir.

De Volta ao Vale das Bonecas – Beyond the Valley of the Dolls

- EUA 1970 De Russ Meyer Com Dolly Read, Cynthia Myers, Marcia McBroom, John Lazar, Michael Blodgett, Edy Williams, Erica Gavin, Phyllis Davis, Princess Livingston, Pam Grier 109’ Comédia/Drama/Musical/Suspense


DVD - Tão inacreditável quanto o diretor ser praticamente desconhecido no Brasil é esta super edição dupla, repleta de extras da Fox! Há uns 5 documentários longos com entrevistas de historiadores, críticos e elenco, extensas galerias, spots, trailers, testes... Só os trailers, spots e as duas faixas de comentários no primeiro disco (“pra variar”) estão sem legendas em português.

Cotação:

18 de novembro de 2008

Vidas em Jogo

David Fincher vinha de Seven, que embora banal, conseguiu cair nas graças da massa. E essa pode ter sido a delícia que virou maldição para explicar como este Vidas em Jogo, muito mais original e elaborado , tenha passado batido entre a maioria das pessoas. Toda a expectativa que ele cria durante seu desenrolar jamais seria compensada por mais mirabolante que fosse o final. Relaxe sem esperar nada e fique de boca aberta por mais de duas horas com intrincado quebra-cabeças! Michael Douglas (excelente sendo Michael Douglas) é um executivo podre de rico e igualmente pobre de espírito. Ás vésperas de seu aniversário, ganha do irmão caçula o convite pra participar de um inusitado jogo sem hora pra começar ou acabar. Na verdade, a entrada a um gigantesco pesadelo que lhe ensinará o real sentido da vida. De cara nos remete a Depois de Horas, comédia de Martin Scorsese hilária e infelizmente esquecida em DVD no Brasil e filmes de gato e rato do tipo Sem Saída com Kevin Costner. A genialidade está em nos fazer entrar no jogo e jamais termos conta do que é “brincadeira” ou um fabuloso crime muito bem planejado. Acabamos envolvidos tanto quanto o personagem de Douglas. É um filme agradável, inteligente e feliz em todos os sentidos imagináveis, daqueles pouco comuns onde se percebe o envolvimento absoluto de elenco e direção. Pode não ser uma obra-prima, exatamente porque sempre há um sabor de “já te vi”, mas merece ser redescoberto.

Vidas em Jogo – The Game

- EUA 1997 De David Fincher Com Michael Douglas, Sean Penn, Deborah Kara Unger, James Rebhorn, Carroll Baker, Anna Katarina, Armin MuellerStahl 128’ Suspense


DVD - Pra piorar, além da quebra de expectativas inevitáveis e frustrantes que o filme faz uso sem dó, a produtora Polygram faliu nesse meio tempo. The Game foi parar no limbo até que a Universal saiu com esta edição de luxo. Caprichadíssimo, o DVD tem faixas de comentários (legendadas em português!), trailers, bastidores e um chocho final alternativo.

Cotação:

14 de novembro de 2008

O Pássaro Azul

Este ícone da Sessão da Tarde 80’s ainda é um espetáculo vivo mais graças à nostalgia do que a algum predicado cinematográfico. Agora que já estamos adultos, é inegável que não passa de cópia mal ajambrada de O Mágico de Oz. Começa igualmente em preto e branco e quando Shirley Temple parte em busca do tal pássaro azul, desgostosa de sua vidinha pobre de marré, tudo fica em berrante Technicolor. Tão pobre quanto a personagem é a produção da Fox, bem distante do mega sucesso da Metro do ano anterior. Vai ver que a culpa dos cenários visivelmente pintados, figurinos mal elaborados, etc. foi da correria. A loirinha, ainda a principal estrelinha do estúdio, não foi Dorothy porque dizem as más línguas não cantava como Judy Garland, nem os produtores aceitaram emprestá-la para a concorrência. Como consolação fizeram este sub Mágico de Oz. Isso era prática na época, assim como a Warner deu Jezebel a Bette Davis depois dela ter perdido Scarlet Ohara em ...E O Vento Levou. Considerada a maior galinha dos ovos de ouro da Fox antes de Marilyn Monroe, Temple, que já estava bem grandinha, ainda teve o azar de viver o papel de uma menina mal educada com uma lição engrandecedora a ser aprendida no final. Tal mistura foi veneno puro para as platéias esperando pela gorduchinha fofa com cachos dourados de outrora. Acabou entrando pra história como o primeiro fracasso da pequena. Quem via na TV vai se divertir, mas de forma alguma deve agradar à criançada de hoje.

O Pássaro Azul – The Blue Bird

- EUA 1940 De Walter Lang Com Shirley Temple, Spring Byington, Nigel Bruce, Gale Sondergaard, Eddie Collins, Sybil Jason, Jessie Ralph, Johnny Russell 88’Aventura


Cotação:

13 de novembro de 2008

Amarcord

Como bem se sabe, Amarcord significa “eu me lembro” no dialeto de Rimini, a cidadinha italiana onde Federico Fellini nasceu e foi criado. E é com forma semelhante à que nosso cérebro trabalha as lembranças que a história é contada, sem linearidade ou clareza maior. Na década de trinta, a partir da chegada da primavera, acompanhamos o cotidiano dos habitantes de uma pequena cidade sem que seu nome seja evidente. Provavelmente o diretor esteja representado no adolescente Titta, ou no velho que percorre os cenários de bicicleta falando diretamente para a câmera, ou ainda em nenhum dos dois. É genial que mesmo com dezenas de personagens cada qual tenha suas próprias tramas, profundidade, função sem que algum perca o interesse ou o ritmo de todo o filme. Ás vezes é só uma palavra aparentemente à toa que explica características do habitante. Com o parceiro Nino Rota orquestrando uma de suas melhores trilhas sonoras, Fellini confirma a máxima de que para ser universal basta falar de sua vila, porque nostálgicos, acabamos também lembrando das pessoas igualmente bizarras que nos cercaram enquanto crescemos. Acertou tanto que levou o Oscar de melhor produção estrangeira daquele ano. Sentimental na medida certa, não há julgamento em hipótese alguma, sendo que a certa altura, ao explicar a origem do “nome” da cabeleireira Gradisca (desfrute), deixa claro que nem tudo o que é contado realmente aconteceu, por mais deliciosa que possa ser a narrativa.

Amarcord

- Itália 1973 De Federico Fellini Com Pupella Maggio, Armando Brancia, Magali Noël, Ciccio Ingrassia, Nando Orfei, Luigi Rossi, Bruno Zanin, Josiane Tanzilli, Maria Antonietta Beluzzi, Giuseppe Ianigro, 123’ Comédia


DVD - Este disco italiano (Região 2) da Warner é a prova de que filmes internacionais devem ser distribuídos por empresas locais, do país original, não majors hollywoodianas. Logicamente uma empresa menor se empenharia mais ao invés de colocar no mercado só “mais um produto”. Para um DVD do Fellini vendido na Itália parece miserável a existência apenas do trailer como bônus e ainda por cima é o de seu lançamento nos EUA. Há dublagem em italiano e francês e legendas em um monte de línguas nunca vistos nos do Brasil. Assistindo em italiano, legendado em espanhol já dá pra entender 95% do que se passa. No nosso país a mesma Warner o distribuiu em VHS e a sempre estranha Continental em DVD numa edição que simplesmente sumiu das lojas faz tempo.

Cotação:

11 de novembro de 2008

Vamp – A Noite dos Vampiros

A primeira surpresa é que o nome não se trata de picaretagem dos distribuidores brasileiros pra lucrar em cima da telenovela homônima. O filme de 1986 realmente se chama Vamp, e foi comercializado em VHS em 1991 junto ao sucesso dos vampiros da TV Globo. A outra surpresa é que embora tudo indique o contrário, é muito bacaninha valendo o baixo custo da aquisição! O humor e horror estão bem dosados, com alguns sustos eficazes. Fazendo uso do mote dos inferninhos dominados por sugadores de sangue (como Um Drink no Inferno de Robert Rodriguez, que continua inédito em DVD no Brasil), três adolescentes em busca de aceitação entre os populares da faculdade partem para a cidade grande para contratar stripers que topem animar a festa da galera. E é isso, com praticamente toda a ação se passando economicamente naquele espaço, ótima desculpa para algumas garotas de pouca roupa dar o ar da graça. Furos no roteiro, com saídas fáceis em certos momentos não deve ser algo a se reclamar pra quem não esperava nada. Lógico que a presença forte da pop star jamaicana Grace Jones como a rainha de todos os vampiros é um interesse a mais na produção. Ela entra muda e sai calada no sentido real da expressão, usando figurinos tão extravagantes quando engraçados ou constrangedores. No elenco ainda Dedee Pfeifer, a irmã mais sem graça da Michelle.

Vamp – A Noite dos Vampiros – Vamp

- EUA 1986 De Richard Wenk Com Grace Jones, Robert Rusler, Dedee Pfeiffer, Chris Makepeace, Brad Logan, Gedde Watanabe 93’ Horror


DVD - Como aqui não foi lançado em sua época, será graças ao DVD que este filme se consagrará entre os amantes de filmes B. Até porque, a editora NBO primeiro o distribuiu em bancas de revista e agora pode ser achado em grandes hipermercados custando uma ninharia. A imagem está ótima, com o escopo original preservado de forma anamórfica. Há apenas texto como extra ao contrário da edição americana (onde é Cult) que inclue faixa de comentários com os envolvidos no projeto.

Cotação:

8 de novembro de 2008

O Imperador e o Rouxinol

A graça principal no stop motion (técnica clássica que consiste em animar quadro a quadro objetos), é que absolutamente tudo que vemos na tela é artesanal. Quem tem por base obras recentes como O Estranho Mundo de Jack ou A Noiva Cadáver, dirigidos ou produzidos por Tim Burton num nível técnico que pode fazer algum desavisado acreditar estar diante de computação gráfica, irá se decepcionar com O Imperador e o Rouxinol. Essa produção tcheca, com quase 60 anos, é experimental, sendo que os personagens não possuem expressões faciais com movimento. De forma inteligente, tem em sua abertura atores de verdade para depois chegar à animação. Um garotinho muito rico e aborrecido por não poder brincar à vontade na rua, ao pegar no sono febril sonha com o imperador chinês do conto de Hans Christian Andersen. Dessa forma, justifica-se que objetos, cenários e personagens remetam a elementos vistos antes no quarto do menino. E o mérito de Jirí Trnka é conseguir nos entreter por mais de uma hora de um jeito tão poético e singular acima de qualquer limitação técnica. Consegue nos remeter diretamente à infância, quando brincávamos entre toalhinhas de crochê com action figuras e caixinhas de papelão fingindo serem prédios gigantes. Mágico e sensível como só a arte bruta, depois destes anos ganhou um interessante paralelo entre o pequeno imperador que troca o rouxinol de carne e osso pelo mecânico de canto repetitivo com o trabalho de Trnka e o que tem sido feito e apresentado para as crianças de agora.

O Imperador e o Rouxinol – Cisaruv slavík (The Emperor's Nightingale)

- Tchecoslováquia 1949 De Jirí Trnka e Milos Makovec Com Jaromir Sobotoa, Helena Patockova, Detsky pevecky sbor Jana Kuhna, Boris Karloff (narração) 72’ Animação/Drama


DVD - Distribuído pela Continental, esta pérola da animação mundial de difícil apelo comercial, preserva a narração americana com Boris Karloff e não incluiu versão dublada em português, o que afugenta possíveis espectadores infantis. A imagem está bem ruim, escura, mas a boa notícia é que possui a metragem original de 72 minutos, e não a americana de 55. Como bônus, 4 curtas muito bons da equipe de Trnka e longo material em texto sobre a animação stop motion.

Cotação:

6 de novembro de 2008

Vaidosa

Bette Davis é a garota da alta sociedade com todos os homens aos seus pés, mas que precisa casar com ricaço por interesse. O marido (Claude Rains espetacular!) passará anos a fio com seus olhinhos de cachorro sem dono convivendo com os galanteadores à volta de sua esposa. Quase libertina em prol da bajulação masculina, deixará marido e filhinha por uma vida cheia de prazeres. Até que com muitos anos nas costas, pegará uma terrível doença que a deixará muito velha, espantando qualquer pretendente da sua frente. Davis se esforçará pra provar que uma mulher só é bela quando amada. O filme muito divertido como os dramalhões mais felizes feitos na era de ouro de Hollywood derrapa logo de cara quando aparece um grupo de conquistadores de fraque tecendo elogios à beleza de Fanny Tells e quem desce a escadaria é Bette Davis. Talentosíssima, mas longe de ser famosa por seus atributos físicos. Outro incomodo é que estávamos na primeira metade da década de 40, com as mulheres pegando no batente graças á segunda Guerra Mundial, assim sendo, a história é contada para elas com mais leveza e humor do que o tema merecia. Há exemplo de Scarlet Ohara, a personagem central é mostrada da tenra idade à maturidade absoluta, prepare-se para um show de interpretação de Bette Davis até sob pesadíssima maquiagem. Sem medo de ficar muito feia em cena, arrasa em frases espirituosas enquanto desfila por cenários rococós em figurinos espalhafatosos. Assim fica difícil não acabar gostando de Mr. Skeffington.

Vaidosa – Mr. Skeffington

- EUA 1944 De Vincent Sherman Com Bette Davis, Claude Rains, Walter Abel, Marjorie Riordan, John Alexander, Jerome Cowan, Dorothy Peterson, 145’ Drama


DVD - A Warner trata qualquer lançamento como um produto especial, mesmo produções menores. Pelo menos nos clássicos é a melhor entre as grandes distribuidoras. Vaidosa também tem a capa e menus reproduzindo o material promocional da época, trailer original e um documentário curto com estudiosos falando sobre Davis. Ruim é que eles jamais legendam faixas de comentários, no caso do diretor Vincent Sherman. O detalhe é que não há citação de tal extra nem na embalagem nem opção de selecioná-lo no menu a não ser que o troquemos pelo em inglês. A dublagem presente, que pode interessar a senhoras fãs de Davis, parece ser recente, já que a voz da atriz não é feita pela grande Ida Gomes que aprendemos a amar nas reprises da TV.

Cotação:

5 de novembro de 2008

Planeta Terror

Faz tempo que Robert Rodrigues superou o rótulo de malucão criativo de plantão em Hollywood. Seus filmes recentes (para quem entrar na brincadeira!) continuam a ser tresloucados passatempos de uma mente transbordando de criatividade, mas também obras inteligentes, divertidas e bem acabadas. Quando pouco, valem como uma volta numa roda gigante, podem não adicionar absolutamente nada, mas o tempo gasto com elas nos fez esquecer em que mundo se vive. Não é o caso deste Planeta Terror, onde (se descontarmos Sin City, que partia de uma idéia não original) o diretor entrega sua melhor produção, não só como entretenimento de primeira linha, mas de substancia artística muito acima da média. Criado como segmento no projeto Grindhouse ( a parte de Tarantino continua inédita comercialmente no Brasil), e lançado separadamente nos outros países, o roteiro expõe um desfile de personagens tão bizarros quanto ricos sem perder a conectividade. Lamenta-se que a casca de porcaria pop consciente e fresca não é absorvida pela inteligência mediana que sempre leva tudo tão a sério, o que explica o assustador fracasso financeiro do projeto. Se tivesse conseguido nas bilheterias o que merece, dava pra torcer por continuações, ou qualquer subproduto que explorasse este universo. Parece que pelo menos o trailer fake que o abre, Machete, será transformado em filme mesmo. Muito fresco e inspirador, já nasce Cult. Aquele tipo raro que se assiste infinitas vezes na vida e ao ouvir a feliz trilha sonora (também de Rodriguez) vai se imaginando a que cena pertence. Se há um porém, os rabiscos da imagem para reproduzir uma velha película de zumbi não funcionam da mesma forma em DVD como na sala de cinema, porque duvidosamente algum filme sairia digitalmente com tantas falhas.

Planeta Terror – Planet Terror

- EUA 2007 De Robert Rodriguez Com Rose McGowan, Freddy Rodríguez, Josh Brolin, Marley Shelton, Jeff Fahey, Michael Biehn, Bruce Willis, Stacy Ferguson, Hung Nguyen 105’ Horror


DVD - Bons tempos aqueles da Columbia em que Robert Rodriguez cuidava de seus lançamentos digitais os entupindo de extras. A Europa o está comercializando com uma roupinha de gala, duplo coisa e tal, mas seu miolo é bem pobrinho. Não indica por exemplo se é a versão exibida nos cinemas ou a X-rated comercializada em DVD nos EUA. Aliás, não indica a duração na embalagem. A arte da luvinha de papelão reproduzindo o estilo de pôster antigo já utilizado pelo material promocional está bonita, mas seus extras são só algumas entrevistas curtas e picadas, making of sem edição , trailers e texto. Como outros da distribuidora, vem com versão mp4 pra se assistir em mídias portáteis como se isso fosse grande coisa. O único diferencial bacana é o teaser brasileiro, item que raramente DVDs trazem.

Cotação:

4 de novembro de 2008

Abbott e Costello Encontram Frankenstein

Acusada historicamente de ser a pázinha de cal sob os monstros clássicos da Universal, esta palhaçada com Abbot e Costello sobreviveu à passagem do tempo de forma digna. Menos estúpido do que se espera, o humor pastelão a lá Didi Mocó da dupla não compromete o prazer em ver o maior croossover fantasmagórico já feito. Todos os atores que tinham na década anterior interpretado com enorme êxito as mais famosas assombrações nos cinemas regressaram aqui, numa época em que desgastados não conseguiam mais dar medo e alcançar a mesma bilheteria. A exceção é Boris Karloff, a criatura de Frankenstein, que deu outra vez lugar a Glenn Strange. A história gira em torno do gordinho Abbott, um pobre coitado que arruma uma namorada bonitona demais para seu tipo físico. O que ele não sabe é que Sandra na verdade é uma cientista seguidora de Drácula, que planeja usar seu pouco cérebro para reavivar o monstro de Frankenstein sem perigo de querer pensar demais. Muito bacana rever Bela Lugosi como Drácula numa produção do próprio estúdio que o alçou à fama em 1931 ao contrário das toneladas de lixo que protagonizava desde então. Agora o conde (com bastante destaque na trama) se torna morcego diante de nossos olhos numa trucagem bem feitinha e ainda aproveita a energia negativa do anel para outros fins além de hipnotizar moçoilas desprotegidas. A Universal usou exatamente o mesmo cenário do castelo que aparece no clássico, mas agora não mais em ruínas. Lon Chaney Jr. repete seu lobisomem cheio de culpa, embora feroz como de costume, está do lado dos heróis quando não transformado. Se há um erro grosseiro é seu título. Talvez o nome em espanhol Abbott e Costello Contra Os Monstros faça bem mais sentido já que todos têm peso igual no roteiro. A propósito, o Dr. Frankenstein não aparece, e sim sua criatura. A velha confusão...

Abbott e Costello Encontram Frankenstein – Bud Abbott Lou Costello Meet Frankenstein

- EUA 1948 De Charles Barton Com Bud Abbott, Lou Costello, Bela Lugosi, Lon Chaney Jr., Glenn Strange, Lénore Aubert, Jane Randolph 83’Horror/Comédia


Cotação: